quarta-feira, abril 18, 2018

Perdoar é preciso IV?

Oi gente, nesta quarta sigo falando sobre o perdão.

Se perdoar é um destino de quem escolheu viver com o coração leve, sem o peso da mágoa, então, necessário é compreender que toda viagem a um destino, guarda rotas que não devem ser transitadas. É que existe na geografia da vida a terra da inimizade. 
Nela mora pessoas que amam a guerra mais do que a relação. E elas fazem da violência física ou quem sabe, da sutil agressão psicológica, sua única linguagem. 
Nesta terra, desconfio, só mora gente que gosta de gente fantoche. 
Se não diz o que querem ouvir, se não escolhe o que lhes agradam, se não faz o que é mandado, saiba, não importa o quê ou o tempo em que viveram juntos, conhecerá a descortesia que um inimigo é tratado.
Estas pessoas costumam sugar tudo o que o outro têm. Pobre se torna a vida de quem plantar os pés na terra da inimizade. Abrigará em si mesmo a morte do sorriso sincero, da  espontânea alegria que mantém o coração leve.
É preciso, urgente, sair logo desta terra!
Pode ser fatal não compreender que perdoar nem sempre significa conviver. 
Nesta geografia da vida que tem a terra da inimizade haverá momentos que seguir sozinho é a única opção na trilha para se alcançar o destino do perdão, já que o outro não consegue dar o respeito que tanto requer para si. 
Se para conviver é preciso negar o sentimento, sempre dizer sim quando se quer dizer não, a estrada então é da anulação e não a do perdão.  
Quem negocia o tempo todo seus valores, o que pensa, o que deseja, se perde no desvio da raiva, do medo e da dor. Embora pareça ter companhia,  a muito tempo está só. 
Ah... Quantas mulheres apanham dos seus maridos como se fossem crianças desobedientes. Convivem com o desprezo diário revelado nas palavras sem ternura, na infidelidade declarada, na exigência de ser empregada. A elas é negado a consideração do lugar que em que ocupam, como se valor não tivessem. 
E milhares de mulheres neste Brasil "pacífico", tentam conviver com quem a violência é a única linguagem conhecida. Dói com sangria, ver suas vidas perdidas nos "tapas" de todo dia.
E como elas, tantas outras pessoas que vivem presa a falsa ideia de que perdoar é sempre con-viver, necessitam pra ontem, aprender com o rei Davi a salvar a suas próprias vidas.
Ele ao ser perseguido por Saul que estava determinado a matá-lo, fugiu por mais de 10 anos.  Teve por preciosa a vida recebida e por ela lutou, dando a si a oportunidade de viver em paz com quem foi possível. Mas, este bravo guerreiro nunca desviou o coração do destino do perdão. Tendo em suas mãos a possibilidade de executar vingança, não o fez, havia decidido viver sem o peso da mágoa.
Infelizmente,  ainda que se deseje manter a paz com todos, nem sempre será possível, e quando isto acontecer, quando  os esforços forem em vão, permita-se sair da terra da inimizade, sem jamais perder a direção do seu destino escolhido.

Na semana que vem seguimos...

Roseli de Araújo
Psicóloga clínica
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