sexta-feira, maio 30, 2014

Qual é o segredo para encontrar um parceiro?

Pergunta difícil. Tenho percebido muita gente reclamando do “atual mercado da paquera”.

As pessoas dizem que existem muitas mulheres para poucos homens e, se viver numa cidade como Goiânia, minha terra natal, onde encontrar mulher bonita é coisa comum, a concorrência fica ainda mais “desleal”.

Os homens não querem nada sério, dizem as mulheres; estranhamente, os homens dizem o mesmo delas. Paradoxo do nosso tempo?

Outro comentário comum é que as mulheres estão “fáceis demais” e que os homens, por essa razão, estão ficando cada vez mais desinteressados do sexo feminino, e que muitos estão procurando outras formas de se relacionar. Será?

Lembrei-me, enquanto escrevia, de uma colega que era sedutora (no bom sentido) e atrair os homens não era coisa complicada para ela. É claro, ela provocava certa inveja, as colegas diziam “mas como? Ela é gorda!” (na verdade, era mesmo, até obesa). Entretanto, ela tinha uma coisa que é mercadoria escassa nestes nossos dias: a tal autoestima.

A autoestima é aquela postura interna, que temos em favor de nós mesmos, é aquela 'certeza' de que somos bonitos ou inteligentes, ou os dois juntos, ainda que não sejamos o modelo imposto pela cultura, é aquela alegria de saber quem somos, o que queremos. É a certeza de sabermos que somos pessoas de valor, não pelo que temos, mas porque trazemos um mundo interessante dentro nós: somos humanos, o que, por si só, já é extraordinário.

E uma grande pergunta é feita em todos os cantos: Como adquirir?
Adquirir? Não, não é mercadoria, ela não está à venda. Ela é uma construção, que ocorre lentamente enquanto vamos nos fazendo como gente. Ela não é responsabilidade apenas dos nossos pais, professores e amigos, antes de tudo ela é a lente em que escolhemos olhar para nós, na medida em que formos nos desenvolvendo; por isso, não há quem culpar. Somos responsáveis pela nossa vida.

Contudo, se você não está satisfeito com você, se sua estima está com saldo negativo, eis alguns caminhos a percorrer:

Procure conhecer você mesmo(a). É preciso saber quem você é, e o que quer da vida. Sem trilhar por essa jornada, não poderemos gostar de nós mesmos. É preciso recuperar a espontaneidade (como bem pontuou Moreno) da criança que somos, desta que trazemos dentro da gente.

Procure compreender os paradigmas do seu tempo. É preciso saber o quanto estamos deixando a cultura nos massacrar com seus padrões de beleza e sucesso. O quanto o espelho nos rouba a alegria. Beleza é um conceito tão particular! Já percebeu que nem sempre as pessoas concordam com sua visão de beleza, por vezes achamos uma pessoa bela e alguém do nosso lado diz, “meu Deus do céu, onde viu beleza?”... Assim também ocorre com você, haverá gente que achará você bonito(a) ou feio(a). Essa é a maravilha do ser humano, somos diferentes, temos gostos completamente diferente, para pessoas, cores, comidas, lugares etc. A pergunta é: a quem você vai dar importância?

Procure construir o SEU conceito de sucesso. Eis aí uma ideia que é capaz de nos fazer perder a vida. Sucesso é ter dinheiro? Carro? Bens? Títulos? Sucesso, para você, é o que, mesmo? Descubra o que você quer realizar. Qual o preço que deseja pagar? Não cobre de você o que você não pode fazer, mas também não aceite viver aquém das suas potencialidades.

Como, então, encontrar parceiros? 

Persiga a autoestima. Não aceite gostar “mais ou menos” de você. Leve-se a sério. Goste do que tem. Lute pelo que acredita. Desenvolva seus talentos. Não sabe quais são? Descubra-os. 

Autoestima é algo que atrai pessoas. Não se lamente, não culpe seus pais, não olhe para trás. A vida é Hoje. Hoje é o tempo de construí-la. Então, pode ser que a vida conspire a favor de você e lhe traga um amor, ou melhor, amores que irão tornar sua vida mais rica do que certamente ela já é.

E se não conseguir fazer isso sozinho, busque ajuda. Faça psicoterapia. Ela pode ser um caminho.


quarta-feira, maio 28, 2014

Conquista: A Psicologia Ajuda?

