quinta-feira, dezembro 27, 2018

Solidão – É possível combatê-la



Muitas são as causas da solidão. Cultura capitalista, individualista, competitiva, a desigualdade social, o divórcio, a mudança para um novo local, a morte de alguém que amamos o isolamento físico, dentre outras.
Mas, o maior segredo para vencer a solidão é a tal escassa empatia.
Empatia é aquela atitude deabrir-se para sair de seu mundo e entrar no mundo do outro. É buscar tirar os seus confortáveis óculos e colocar os dos outros para compreender como ele vê. É tentar pensar: E se fosse eu que estivesse vivendo isto?
A empatia não é apenas uma decisão sentimental, mas sobretudo fruto da razão que busca refletir diferente do que já ponderou até aquele instante, na tentativa de compreender o outro.
 A empatia é o que nos leva a sair de casa para ajudar o próximo, que nos faz ir ao hospital para uma visita, que nos faz chorar em silêncio diante do luto do outro, que cala todo julgamento diante do não compreendido.
A empatia é coração que pulsa em favor do outro sem nenhuma artéria obstruída. Tem em si o poder de curar a pessoa que a sente tanto quanto as pessoas que dela é alvo. É remédio sem contraindicação.
O mundo está cheio de solitários...
Há aqueles que nada podem fazer para sair da sua solidão, tal é o sofrimento a que foram submetidos.
Mas, você que ainda não foi esmagado. Você que tem pão, tem cama, tem telhado, tem amigos, tem família, tem trabalho, não espere que ninguém resolva a sua solidão. Vá ao encontro do outro, principalmente daquele que nada pode oferecer a você.
Então, ficará surpreso quando perceber que em seu coração não há mais nenhuma fresta de solidão.
Este é o penúltimo texto desta série. Semana que vem terminamos esta curta viagem.

Roseli de Araújo
Psicóloga clínica

quinta-feira, dezembro 20, 2018

Solidão – No final somos sós ou somos egoístas?

A solidão não é apenas um sentimento subjetivo causado por dores psicológicas ou traumas vividos, mas é também uma experiência produzida por fatores sociais, econômicos e políticos.
Entretanto é na família que os conflitos comparecem e se fazem mais acirrados. Sejam estes de ordem particular, ou seja, questões vividas por cada membro, tais como suas doenças ou suas tragédias pessoais, como por exemplo: a perda de um membro amado. Ou os de ordem macrossocial, como o desemprego, a falta do pão sobre a mesa, o não acesso a saúde e a violência que nos mantém trancados em casa.
Em um país com tanta desigualdade social, nada é mais solitário do que uma criança no farol pedindo esmola para sustentar um adulto. Nada é mais angustiante do que uma criança que não tem acesso à escola, a uma casa digna, a pais que as eduque e ame. Nada é mais solitário do que uma mulher sem estrutura psicológica e financeira, que apanha do marido em silêncio. Nada é mais solitário que uma velhice onde não se tem com quem contar.
A exclusão social ao tornar as pessoas invisíveis as jogam na cova da solidão. E, se você já entrou em um lugar onde foi claramente ignorado, seja por sua cor ou suas roupas, experimentou, ainda que por pouco tempo, que nada é mais solitário do que o não ser visto.
A solidão é uma chaga, uma dor, uma vergonha. Na verdade, nós podemos ser dela vítima, mas também nós a produzimos quando nos calamos diante das realidades desiguais que nos rodeiam. Quando deixamos de fazer pelos nossos pais o que eles precisam, quando não temos tempo para uma visita, quando gastamos com o supérfluo sem ver a necessidade básica dos que estão ao lado.
Jesus conta certa vez, inquirido por um escriba – interprete da lei judaica -, que um homem foi atacado por salteadores e ficou gravemente ferido a beira do caminho. Passando um sacerdote e levita - líderes religiosos judaicos-, eles o viram, mas não pararam, mas um samaritano, que não era considerado religioso para os judeus, ao vê-lo, fez por aquele homem tudo que podia.  Jesus então pergunta: Qual destes três homens foi o “próximo” do homem que caiu nas mãos dos ladrões? O interprete da lei disse acertadamente: Aquele que teve misericórdia dele.
Nesta história Jesus nos ensina que o próximo não é apenas aquele que nos vê, mas é aquele que faz por nós o que precisamos. Assim, também somos próximos do outro, quando fazemos o que ele precisa.
Sem estar próximo do outro, a solidão se faz. Não existe mãe próxima que não alimente seu filho, não existem maridos e esposas próximos que não dão de si mesmo para que o outro seja suprido, não existe amigos sem a disposição de fazer pelo o amigo o que está em seu alcance.
A solidão é a consequência do nosso individualismo, onde só vemos a nós mesmos e o outro por nós é esquecido. Se queremos vencê-la precisamos dar um basta ao nosso egoísmo.
Roseli de Araújo
Psicóloga clínica

