quarta-feira, novembro 21, 2018

Sou quem eu quero ser? Preciso do outro para ser quem sou






As relações atuais são tantas vezes mediadas pelas tecnologias que ficamos com a sensação de estarmos interagindo, quando tudo o que fazemos é ler e fornecer informações, nem sempre verdadeiras.
Quantas vezes estamos chorando e respondemos com emojis que expressa alegria, ou irritados mandamos um emoji que sinaliza estarmos em paz? Quantas vezes vivemos lutas internas, dores as quais não conseguimos dar nomes, e ficamos escondidos atrás de palavras que escrevemos e que nada tem a ver com os nossos sentimentos?
Se em todo tempo nossas conversas são superficiais, se não podemos falar com verdade sobre o que vai na alma, então, sofremos um dos maiores males da época: a solidão.
O estranho é que vamos acostumando com a solidão de não sermos quem somos. Maquiando o rosto e a alma, vestindo nossas máscaras. Vamos perdendo a nossa essência na medida em que se perde a relação com o outro.
Frutos desta cultura individualista, nos esquecemos que o humano só se torna quem deseja ser, na relação verdadeira que se pode ter com o outro. É no olho a olho, é na conversa franca ao redor da mesa, é no toque das mãos e dos braços, é na certeza de que ouviremos e seremos ouvidos sem julgamentos, que podemos nos tornar quem desejamos ser.
É na relação com outros seres humanos que eu me construo e me refaço. É nas palavras de apoio, ou na bronca dada na hora certa, que posso construir bons caminhos.
Toda correria desta tal modernidade, o pouco tempo, muito trabalho, este fazer sem folga o qual estamos submetidos nos dá impressão que perdemos tempo ao gastar tempo na relação com as pessoas. E assim seguimos cada vez mais pobres sem a presença do outro.
Todavia, quem quer alcançar sua plenitude como pessoa, precisa encontrar de volta o caminho de estar verdadeiramente na relação.
Semana que vem encerro esta série de estudos. Espero que a viagem até aqui tenha sido uma boa experiência para você.
Com alegria,
Roseli de Araújo
Psicóloga clínica