O dia dos namorados se aproxima. E a psicologia é uma ciência que pode dar diretrizes a quem quiser encontrar um relacionamento. Como não sou especialista sobre o assunto, não me atrevi a escrever, mas pesquisei na internet textos que apontem soluções práticas para quem tem dificuldade de encontrar um parceiro. É claro que nem todo apontamento corresponde a toda realidade, pois, em se tratando de relacionamento a dois, são infinitas as situações que afetam os envolvidos. Porém, estarei postando uma série de textos até o dia dos namorados, e espero que algum(ns) possam ajudar. No primeiro, o pesquisador Ailton Amélio da Silva, professor de psicologia da Universidade de São Paulo (USP), revela a primeira dificuldade: metade da população brasileira se diz tímida. 

Começo com este link do Globo Repórter.


Diz o poeta que o amor está na essência da alma, mas por que unir as almas gêmeas é tão complicado? Na arte da sedução, gestos valem mais do que palavras. “A pessoa tem que orientar o corpo. Se eu ficar conversando de lado, não é sinal de paquera. Eu tenho que orientar o corpo. Eu tenho que inclinar na direção da pessoa. Ficar para trás é mau. Ficar reto é médio. E ficar pra frente é bom”, ensina o pesquisador. 

Outra lição importante: o toque. 
“Eu começo com um tipo de toque que é permitido na conversa. Mas eu começo a tocar muitas vezes, tocar mais demoradamente ou tocar mais carinhosamente, isso é poderoso para fazer um relacionamento”, explica Ailton. 

Fundamental também é saber o que NÃO fazer para chegar lá. O especialista do amor listou os seis erros mais graves em um início de namoro. 

1 – Mostrar desinteresse. 
2 – Iniciar o romance com alguém que tenha objetivos diferentes do seu. Exemplo: ele quer morar na fazenda; ela, na cidade. 
3 – Se envolver com parceiro comprometido. 
4 – Deixar o romance de lado e se tornar apenas amigo. 
5 – Não valorizar as qualidades do parceiro. 
6 – Se apaixonar por alguém muito diferente. 

Para o pesquisador, opostos não se atraem. “Pelo contrário, os opostos podem dar tremendas encrencas. Por exemplo, se eu caso com uma mulher que quer gastar todo meu dinheiro, eu quero economizar. Ela gosta de viajar, eu gosto de ficar em casa”. 
É uma longa espera para chegar até o dia do “sim”, e as pesquisas comprovam: para casamento, o homem é tão exigente quanto a mulher. Os relacionamentos mais duradouros costumam juntar pessoas que já se conheciam. Do total de namoros, 37% começam no trabalho, estudo ou círculo de amigos. Por isso, preste atenção: o candidato ideal pode estar mais perto do que você imagina. 


sábado, maio 24, 2014

Eu e Você, o Outro


Como ser humano, eu preciso ser amado. E no fundo, desejamos ter a família que está estampada nos potes de margarina Qualy.
Quem não desejou um colo de mãe no dia em que tudo pareceu dar errado?
Quem não desejou um olhar de carinho após um dia duro de trabalho?
Quem não desejou o abraço afetuoso quando a dor se fez mais presente, como no dia em que perdemos alguém que amamos?
Quem não desejou a companhia de alguém, o simples estar ao lado, em um dia em que sabemos que pisamos na bola?
Quem não desejou comer algo feito exclusivamente em sua homenagem?
Quem não desejou receber um sorriso amistoso, quando sentiu que a injustiça fere?
Quem não desejou um ombro para chorar, quando as palavras não foram capazes de expressar o que vai na alma?
Quem não espera encontrar um amor, ou fazer do amor que se tem um amor com ternura, o encontro?
Quem não deseja deixar saudade, quando a partida é inevitável?
Quem não espera palavras de incentivo após ter tido um fracasso?
Quem não deseja sorrisos, danças e gritos de alegria com sua chegada?
Quem não deseja um reconfortante  cafuné quando tudo parece não ter saída?
Talvez você diga “eu não desejo”. Talvez você afirme “eu não preciso”. Talvez você não seja feito do mesmo material que eu.
Então eu afirmo: Eu preciso de tudo isso. Preciso do outro, preciso do seu sorriso, do seu olhar, da sua saudade, do seu abraço, das suas palavras, da sua companhia.
Eu confesso que meu coração dói quando não encontro o outro para partilhar comigo uma refeição.
Mas compreendo: Eu sou eu, você é você.
E a minha necessidade não pode ser uma imposição ao outro. O outro tem seu próprio movimento. Vive o seu tempo, tantas vezes diferente do meu. O outro espontaneamente supre quando vem com o coração aberto e alma desejosa de partilhar afetos.