quarta-feira, dezembro 12, 2018

Solidão – Eu preciso de você



Muitas teorias afirmam que os seres humanos são sociais. Desde o seu nascimento carece de mãos e olhares, trazendo em sua genética a necessidade de companhia. E não é por acaso que até hoje o maior castigo imposto no sistema carcerário é o isolamento na solitária. Nada mais terrível do que viver o silêncio, não só das palavras, mas do toque, de não ser visto e não ver.
A solidão pode matar aos poucos, nos tornando suscetíveis, principalmente depois dos 50 anos a pressão alta, baixa imunidade, depressão e perda da qualidade do sono.1
Portanto, a solidão a qual vou tratar, não é aquela em que nós escolhemos estar só, seja porque precisamos descansar ou produzir algo. Neste caso, a solidão é apenas a pausa temporária da presença humana, a qual é necessária em muitos momentos. Mas, daquele sentimento de não fazer parte da vida de ninguém e de nenhum lugar, da falta de pertencimento, do falar ao vento, do vazio de não ser aceito e de não acolher o outro. Da dor produzida pela certeza de que não adianta falar porque o outro não vai compreender.
Martin Buber nos fala da importância do encontro. Daquela experiência indescritível que vivenciamos ao estarmos ao lado de alguém, seja conversando ou não, e ter a certeza de que estivemos juntos. Entre nós ocorreu o que não podemos explicar com palavras, mas sabemos que vivenciamos porque os nossos sentidos apreenderam o outro e outro nos capturou.
Quando vivemos e não passamos pela experiência do encontro, entramos e saímos dos lugares sem fazer contato. Porém, o contato é a chave que pode nos levar ou não ao vínculo que precisamos fazer para pertencer. Sem os vínculos perecemos, uma vez que precisamos de relações profundas em que as nossas almas se abracem num abraço que dure.
Sem estar com outro e ele conosco, perdemos nossa identidade e razão de ser. Mas, nem sempre nos damos conta desta realidade. A nós foi vendida a ideia de que ter é mais importante do que ser, portanto, aprendemos a valorizar as coisas mais do que as pessoas. O que é a maior tragédia vivida em nosso tempo.
Então, cuidado. Avalie seus valores. Precisamos das pessoas mais do que qualquer outra coisa. Acredite!
Roseli de Aráujo
Psicóloga clínica
Referência:
1. https://super.abril.com.br/ciencia/solidao-mata/

quarta-feira, dezembro 05, 2018

Solidão – O natal e o seu poder de nos adoecer



Nesta próxima série irei escrever sobre solidão. Este tema foi sugerido por uma querida leitora do blog.



O mês de dezembro, onde comemoramos o festivo e colorido natal, os consultórios médicos ficam lotados, principalmente os psiquiátricos. O que ocorre é que as dores causadas pelas tragédias familiares, a luta que se trava ao lidar com doenças crônicas, a saudade de queridos que partiram, mágoas, casamentos desfeitos, a distância dos amigos ou a falta deles, o cansaço de um ano com muito trabalho, tudo isso confronta com a realidade de que não será possível sentar a mesa com os nossos familiares e amigos em alegria e paz.
Nestes períodos festivos, a solidão pode então encontrar um terreno fértil. Como praga crescer rapidamente no coração, fazendo brotar aquela sensação interna de que não é possível se conectar com outra pessoa, de que ninguém pode compreender o que sinto, da mesma forma em que também não posso compreender o outro.
E nesta insuficiência do oxigênio da identificação, onde não somos vistos e não vemos o outro, corremos risco de morte.
Atualmente, a cada quarenta segundo uma pessoa se suicida em todo o mundo, portanto, em um ano perdemos um milhão de pessoas. Estudos atuais apontam que 50% dos suicídios têm como causa a solidão, o que faz com que este tema seja de importante reflexão1.
Penso que a solidão é o enfarte da empatia, que pode com certeza nos levar a morte se não tratado em tempo hábil. Por esta razão, acredito ser este um bom momento para escrever sobre este tema. Veremos suas possíveis causas e como podemos combatê-la.
Esta série vai ser uma viagem curta, mas espero por você.
Roseli de Araújo
Psicóloga clínica
Referência:

