quarta-feira, novembro 27, 2019

O amor romântico - Seu sustento se dá pela entrega

O Amado
 Comparo você, minha querida,
a uma égua das carruagens do faraó. 10 Como são belas as suas faces entre os brincos, e o seu pescoço com os colares de jóias!
A Amada
12 Enquanto o rei estava em seus aposentos,
    o meu nardo espalhou sua fragrância. 13 O meu amado é para mim
    como uma pequenina bolsa de mirra
    que passa a noite entre os meus seios. 14 O meu amado é para mim
    um ramalhete de flores de hena[b] das vinhas de En-Gedi.
O Amado
15 Como você é linda, minha querida!
    Ah, como é linda! Seus olhos são pombas.
A Amada
16 Como você é belo, meu amado!
    Ah, como é encantador! Verdejante é o nosso leito.
17 De cedro são as vigas da nossa casa, e de cipreste os caibros do nosso telhado.
Vimos que o amor Eros exige reciprocidade.  
    Sulamita e Salomão falam da excelência deste amor, nos convidando a repensar nossas relações. Eles se expressam em elogios e afirmações que demonstram que a relação deles é cultivada com carinhos. 
Nesses versículos de 10 a 16, tecem elogios um ao outro, expressando o quanto é bom quando estão juntos. Salomão ressalta sua beleza. Sulamita fala do quanto sua presença torna sua vida gostosa de ser vivida. Expressando o encanto que sentem um pelo outro, nos apontam o caminho da beleza e da ternura que nasce de um amor correspondido.
No casamento, se apenas um se doa, se apenas um preocupa em fazer da vida do amado uma experiência agradável, se somente um elogia e reconhece a beleza do outro, com o tempo a relação se desgasta.
Sulamita e Salomão ensinam que o amor tem que ser entrega dos amantes. Somos chamados a viver o amor com intensidade, e somos responsáveis em manter o encanto do amor Eros na correspondência do que recebemos do outro. 
E no universo, não há entrega maior do que a do Deus Pai pelos seres humanos. Ele entregou o seu próprio Filho.
 Agora, salvos por Ele devemos acolher esse amor sem reserva, reconhecendo sua beleza, sua força em nossa vida, e todos os encantos que nos levam a viver. Para isso, é preciso ter a entrega dos amantes. É preciso desejar a presença constante, ansiar pelo seu toque, reconhecer sua beleza e tudo o que Ele tem feito para dar sentido as nossas vidas.
Roseli de Araújo
              Escritora e Psicóloga

quarta-feira, novembro 20, 2019

O amor romântico – É preciso investir em quem me quer.



“Conte-me, você a quem amo, onde faz pastar o seu rebanho e onde faz as suas ovelhas descansarem ao meio-dia? Se eu não o souber, serei como uma mulher coberta com véu junto aos rebanhos dos seus amigos.
Se você, a mais linda das mulheres, se você não o sabe, siga a trilha das ovelhas e faça as suas cabritas pastarem junto às tendas dos pastores”.
Cantares 1:7-9 (NVI)