Por isso, não é bom que se imponha o que quer ao outro. Amor cobrado perde a sua força. O outro deve estar livre para ir e vir quando quiser. Amor é via que não se atropela. 

segunda-feira, maio 19, 2014

A alegoria da caverna e os Pitecos da nossa vida


            A alegoria da caverna é uma referência ao processo de Sócrates em relação à justiça popular de Atenas. Nesta, Sócrates aborda questões relevantes sobre a educação, que tem como objetivo libertar os homens do senso comum. Senso esse que muitas vezes os aprisionam em conceitos que são apenas sombras da reali
dade, e não a realidade em si.
            Para se libertar destas sombras, Sócrates acredita que é necessário o sofrimento. Uma situação na qual a pessoa vai se deparar com algo novo, diferente, espantoso. Contudo, isso é necessário para que se alcance o “Bem”, de onde todas as virtudes derivam. Tal experiência levará o indivíduo a rever seus valores, sua visão da vida.
            Entretanto, vivemos numa sociedade que estimula a busca pela egocêntrica felicidade, e que tem slogans como: “O que importa é você”, “Tudo o que vale é ser feliz a qualquer custo”, “Vivam grandes emoções todo dia”, “Quem pensa muito não faz nada”... E isso tem gerado um horror ao sofrimento: qualquer incômodo interior ou exterior deve ser descartado. Vivemos então uma vida em que fugimos o tempo todo da reflexão, do questionamento (dizem que “pensar dói”).
            Somos cada vez mais levados ao entretenimento, às grandes emoções das propagandas. Passamos o tempo todo fugindo das reflexões e das realidades que nos cercam. E estas estão recheadas de sofrimento. Os conflitos existem em todas as fases da nossa vida. Do feto ao velho, todos experimentam o desagradável, o que incomoda, o que dói. Contudo, estamos mergulhados no sofisma que afirma ser possível ser feliz o tempo todo, e recusamos qualquer dor. E a consequência disso é uma geração alienada, entorpecida, emocionalmente doente. E o que não é tratado, emerge. Fobias, transtornos psíquicos os mais variados e tantas outras coisas vão ficando comuns. Ninguém percebe que o medo exagerado da dor nos tira a beleza de conhecermos a nós mesmos.
            Somos pessoas contraditórias, fazemos tantas projeções, há tanta sombra em nossa vida... porém, somos a imagem e a semelhança do Criador. Há muitos tesouros em nós para serem vistos. Somos como o diamante: ao ser encontrado é uma pedra bruta de grande valor, mas sem beleza, quando lapidado se transforma em uma brilhante e bela jóia.
            A vida sempre vai nos trazer oportunidade de sairmos da nossa caverna interior. Como na história em quadrinhos de Maurício de Sousa, quando Piteco questiona os três personagens, ao não ser compreendido se coloca sobre as sombras que eles veem e atrapalha a visão deles. Irados, os personagens correm atrás dele e se distraem de si mesmos, ao ponto de saírem da caverna e verem um mundo novo, com muita luz.
Os Pitecos da nossa vida, que nos farão sair das nossas cavernas, poderão ser pessoas queridas que nos farão sofrer; pessoas queridas que irão morrer; decepções as mais variadas; dores físicas e emocionais; acidentes; uma aula de filosofia ou de qualquer outra disciplina; um filme; uma conversa sincera com amigos. São tantas as situações que nos farão sofrer, e o sofrimento sempre nos leva a pensar. Podemos brigar contra tudo e todos e nos fecharmos ainda mais ou, ao contrário, vamos nos tornar bisbilhoteiros desse novo mundo que nos apresenta. Vamos aplaudir os nossos Pitecos (o sofrimento), não porque foi bom senti-lo,  mas porque eles nos proporcionam outros caminhos, outra visão, coisas novas.
E viver pode se transformar nessa busca do “Bem”, do “Criador”. Teremos apenas que cuidar para que nessa busca nada mais nos faça prisioneiros, como aconteceu com os três personagens, que saíram de uma caverna para outra.
E que os “Pitecos” da nossa vida nos façam sempre rever nossos conceitos e caminharmos em busca de uma vida mais plena de significado onde, uma vez lapidados, como o diamante, vamos descobrindo a beleza que temos em nós mesmos e ao redor de nós.



terça-feira, maio 06, 2014

Alegria ou Felicidade Permanente?