1.   1. https://super.abril.com.br/ciencia/solidao-mata/




quarta-feira, novembro 28, 2018

Sou quem eu quero ser? Sendo feliz com quem eu sou






Minha formatura em
psicologia, um sonho de
infância 

Esta foi a minha série mais longa no blog. Ela foi instigada pela pergunta:  Por que o humano nunca está satisfeito como é e com o que tem, desejando sempre ser como os outros?
Penso não ter respondido esta questão em virtude da sua complexidade. Todavia, de forma consciente ignorei a inveja como tema, pois meu objetivo foi despertar nos leitores a capacidade que creio que todos possuem, a de construir suas vidas.
Meu objetivo ao escrever, foi dirigir para dentro o olhar teimoso que se faz para fora. Pois é o olhar que se investiga que poderá descobrir o seu propósito nesta jornada fascinante que é a vida. E, sem descobrir-se ninguém se faz enquanto caminha.
O que percebo é que a maioria das pessoas não sabe bem para onde ir e passa a desejar o que o outro é e tem, porque o seu caminho não está claro, patente, concreto. Talvez por isto a vida do outro lhe dá algum norte, direção, ao se tornar objeto de admiração e inveja, tantas vezes. Contudo, todos nós temos talentos, dons, vontades, sonhos, oportunidades.
Todos os textos da série tiveram como objetivo despertar a realidade de que o humano pode alcançar o que deseja se respeitar os princípios que norteiam a vida, como por exemplo, dar honra aos pais. Também de tornar claro que os humanos são tantas vezes dominados pela autossabotagem, sendo necessário dela ter consciência para vencê-la. E, levar os leitores a repensar sua organização e planejamento de vida, para  aproveitar bem o tempo e construir a vida que deseja.
 o problema não é desejar ter coisas que as outras pessoas tem ou querer alcançar muito do que elas são. Acredito que não há nada de errado com os corredores que desejam alcançar ou quebrar o recorde do Usaim Bolt. O problema é não reconhecer quais são capacidades e possibilidades recebidas do Criador e vivermos insatisfeitos o tempo todo com a vida.
Em certa medida, a insatisfação pode nos levar a agir e buscar novos caminhos, mas, também pode nos paralisar e nos fazer crer que o milagre ou a sorte é só para o outro. Quando assim cremos o nosso coração se torna terra fértil para que a inveja floresça. E dominados pela inveja não construímos nada que de fato valha a pena.
O grande segredo de construir a vida que desejamos consisti na difícil arte de nos tornarmos responsáveis por todas as nossas escolhas, tanto quanto de sermos capazes de aceitar as coisas que não podemos mudar. É um difícil equilíbrio. E vamos precisar de muito tempo para alcançá-lo.
Mas, o que importa é não desistirmos de ser quem desejamos ser, pois a vida que recebemos para viver é presente com data de validade, a qual não nos foi informada. Então, faça de você o melhor que pode ser. Honre a vida que recebeu. Não deixe de celebrá-la. Lembre-se: Deus não tem filhos prediletos, e o seu maior presente para humanidade, Seu Filho Jesus, foi para todos.
Lembre-se, você é único neste vasto universo, ninguém é como você e ninguém poderá viver sua vida por você.
Por está razão, eu lhe desejo que seja feliz sendo quem é.
Chegamos ao final desta viagem, semana que vem inicio uma nova série e aguardo sua companhia.
Roseli de Araújo
Psicóloga clínica

quarta-feira, novembro 21, 2018

Sou quem eu quero ser? Preciso do outro para ser quem sou






As relações atuais são tantas vezes mediadas pelas tecnologias que ficamos com a sensação de estarmos interagindo, quando tudo o que fazemos é ler e fornecer informações, nem sempre verdadeiras.
Quantas vezes estamos chorando e respondemos com emojis que expressa alegria, ou irritados mandamos um emoji que sinaliza estarmos em paz? Quantas vezes vivemos lutas internas, dores as quais não conseguimos dar nomes, e ficamos escondidos atrás de palavras que escrevemos e que nada tem a ver com os nossos sentimentos?
Se em todo tempo nossas conversas são superficiais, se não podemos falar com verdade sobre o que vai na alma, então, sofremos um dos maiores males da época: a solidão.
O estranho é que vamos acostumando com a solidão de não sermos quem somos. Maquiando o rosto e a alma, vestindo nossas máscaras. Vamos perdendo a nossa essência na medida em que se perde a relação com o outro.
Frutos desta cultura individualista, nos esquecemos que o humano só se torna quem deseja ser, na relação verdadeira que se pode ter com o outro. É no olho a olho, é na conversa franca ao redor da mesa, é no toque das mãos e dos braços, é na certeza de que ouviremos e seremos ouvidos sem julgamentos, que podemos nos tornar quem desejamos ser.
É na relação com outros seres humanos que eu me construo e me refaço. É nas palavras de apoio, ou na bronca dada na hora certa, que posso construir bons caminhos.
Toda correria desta tal modernidade, o pouco tempo, muito trabalho, este fazer sem folga o qual estamos submetidos nos dá impressão que perdemos tempo ao gastar tempo na relação com as pessoas. E assim seguimos cada vez mais pobres sem a presença do outro.
Todavia, quem quer alcançar sua plenitude como pessoa, precisa encontrar de volta o caminho de estar verdadeiramente na relação.
Semana que vem encerro esta série de estudos. Espero que a viagem até aqui tenha sido uma boa experiência para você.
Com alegria,
Roseli de Araújo
Psicóloga clínica


sexta-feira, novembro 16, 2018

As crônicas da academia – Seja feliz Larissa



Ela se casou e mudou, mas, guardarei na memória suas frases cômicas: “Morri, mas passo bem” e “Quer moleza fica em casa”.
Quando mudei o horário das nove para as onze horas, tive a alegria de treinar com a Larissa. No horário de treino não a víamos enrolando. Ela é daquelas pessoas que nos inspira a sermos mais focados.
Certa vez eu lhe disse que achava muito legal ver o seu foco no treino e por nunca a ver reclamando deste ou daquele exercício. Então, me disse que ao se propor estar ali, compreendia ser necessário fazer o que era exigido.
Larissa de short rosa 
Desconfio que a Larissa aprendeu que a maior competição que temos é conosco. Uma lição que uma vez aprendida nos leva a ser para outros uma inspiração. Afinal, não é brincadeira domar nossa inclinação ao conforto, deixar de buscar para nós o mais fácil e nos propor a executar com excelência nossos objetivos.
Fiquei sua fã. É muito bom conviver com pessoa que nos desafia a ser melhor.
Com gratidão a Deus pela oportunidade de conviver com gente que vale a pena conhecer, termino este texto desejando que nesta nova etapa em sua vida, desfrute de toda alegria possível aos seres humanos.
Roseli de Araújo
Psicóloga clínica


quarta-feira, novembro 14, 2018

Sou quem eu quero ser? - O que eu vejo no espelho?