Se o amor Eros for vivido sem respeitar o que pode sustentá-lo, então é possível que venhamos a sofrer por toda uma vida.
E o que sustenta o amor Eros Sulamita expressou nesses versos ao falar da sua preocupação em saber onde o seu amado está. Ela deseja saber onde ele guarda seu rebanho – para poder estar lá com ele. Sua necessidade de vê-lo a incomoda.
O amor Eros quando presente traz a saudade como moradora permanente. Se já amou alguém sabes que desejamos sua presença constante. Por isso, normalmente nos impele ao casamento, nos levando a querer viver o dia a dia porque o amado (a) faz falta.
Salomão responde a Sulamita dizendo: Se você, a mais linda das mulheres, se você não o sabe, siga a trilha das ovelhas. Ele lhe diz onde está. Deseja a presença da amada tanto quanto ela a dele.
Eis o sustento do amor Eros: A reciprocidade. Em outras palavras, correspondência mutua. Se apenas um sente saudade, deseja ver, então é preciso considerar não investir.
Foi nos ensinado que não escolhemos quem amar. Que sentimentos não dominamos. Creio ser isso uma das maiores mentiras vividas em nosso tempo! A verdade é que não escolhemos por quem sentiremos a química cerebral que nos faz apaixonar. Essa pode acontecer ao longo da vida por muitas pessoas.  Muitas vezes a química cerebral é chamada de amor a primeira vista. Entretanto, o amor Eros para florescer com beleza e saúde necessita do envolvimento de ambos.
O próprio Salomão nos ensina que ‘sobretudo que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procede as fontes da vida’1.
E o coração é guardado pela mente. É preciso pensar! Avaliar! Estamos ou não sendo correspondidos? Se estivermos dando mais do que recebemos, então não tenha dúvida, sofreremos dores as quais poderíamos evitar.
Todo amor é planta que carece de cuidados. E se o cuidado – as carícias agradáveis, só existe de um lado, então é preciso que se tome a decisão de não investir nessa química cerebral. Se o outro não quer sua presença como deseja a dele, se não tem saudade constante de você, cuidado!
Tem gente que passa a vida toda investindo em amores impossíveis. Para a psicologia isso é chamado ciclo da sabotagem2, o qual a pessoa necessita de identificar para quebrar em sua vida.
Diz o profeta Jeremias que ‘o coração é terreno enganoso, extremamente corrupto e que não o conhecemos3. Acredite! Coração é geografia estranha... Nenhum sistema de satélite consegue rastreá-lo.
Insisto: é preciso pensar!!! O quanto tem sido correspondido (a)? Qual é a medida da consideração que tem ofertado e qual é a medida da consideração que tem recebido?
Se você tem aceitado menos que doa, cuidado! É preciso verificar sua autoestima, porque o amor Eros não admira quem se entrega sem respeito próprio. Ele traz em sua natureza a necessidade da admiração do outro, e ninguém admira o que é fácil demais para ser conquistado.
Cuidado! Muitas dores podem ser evitadas se compreendermos que o coração pode ser guardado pela nossa capacidade de pensar.
Referência:
1.   Provérbios 4:23 Bíblia  
2.   Ciclo da sabotagem é uma tendência humana em repetir comportamentos destrutivos, podendo ser consciente ou não consciente.
3.   Jeremias 17:9

quarta-feira, novembro 13, 2019

o amor romântico - Seus propósitos, seu perigo.

http://jaquelinecenci.com.br/familia/casais/como-escolher-seu-parceiro-a-ideal

Sim, as suas carícias são mais agradáveis
    que o vinho. Cantares 1:2b
Nascemos com a necessidade do colo, do aconchego, do abraço, do cafuné, do sorriso dos pais e das suas palavras de incentivo.
Crescemos. Portanto, por toda a vida vamos carecer de relações afetivas que supram essas necessidades.
Quando chegamos na adolescência descobrimos que o corpo é uma fonte de prazer que guarda lugares que produzem sensações mágicas. É o despertar do amor Eros.
Este amor floresce com dois grandes propósitos.
 O primeiro: Cumprir o instinto da perpetuação da espécie.
 O segundo: Satisfazer a necessidade do toque – dos afetos.
Este é um momento perigoso. Pois o corpo está pronto, entretanto, ainda falta muito para que o amor Eros seja vivido de forma a preencher estas duas necessidades sem produzir estragos. A verdade é que os seres humanos levam tempo para amadurecer e viver com equilíbrio o amor Eros.
E o perigo está na química explicada pela ciência, que compara o apaixonado ao doente mental – A paixão altera a percepção da realidade, podendo produzir um olhar distorcido sobre o que de fato se busca para preencher esses propósitos.
O que nos leva a considerar o quanto é importante ter cuidado na hora da escolha do companheiro para se viver o amor Eros.
Sulamita aponta um caminho ao compartilhar que encontrou um amado cujas carícias eram mais agradáveis do que o vinho.  Seu amado lhe trazia alegria. Ele veio para somar em sua vida. Ele era no mínimo muito educado, pois qual amor que não guarda em sua prática a educação?
Por esta razão, um recado às mulheres: Não aceitem menos. Lembrem-se das palavras do padre Fábio de Melo ao dizer que a mulher não deve aceitar apanhar se compreendeu o quanto foi amada por Jesus na cruz do calvário.
Na busca pelo amor Eros é preciso buscar quem vai respeitar a necessidade humana das “carícias agradáveis”. É preciso tempo para encontrar aquele ou aquela à qual vamos pedir que ‘nos leve para sua recâmara’, pois, a intimidade do quarto, só é vivida com alegria se o trato diário for cheio de ternura.
Roseli de Araújo
Escritora e psicóloga clínica