Embora a academia me oriente a não falar de mim mesma, hoje eu ouso afirmar que por vezes eu acordo com uma disposição interna para olhar para os problemas. Não compreendendo o que está acontecendo, uma sensação de que a vida não vai caminhar como devia me toma por inteiro, e me pergunto: Que sentimento é esse?
Fico a refletir: O que fazer com isso que me invade a alma?
Quero ser feliz, mas, se não é possível ser feliz o tempo todo, o que fazer com esses dias em que a tristeza rouba todo espaço da alegria em nosso coração?
Em minhas próprias lutas, eu descubro que algumas coisas são realmente importantes nessa batalha.
Bom, minhas reflexões são frutos de um busca interna frente a todas as batalhas que a vida me propôs, elas nasceram também do conhecimento de quem sou que adquiri no processo terapêutico pelo qual passei por sete anos, e essas descobertas me fazem, hoje, mais feliz do que fui antes.
Não são receitas mágicas, nem varinha de condão ou o gênio da lâmpada. São verdades que, uma vez cultivadas, produziram em mim frutos de alegria. Prestem atenção: Estou falando de alegria e não de felicidade permanente. E qual a diferença?
        Para mim, a alegria é aquela capacidade que nasce da esperança de que a vida tem propósitos e encantos, enquanto que felicidade permanente é uma invenção de mercado.
Por essa razão, escrevo não com o intuito de oferecer um manual, afinal de contas a psicologia me ensina sobre a complexidade humana, as diversas dimensões em que o sofrimento é vivido, assim como a forma peculiar que é experimentada por cada ser humano. O que me leva a compartilhar com ousadia são as pesquisas científicas que apontam para esses mesmos caminhos que andei.
Primeiro: descubro que a Alegria é a capacidade de reconhecer que, embora não tenhamos tudo que queremos (o que já é uma alegria), temos muito, e a nossa grama é tão verdinha quanto as dos nossos vizinhos. Claro, se a gente cuidar dela. Alegria é também a capacidade de curtir aquele café ou chá ou suco que gostamos, enquanto tantos não têm nada sobre a mesa. Por vezes encontro pessoas próximas me dizendo que os problemas dos outros não amenizam os seus, eu fico pensando, como não? Se a dor dos outros em nada nos provoca empatia, então como seremos felizes, se nossa construção pessoal se faz a partir do outro?
Segundo: a gratidão é motor que move nossos corações ao conforto emocional sempre. Ela nos faz reconhecer o que recebemos de Deus (para quem crer nEle), das pessoas que amamos, ou de pessoas com quem cruzamos no caminho e que, sem nenhum vínculo mais profundo conosco, nos estendem as mãos. A gratidão é o reconhecimento de que só somos o que somos porque um ambiente nos foi disponibilizado. É a capacidade de refletir sobre o que é bom, “de reconhecer os óculos na ponta do nariz”, como diz Mário Quintana.
Por vezes, a dor que enfrentamos é tão grande que tudo se escurece diante de nós, e fica difícil nos mantermos gratos. Então, para esses dias, criei uma lista, onde anoto tudo que sei que é bom pela minha razão, e leio pela manhã e durante o dia, se a escuridão insistir.
Terceiro: é preciso acolher o que se sente e não negar. Durante todo o tempo em que fiz terapia, por causa de uma depressão que vivi por mais de cinco anos, o que mais tive dificuldade foi aceitar que eu, sendo tão otimista como sempre me achei, estava naquele momento deprimida, e lutei contra o sentimento, e nada adiantou. Então aceitei, acolhi esse sentir no sentido de reconhecer que ele está ali, e não existe nenhum problema em ter tristeza, ou angústia, as dores da alma são manifestações do humano. E como disse Públio Terêncio Afro, poeta e dramaturgo romano que viver cerca de 200 anos antes de Cristo, “nada que é humano me é estranho”. Nesses meus 42 anos de vida aprendi que é impossível ser feliz o tempo todo. A felicidade permanente é apenas uma construção do mundo da propaganda, esse mundo capitalista, que nos imprime desejos, enquanto nos rouba a capacidade de realizá-los. E, cá pra nós, quem tem tudo o que quer, ainda que diga que não, acabará ficando com o que é do outro, mas isso é uma reflexão para uma outra hora.
Quarto: aprendi que, quando faço atividade física, a minha sensação de bem-estar aumenta, então caminho.
Quinto: o tempo é dinheiro, que deve ser gasto com o que gostamos. Uma Coca-Cola partilhada, um pão com manteiga Qualy, um bolo de farinha de trigo feito pro lanche da tarde é lucro que não se mensura. O tempo gasto com o que gostamos é investimento que não se adia. Afinal, ouvi do Pastor Ariovaldo Ramos que “quem não sabe quanto tempo tem, tem muito pouco tempo”.


 Gostaria de deixar como sugestão de leitura o livro "Os 100 Segredos das Pessoas Felizes", de David Niven, pela Editora Sextante. Embora esteja erroneamente classificado como autoajuda, trata-se de uma coletânea de máximas e conselhos baseados em uma pesquisa científica séria.