Olhe-se no espelho calmante. Veja o seu rosto e corpo. O que gosta em você? O que lhe provoca vontade de não se ver?
Atualmente a perfeição do corpo é exigida. A beleza é vendida como mercadoria. Herdamos da cultura grega a ideia do corpo perfeito e atualmente as academias só não estão mais lotadas no Brasil por causa da crise econômica. Portanto, diante de um padrão tão elevado de beleza nasce a insatisfação com o corpo. As mulheres tendem a ser mais infeliz com a imagem corporal do que os homens, embora o número de homens preocupados com a beleza cresça a cada dia1. 


A indústria da estética vende mais sonhos do que realidade, mas bombardeados pela mídia, passamos a desejar o corpo perfeito. Para tê-lo compramos mais e mais produtos, fazemos plásticas e tantos outros tratamentos estéticos. E como a “perfeição” é inatingível ficamos frustrados com o espelho. Afinal, nada é maior que a força do tempo.



Do ponto de vista psicológico é preciso aprender gostar do corpo que recebeu, seja sua silhueta em 8, X, A, V, H ou O2. E não existe a possibilidade de ser quem deseja ser se não estiver bem com o corpo em que habita. Podemos tentar negar as marcas de nascença, o biótipo, a altura, contudo, quem não se aceita jamais será quem deseja ser. Quem não acolhe em si o que não pode ser mudado será carrasco de si mesmo pela vida afora. Não terá folga da tristeza de não ser.
Assusto-me com as pessoas já saradas na academia dizendo que precisam perder mais peso, ou ganhar mais massa muscular, ou, ou, ou...
É triste quando elogiamos uma pessoa e ao invés de receber com alegria a observação simpática e sincera que lhe fazemos, nos aponta o que julga ser defeito em seu corpo. A verdade é que muitas vezes as pessoas estão tão descontentes com sua imagem que não acreditam nos elogios que recebem. É dramático!
É o cabelo que é pouco ou muito, os dentes que são tortos, as sobrancelhas que tem que ficar no padrão da moda (o que acho estranho demais), é a cor do cabelo que é feia, são os olhos azuis e verdes que são mais bonitos, é o peito caído, grande ou pequeno, é quadril largo, quadrado, é a falta de cintura, é o nariz grande demais, é, é, é... Diante da busca pela perfeição, o espelho tão amado se torna juiz injusto a sentenciar a falta, ainda que haja muita beleza. Que tremenda escravidão!
A tragédia da insatisfação causada pelo modelo imposto de beleza é a padronização da percepção humana, quando esta é diferente de uma pessoa para outra, assim como as digitais. Isto significa que ninguém vê uma pessoa do mesmo jeito. Aquela que você acha feia, eu posso ver beleza, e a que considera bela, eu posso achar sem nenhum atrativo.
Portanto, é mentira que o “belo” é uniforme, o “bonito” tem um só molde, que o “lindo” é o que a publicidade vende.
Então, olhe novamente para você. Jamais deixe o espelho se tornar advogado de acusação. Busque aprender a gosta do seu corpo e aceite-se. Faça mudanças possíveis se assim desejar, contudo, sem nunca se esquecer de agradecer. “É o corpo o instrumento que nos permite compor e executar a música original, exclusiva, de quem somos, nesta grande orquestra que é a existência”3. 
A beleza verdadeira está no quanto você se aceita como é. Acredite.
Roseli de Araújo
Psicóloga clínica
Referência:
2.       Livro: 50 regras de ouro para aprimorar seu estilo. Autora:  Cristina Cordula
3.       Livro: Ser crente, ser humano. Autora: Roseli de Araújo


quarta-feira, novembro 07, 2018

Sou quem eu quero ser? – A diferença da Geração Shopping Center para a Geração facebook



Facebook é um ambiente onde gosto de passar para rever os amigos,
os quais não consigo abraçar e divulgar
 meus  textos.
E você?