quinta-feira, novembro 07, 2019

O amor romântico - A sede do encontro


Ah, se ele me beijasse,
    se a sua boca me cobrisse de beijos...
Foto - Parati
Sim, as suas carícias são mais agradáveis
    que o vinho.
A fragrância dos seus perfumes é suave;
    o seu nome é como perfume derramado.
Não é à toa que as jovens o amam!
Leve-me com você! Vamos depressa!
Leve-me o rei para os seus aposentos! (Cantares 1:1-4)
Cantares é um poema de amor escrito por Salomão. No original, a ênfase do nome no plural, aponta para o mais excelente dos hinos.
É um livro de difícil interpretação, mas aqui eu adoto a natural ou literal, onde o hino é considerado um poema que exalta o amor humano.
É importante considerar que tudo na bíblia aponta para a pessoa de Jesus Cristo, por isso, creio que ao nos apresentar o ideal de um relacionamento amoroso entre o homem e uma mulher ele nos indica também o relacionamento entre Cristo e a sua igreja.
 Cantares nos conta a história de amor entre Salomão e Sulamita e começa com a amada declarando o seu desejo de ser beijada pelo noivo.
O beijo em nossa cultura é compartilhado com pessoas as quais na maioria das vezes não se tem nenhuma intenção de compromisso. Porém, o beijo na bíblia é sempre uma expressão de afeto entre familiares, amigos e casal. Apontando para a expressão de amizade, respeito e paixão.
Aqui neste texto de Cantares, a amada expressa a ardente chama em seu peito pelo seu amado. Ela deseja seus beijos apaixonados, porque lhe são mais agradáveis do que alegria produzida pelo vinho.
Estar com ele era o seu grande momento. Ao seu lado provava o saber da felicidade. Por isso, a amada pede, “leve-me com você”. Desejando ir com ele por onde for, seguindo os seus passos em uma caminhada lado a lado.
Este “leve-me com você”, é desejo inerente ao humano em todos os tempos. Queremos encontrar aquele que nos oferecerá o lugar lado a lado na caminhada até o fim da jornada.
Afinal, fomos criados para amar e ser amado pelo Criador, entretanto, ao vivermos distante desta relação de amor com Ele, podemos almejar que o amor romântico tenha esse caráter de eterno.
Mas, por mais belo que seja uma história de amor, a morte lhe impõe um limite, um fim. Porém, a eternidade é realidade do Criador e, só no retorno de uma relação intima com Ele podemos saciar o nosso coração desta sede que carregamos no peito.
Ele nos ensina a reconhecer a força e a beleza do amor romântico ao permitir que uma história de amor seja contada em sua carta de amor por nós, a bíblia.
Contudo, nenhuma paixão humana pode levar o coração a saciar a sua sede de eternidade, essa, só é satisfeita na presença daquEle que o criou.
Roseli de Araújo
Referência:
1.    Comentário Bíblico de Moody