quarta-feira, julho 18, 2018

Mais eu me mordo de ciúmes ou me deixo morder?(VII)


 Quarta-feira. Sigo escrevendo sobre o ciúme. Se não acompanhou o estudo da série visite o blog e leia os textos postados.

Dentro das situações que podem ocorrer no aqui e agora das relações amorosas, o ciúme que adoece, também nasce da experiência da traição.
Pessoas que um dia foram feridas na confiança podem passar a crer que todo mundo é suspeito, logo, ao viver uma relação amorosa terá certeza que a qualquer momento poderá ser traído.
Não confiando mais nas pessoas, tenderá a crer que não vale pena ser honesto, podendo gerar um comportamento de trair o outro antes que seja traído, o que alimenta ainda mais a instabilidade da relação.
Outra postura interna que pode ocorrer é a pessoa perder a confiança em seu próprio valor, desenvolvendo baixa estima que até então não havia.
Ao não reconhecer o seu próprio valor como ser humano, pode desenvolver uma necessidade do outro, a ponto de sentir que não viverá sem ele (o que acho um movimento emocional interessante, uma vez que viveu por muitos anos sem conhecê-lo) e passa a exigir dele atenção constante, fazendo com que o parceiro se canse, afinal, nada que ele faz o preenche.
Pode ser que a pessoa se torne agressiva com quem cobra tanto amor. Nesta situação o ente amado é mergulhado numa angústia, pois não compreende aquele que pede amor, despertando em si a raiva. Como abraçar quem ofende com palavras? Como beijar quem dá tapas? Como ir para a cama com quem faz dela um ringue, ao invés de um ninho de carinhos?
 A pessoa amada uma vez fatigada, perde a alegria, ainda que goste muito do parceiro ciumento, o desejo de lutar pela relação vai esfriando no decorrer do tempo.
 Confirma-se então para a pessoa que temia perder por não se dar valor e não confiar nas pessoas, a crença de que ela realmente não merece nada de bom. O terrível é que normalmente, estas não conseguem perceber que o fato de serem feridas na confiança refletiram em suas atitudes, destruindo assim, a relação que tanto desejava.
E tudo começou porque um dia foi traído.
Se esta for sua realidade, não há outro caminho, é urgente perdoar quem o traiu. Seja aquela pessoa que o feriu no passado ou esta que se encontra hoje ao seu lado. Só o perdão nos cura para vivermos a beleza das relações e nos permite sempre recomeçar.
Não está conseguindo? Não se desespere. A raiz da amargura que nasceu em sua vida, que contamina todos ao seu lado, destruindo a possibilidade de construir uma relação amorosa feliz, pode ser arrancada pela bondade de Deus e por aqueles que ele irá colocar em seu caminho, caso de coração você decidir perdoar.
Este é o penúltimo texto desta série sobre o ciúme.
Até aqui foi bom demais ter a sua companhia. Espero por você semana que vem. Se gostou, compartilhe.
Roseli de Araújo
Psicóloga clínica
Whatsapp (62)98238-5297