Antes da popularização da internet, nossa geração, influenciada pelo mercado capitalista, podia ser chamada de geração Shopping Center por ser preocupadíssima com a aparência, superficial e jactanciosa. Ainda hoje segue com as mesmas características, mas, podemos chamá-la de Geração Facebook.
A diferença da geração Shopping Center para a Geração Facebook é a possibilidade de cada um apresentar seu mundo como quer. No Shopping Center, tudo era e ainda é preparado para captar possíveis compradores dos produtos da felicidade. No Facebook, não só compramos, mas também vendemos a imagem de sucesso que adquirimos.
 Antes de continuar escrevendo, quero deixar claro que nada tenho contra o Facebook. Esta plataforma me permiti ter notícias dos amigos que não consigo encontrar a tanto tempo, fico informada de muita coisa interessante e ainda divulgo meus trabalhos.
Reflito aqui sobre o mito de que a felicidade está nas coisas que adquirimos, pois, esta cultura do ter pode roubar de nós quem desejamos ser. Afinal, para atender a expectativa social temos que ter tantas coisas que nos perdemos.
Sabemos que a internet derrubou fronteiras. Hoje com alguns cliques temos acesso a pessoas, lugares, cursos, países, cidades, histórias inimagináveis. Diante de tantas imagens e informações, necessidades que antes não tínhamos são geradas e nos tornamos insatisfeitos com a vida real que vivemos. Então o que fica é a sensação que o mundo que habitamos é pequeno demais. Portanto, nasce o conflito quanto ao que queremos de fato.
Tantas vezes ao ver as postagens nas redes sociais, acreditamos que amigos, colegas, conhecidos estão felizes porque postaram que agora estão em um relacionamento sério, fazendo uma viagem para o exterior, se formando, conquistando títulos, um carro novo, um corpo sarado. Nesta leitura superficial da vida do outro é possível entrarmos em crise com a nossa própria vida, principalmente se a pessoa estiver avançando em alguma área a qual julgamos que estamos estagnados.
Entretanto, só serei quem eu quero ser quando abandonar a régua da inveja que se fortalece da fantasia desta cultura Facebook, ao parar de achar que eu tenho que ser isto ou aquilo e compreender que é um delírio da cultura ter mais e mais.
O que eu realmente gostaria de fazer na vida? O que de fato é possível? Quem disse que não posso ser feliz com minhas escolhas, embora elas pareçam modestas aos olhos desta sociedade insaciável?Quem disse que ser dona de casa não é bom? Que ser professor é profissão medíocre? Quem disse que ser médico é ser feliz? (Cabe informar que entre eles ocorrem muitos suicídios). Quem disse que a receita do sucesso é a mesma para todos? E o que é mesmo sucesso?
Só serei quem eu quero ser na medida em que eu descobrir meu propósito e focar nele.
Não vamos encontrar quem queremos ser na aparência, na superficialidade e na jactância desta cultura. É preciso descobrir-se, viver com profundidade – verdade o que se tem e com humildade reconhecer as impossibilidades, limitações, dores, defeitos e doenças que certamente todos têm.
Não caia no conto da vida perfeita. A vida é para todos uma estrada sinuosa. 
Roseli de Araújo
Psicóloga clínica

segunda-feira, novembro 05, 2018

As crônicas da academia – Sem desculpas para encontrar o “ Como”

Mural da Skill Box 
A Márcia sempre nos surpreende com as escolhas de frases para o mural da Skill Box.  Muitas citações nos fazem rir, pensar, refletir, e outras como estas no mural acima, nos deixam a questionar, o que é mesmo que ela quer dizer?
De acordo com a gramática este “Por quê” separado e com acento - é utilizado apenas no final da oração, seguido de um sinal de pontuação e significa qual razão, motivo pelo qual. Por exemplo: Ele faltou ao treino, por quê?
Já o “Como” assume na língua várias funções, mas imagino que aqui, o sentido seja de preposição (na qualidade de, com caráter de, na posição de), exemplo: Como aluno (a) da Skill Box devo chegar na hora certa para o treino, ou de advérbio exclamativo de intensidade “Nossa, como você evoluiu!”
Acredito que em outras palavras o recado para a família Skill Box foi:
“Para quem de fato quer evolui, saiba, você vai encontrar o caminho”. Para quem quer aprender o exercício, ainda que tenha dificuldade de executá-lo da forma correta, treine, treine e verá que conseguirá. Para quem não gosta do exercício, faça assim mesmo que ele vai lhe ajudar chegar onde se propôs. Para quem diz não vou nem tentar fazer, qual é mesmo sua razão para ir ao Box?
Se compreendi bem, só iremos conquistar o que desejamos quando nossas razões silenciarem nossas desculpas, ou quando nos fizeram mais determinados diante do que não gostamos ou achamos difícil de enfrentar, encarar, fazer.
E a Márcia mais uma vez nos desafia a avaliar nossas razões, motivos, propósitos – pois no Box quanto na vida, não chegamos a lugar nenhum sem a força do que nos move.

Roseli de Araújo
Psicóloga clínica



quarta-feira, outubro 31, 2018

Sou quem eu quero ser? A vida é rodovia a exigir o mapa do planejar




Creio que listar quais são as coisas que precisamos e queremos fazer nos ajuda a dar norte na caminhada de ser quem desejamos. A lista torna concreta a ideia abrigada na mente, nos sonhos, nos pensamentos. E, do que se faz palpável, visto, tocado é mais fácil construir os objetivos, sejam eles imediatos, a médio ou a longo prazo.
Com a lista podemos construir o nosso planejamento que tornará nossos alvos possíveis. Entretanto, mais difícil do que fazer a lista é cumprir o planejamento proposto.  De nós será exigido disciplina e a flexibilidade, virtudes necessárias para realizar o que precisamos e os nossos sonhos.
A disciplina é a arte do foco. Ela nos impulsiona começar algo e terminar, nos ajuda vencer a vontade do nada e as distrações do caminho, fortalecendo em nós a auto-estima necessária para cumprirmos nossos objetivos. Por vezes me pergunto se ela modela em nós a força ou se é a própria força a nos incentivar a vencer o que é difícil. Mas, o que importa? Se a temos vamos colher as sementes sonhadas e plantadas no solo das nossas vidas. Diz a Bíblia no livro de Hebreus 12:11“Que nenhuma disciplina parece ser motivo de alegria no momento, mas de tristeza. Mais tarde, porém, produz fruto de justiça e paz para aqueles que por ela foram exercitados”1.  
Já a flexibilidade é aquela capacidade de nos reorganizarmos quando ‘A Vida, Soberana’, nos surpreende com eventos novos e a rotina estabelecida é alterada. É o equilíbrio diante do susto da agenda que pegamos em nossas mãos no final do dia e percebemos que sem nossa permissão ela foi totalmente reescrita. John Lennon nos diz de maneira simples e profunda,“que a vida é aquilo que nos acontece enquanto fazemos nossos planos” e a flexibilidade é com certeza a vontade que se refez diante das mudanças para se alcançar o proposto.
Embora a estrada para nós construirmos nos pareça arriscada, persista a disciplina e a flexibilidade. Estas virtudes associadas fazem com que o mapa do planejamento nos guie na rodovia da vida. E ainda quando tivermos que mudar o caminho, com o planejamento em mãos ficará mais fácil atualizar o GPS que trazemos dentro de nós, e assim iremos conseguir refazer a rota, sem nos perder dos nossos objetivos.
Semana que vem seguimos pensando no desafio de ser quem queremos ser.
Até lá.
Roseli de Araújo
Psicóloga clínica

