quarta-feira, fevereiro 26, 2020

Amor romântico - Ele quer se expor

“Que é que vem subindo do deserto, como uma coluna de fumaça, perfumado com mirra e incenso com extrato de todas as especiarias dos mercadores?
Vejam! É a liteira de Salomão, escoltada por sessenta guerreiros, os mais nobres de Israel; todos eles trazem espada, todos são experientes na guerra, cada um com a sua espada, preparado para enfrentar os pavores da noite.
O rei Salomão fez para si uma liteira; ele a fez com madeira do Líbano.
Suas traves ele fez de prata, seu teto, de ouro. Seu banco foi estofado em púrpura, seu interior foi cuidadosamente preparado pelas mulheres de Jerusalém.
Mulheres de Sião, saiam! Venham ver o rei Salomão! Ele está usando a coroa, a coroa que sua mãe lhe colocou no dia do seu casamento, no dia em que o seu coração se alegrou”.
                                                                                                                                               Cânticos 3:6-11
Quem já se casou sabe que o dia do casamento costuma ser uma data inesquecível. Simples ou chique, sempre marca o compromisso assumido, diante de toda comunidade, com alguém o qual o coração se enamorou.
Neste trecho, temos a descrição de um cortejo nupcial e da alegria dos noivos que é compartilhada por outras pessoas.
Esta narrativa nos leva a perceber que o amor Eros tem a necessidade de fazer conhecido seus sentimentos não só a pessoa amada, mas a todos que estão ao redor.
E aqui vai uma dica: Se estiver namorando alguém que não faz questão de apresentar você aos seus pais e amigos, então, cuide de não entregar o seu coração.
Roseli de Araújo
Psicóloga 

quarta-feira, fevereiro 19, 2020


Olá amigos, após um período de férias do blog, retorno hoje, a continuação da série "Amor romântico".  Estou pensando no amor eros na perspectiva do livro de Cantares. Conto com a companhia de vocês.

A noite toda procurei em meu leito aquele a quem o meu coração ama, mas não o encontrei.
2
Vou levantar-me agora e percorrer a cidade, irei por suas ruas e praças; buscarei aquele a quem o meu coração ama. Eu o procurei, mas não o encontrei.
3
As sentinelas me encontraram quando faziam as suas rondas na cidade. "Vocês viram aquele a quem o meu coração ama? ", perguntei.
4
Mal havia passado por elas, quando encontrei aquele a quem o meu coração ama. Eu o segurei e não o deixei ir até que o trouxe para a casa de minha mãe, para o quarto daquela que me concebeu.
5
Mulheres de Jerusalém, eu as faço jurar pelas gazelas e pelas corças do campo: Não despertem nem incomodem o amor enquanto ele não o quiser.
Cantares 3:1-5
Neste trecho, acredita-se que Sulamita teve um sonho com o seu esposo, pois em sua época as mulheres não podiam transitar sozinhas e nem se dirigir a nenhum homem. Vemos aqui, Sulamita percorrendo a cidade a procura do seu amado, e perguntando a guardas se eles o viram. Logo depois, o encontra e o leva para casa e para o quarto da sua mãe.
Sonho ou realidade, o que sabemos com certeza é que Sulamita expressa o desejo de estar o tempo todo com seu amado, revelando a força do amor eros em desorganizar uma pessoa, levando-a romper com a sua própria cultura.
Romper com uma cultura significa abrir mãos dos princípios internalizados. É muito comum vermos uma pessoa considerada sensata, ter atitudes as quais jamais tomaria se não estivesse apaixonada.
Contudo, dentre as muitas coisas que este amor é capaz de desorganizar na vida de uma pessoa, considero a pior consequência da paixão, a perda da capacidade da leitura da intenção do outro na relação. 
Muitas vezes a pessoa perde tempo em investir em quem não tem nenhuma intenção de levar a relação a sério, e acaba entrando em aventuras que lhe trarão muitos prejuízos. 
Não é à toa que novamente Sulamita adverte ‘as mulheres de Jerusalém que não acordem e nem despertem o amor antes que este o queira, pois, esta força vivida fora do tempo e do modo errado pode deixar marcas dolorosas e difíceis de se desfazer.
Por isso, cuidado.

Roseli de Araújo
Psicóloga clínica