segunda-feira, outubro 29, 2018

As crônicas da academia – A receita do chato



Se você quiser ser uma pessoa chata, a receita é simples: Seja murmurador.
Entretanto, é muito desagradável estar com quem reclama o tempo todo. Tais pessoas tornam qualquer ambiente pesado, sendo capazes de provocar mal-estar e aversão nos que estão ao seu redor. Confesso que sinto pena dos Coaches quando os reclamadores estão no Box, eles são irritantes.
Uma coisa é reconhecer que o exercício é difícil de executar, outra coisa é ficar afirmando o tempo todo, “eu não dou conta, este exercício é difícil demais, nunca vou conseguir fazer, não gosto deste ou daquele exercício”.
De acordo com a neurociência, quando emitimos palavras negativas constantemente aumentamos o nível de estresse, fazendo com que os processos de lógica e raciocínio no cérebro sejam inibidos, afetando a sua funcionalidade normal. O que significa que ao reclamar no Box roubamos de nós mesmos a capacidade de raciocino que nos ajudam a executar os exercícios de forma correta. Em harmonia com a neurociência estão as palavras de Salomão, ao nos dizer que: “Do fruto da boca o coração se farta, do que produzem os lábios se satisfaz. A morte e a vida estão no poder da língua; o que bem a utiliza come do seu fruto”. Em outras palavras, o que falamos pode produzir boas e más emoções, nos ajuda a construir ou destruir a vida. Portanto, não subestime suas palavras.
Quando cheguei na SKill Box me apaixonei pela corda. Sempre que via alguém subindo e descendo com facilidade eu me perguntava: Darei conta algum dia? Ao falar disso com a Márcia, ela me disse que o segredo estava em prender os pés, desde então, passei afirmar para mim mesma que iria um dia conseguir. Para quem chegou aos 46 anos sem nenhum equilíbrio e pouca força, parecia um sonho distante, todavia, na medida em que afirmava que eu iria conseguir, fiquei motivada a persistir. Quando completei sete meses no Box, subi pela primeira vez, e estou em festa por isto até hoje.
Portanto, se você chegou na Skill Box, se matriculou, então não duvide, você pode! Seja positivo em suas palavras, pois assim se fortalecerá para seus objetivos, manterá o ambiente agradável e conquistará a simpatia desta querida família.
Agindo assim, você e eu manteremos a chatice bem longe.
Roseli de Araújo
Psicóloga clínica



quarta-feira, outubro 24, 2018

Sou quem eu quero ser – Como construir meu planejamento




O próximo passo a ser dado após estabelecer os objetivos é fazer um bom planejamento.
Deixe-me contar a minha história: Eu sempre quis ser psicóloga, mas as condições financeiras não me permitiam. Em 1993 quando entrei para a psicologia, apenas a Universidade Católica oferecia o curso em Goiânia. Contudo, não tive condição para manter o curso e desisti no primeiro semestre. Em 2003 retornei. No segundo período deste mesmo ano, por causa de um problema no olho esquerdo, tive que fazer uma cirurgia.
Tive que gastar tudo o que tinha e ainda foi necessário fazer um empréstimo para pagar em 5 anos, o qual me deixou sem condição de retornar por todo este período.
Deprimida, infeliz e frustrada cheguei a pensar que não conseguiria me formar nunca. Mas, fazendo psicoterapia, pude compreender que estava em minhas mãos lutar pelo meu sonho. Então, busquei um trabalho para adquirir recursos para realizá-lo. Não querendo trabalhar na formação que tinha em saneamento, decidi que faria o curso técnico de segurança do trabalho. Concluí o curso em dois anos, fiz um estágio de gratuito e ao final fui contratada. Em sete meses consegui economizar uma quantia para retornar a faculdade, mas não era suficiente. Vendo meu empenho, meu marido completou o que faltava e pude retornar mais cedo do que eu esperava para a tão sonhada psicologia. Levei 20 anos para chegar onde desejava. Em 2013, aos 42 anos, me formei. Desde então atuo como psicóloga.
Para realizar o que eu sonhava foi necessário fazer o seguinte planejamento: Estudar, trabalhar e poupar.
Não sei qual é o seu objetivo, pequeno ou grande aos seus olhos, uma coisa é certa, todos os objetivos exigem planejamento, e sem ele não chegamos a lugar algum.
Para fazer um bom planejamento e alcançar os objetivos da sua lista é preciso responder as seguintes perguntas: o que eu quero fazer? Quando? Onde? Com quem? Quanto dinheiro vou precisar? De que informações eu necessito? De quanto tempo eu preciso em cada dia da semana?Quais são os recursos ou serviços necessários? Depois de responder a todas estas perguntas, escreva o seu planejamento. Comece pelos objetivos imediatos, faça também para os seus objetivos de médio e longo prazo.
Não deixe para amanhã. Hoje, arregace as mangas e vá para vida.
Semana que vem seguimos com as dicas.
Aguardo você.
Roseli de Araújo
Psicóloga clínica

segunda-feira, outubro 22, 2018

As crônicas da academia – O imediatismo reina?



O imediatismo é aquela ideia que tantas vezes nos domina e nos leva a agir de forma precipitada sobre uma determinada situação. É o pensamento macabro de que tudo tem de ser feito rápido demais, pensamento no qual esperar é sempre perder e a alegria só está no pódio. É aquela atitude de quem não tem paciência com o processo, que suborna para não pagar a conta e acredita que os fins justificam os meios.
O imediatismo é o ladrão a nos roubar a razão. E sem o uso dela, ficamos com o pensamento mágico da criança que acredita que ao colocar a capa do super-homem e subir na janela, será suficiente para sair voando. Percebemos um adulto com o pensamento mágico no Box quando no primeiro dia de treino ele deseja acompanhar o Warm de preparação, ativação, técnica e WOD como os colegas que já estão treinando há muito tempo, ou na primeira semana de treino tenta acompanhar o WOD, fazer na sequência 100 burpee, ou, em dois ou três meses tenta pegar o mesmo peso de alguém que já está a seis anos treinando.
No Cross, como em qualquer modalidade esportiva, os movimentos precisam ser executados sob as orientações de profissionais experientes e a evolução na execução dos exercícios tem que ser gradual, portanto, a técnica deve ser priorizada, sendo necessário tempo para aperfeiçoá-la.
O imediatismo no Box é perigoso, podendo causar lesões sérias no corpo. Porém, o mais triste de se ver é a lesão emocional da infantilidade. Tal como, adultos incapazes de controlar a criança mimada que traz dentro de si.
O Rodrigo, a Márcia e o Rafael já tiveram algumas vezes que me relembrar que é melhor fazer devagar, pensando no movimento, do que cumprir todos os rounds. Eles têm razão, é pensando que nós podemos dar adeus ao imediatismo.
Por esta razão, ao chegarmos ao Box, usemos a nossa maior força: Nossa capacidade de pensar. Assim fazendo, daremos adeus ao imediatismo, afastando de nós o pensamento mágico e diminuindo a possibilidade de sofrermos lesões.
Pense nisto!
Roseli de Araújo
Psicóloga clínica

sexta-feira, outubro 19, 2018

Estou feliz com mais este sonho realizado



Esta é a divulgação do meu primeiro romance. Um sonho alimentado por 36 anos. Descubro que nada é impossível apesar da jornada nem sempre ser tranquila. 
Quero deixar minha gratidão registrada ao meu marido que está sempre ao meu lado, ele é quem de fato divulga meus trabalhos, ao Gislean, mais que um revisor dos meus textos, um amigo incentivador, ao Kemuel, que com carinho e muita competência fez esta bela capa e a Duana, está morena bonita que de coração foi para um ensaio fotográfico.
Aos meus amigos do blog muita alegria pela companhia sempre e pelos comentários, seja aqui no blog ou no whatsapp.  Conto com a ajuda de vocês na compra do livro para que eu possa concorrer ao prêmio de literatura da Kindler. 
Segue a divulgação. Se puder compartilhe.





quarta-feira, outubro 17, 2018

Sou quem eu quero ser? Estabelecendo as prioridades

Sou quem eu quero ser? Estabelecendo as prioridades
A vida é um caixa de surpresa. Por vezes somos surpreendidos por eventos que alteram todo a nossa rotina, outras vezes o volume de atividades aumenta e ficamos sobrecarregados, nestes momentos ter claro quais são as nossas prioridades nos ajuda a manter o foco.
A lista do que precisa ser feito pode ser um farol a nos apontar a direção do objetivo que tínhamos estabelecido. Sempre que perceber que sua vida está desorganizada ou desorganizando-se, refaça sua lista. Ela lhe dará norte para ter uma agenda. Sem uma agenda definida seremos um barco a deriva neste bravio mar que é a vida.
Se com uma agenda definida corremos o risco de nos perder e distrair do nosso foco, sem ela é certo que viveremos uma vida sem realizar o que desejamos e pior do que isto, frustrados, tantas vezes deprimidos e com baixa estima.
A falta de agenda e a procrastinação pode gerar em nós o sentimento de que não podemos confiar em nós mesmos. De que ser organizado é para o outro e o sucesso é para os mais dotados.
Nunca me esquecerei da fala de uma professora que nos dava aula de testes psicológicos quando percebeu que muitos alunos ficaram frustrados com o resultado do teste de inteligência, que indicava que eles tinham um QI - Quociente de inteligência – médio. Frente ao questionamento de muitos, disse: “Vocês não imaginam onde pode chegar uma pessoa com quociente de inteligência médio, devido a dificuldade em algumas áreas, eles têm que focar e quando conseguem são os que mais se sobressaem”
Neste dia, aprendi que o problema não esta no quociente de inteligência, pois seja ele qual for, o que nos fará alcançar nossos objetivos, é o uso disciplinado da inteligência que temos. Se está com uma vida sem nenhuma agenda, pode ter certeza que você tem desprezado a capacidade que bondosamente recebeu de Deus.
Por esta razão, deixe de desculpas e faça sua lista.
O próximo passo é estabelecer seus objetivos imediatos - aquilo que pretende fazer logo, seus objetivos de médio prazo- que pode ser realizado em uma semana ou meses, e seus objetivos a longo prazo – algo que pode levar anos.  
Olhando a lista que fez e definidos os seus objetivos imediatos, médio e a longo prazo, é preciso escolher cinco dentre seus objetivos imediatos para executar primeiro. Escolha também dois objetivos a médio e longo prazo.
Você terá até a próxima semana para pensar seus objetivos e fazer sua lista. Eu seguirei na quarta com as dicas.
Aguardo você.
Roseli de Araújo

sábado, outubro 13, 2018

As crônicas da academia – A perfeição não te incomoda?



Direita, esquerda, esquerda, direita. Os coaches dão as ordens e descubro que essa tal de lateralidade nem sempre é coisa fácil.
Quando eu ou um colega com déficit de atenção gira em sentido contrário a ordem do Coach, a risada rola solta, porém, desconfio que o Rafael, a Márcia e o Rodrigo, se divertem mais ainda com estes exercícios ao ver adultos tão descoordenados rsrs...
Percebo que a ansiedade de não errar visita-me, pois não passarei despercebida dos Coaches e dos colegas. O interessante é que quanto mais preocupada fico, mais erro. Ninguém merece kkk...
Não sei onde aprendemos que temos que acertar o tempo, todavia, essa é uma expectativa comum, o que nos torna tantas vezes reféns de um perfeccionismo que rouba energia e alegria diante da vida.
Diversas pessoas desistem do cross porque não conseguem executar algum exercício ou acompanhar o ritmo do treino. Alguns ficam tão frustrados consigo mesmo, que na primeira aula desistem. Outros, na medida em que vão conhecendo os exercícios que tem dificuldade de executar, não se permitem continuar, acreditam ser inadmissível conviver com suas próprias dificuldades.
Contudo, haverá exercícios que teremos vontade de sair correndo do Box, outros que exigirá muito treino e tempo para fazermos certo, mas e daí?
Por que temos que exigir perfeição se não somos perfeitos por natureza? Olhe com atenção o seu corpo e descobrirá uma perna maior que a outra, um olho, um lado da cabeça com menos cabelo. Um corpo simétrico é algo incomum e do ponto de vista psicológico, é consenso que ninguém é “normal” o tempo todo, pois de “médico e louco todo mundo tem um pouco, diz um velho ditado.
Assim, tanto na vida quanto no crossfit, temos que aprender a lidar com a realidade de que perfeição não faz parte do mundo dos humanos, sendo necessário trilhamos o caminho da humildade para identificarmos e aceitarmos as nossas deficiências. Vamos errar e daí? O que importa é seguir em frente.
Pense nisto.
Roseli de Araújo
Psicóloga clínica



quarta-feira, outubro 10, 2018

Sou quem eu quero ser? – Vencendo a autossabotagem



Sendo a procrastinação um dos sustentadores do comportamento sabotador, só nos tornamos quem desejamos se decidirmos vencê-la.
Rita Emmett nos diz que “protelar causa estresse, doenças e baixa-estima”. Isto ocorre porque na medida em que você não faz o que precisa ser feito para hoje, se torna uma pessoa sem realização, além é claro de viver uma vida sem organização.
Para vencer este mal de procrastinar precisamos compreender que ela foi um hábito que adquirimos ao longo do caminho, e como tal pode ser mudado. Também é necessário perder o medo de fracassar.
Importante considerar que o medo é mesmo um vilão o qual devemos ficar de olho, afinal, tem potencial para roubar nossos sonhos. Nem sempre é possível detectá-lo ou assumir que ele está presente, entretanto, desconfie sempre daquela ideia do “eu não dou conta”. Diante de algo que precisa e queira fazer pergunte-se: Como não dou conta de algo se não tentei muitas vezes?
Ninguém nasce sabendo, vamos aprendendo ao longo do caminho, mas infelizmente, em alguma curva sinuosa, vamos deixando esta verdade para trás, e nos esquecemos que os vencedores não são pessoas que não erraram, são pessoas que não desistiram de fazer o que se propôs. Thomas Edson disse que aprendeu 100 maneiras erradas de construir uma lâmpada, realizando seu intento depois de todas estas tentativas. E entra para a história da humanidade contribuindo com o dia a dia de milhares de pessoas no mundo. Porém, seu sucesso ocorreu porque viu no erro um caminho e não um fracasso.
Deixando a crença de que é procrastinação faz parte da sua personalidade e o medo de fracassar, pegue uma caneta, uma folha de papel e prepare uma lista de coisas que pretende fazer, entretanto, tem adiado. Se tiver dificuldade, ande pela sua casa, seu ambiente de trabalho, veja os armários sem pressa.
Esta lista deve conter tudo que dever ser “verificado, devolvido, consertado, substituído, jogado fora, terminado, lavado, esvaziado, removido, limpo, organizado, retirado, modificado, pintado e comprado”2. Acrescente nesta lista o que um dia deixou de lado, mas que sempre quis fazer, como por exemplo: Uma viagem, um curso.
Coloque sua lista em algum lugar onde será sempre visualizada, lendo pelo menos uma vez por dia.
Para você ser quem deseja ser é preciso estabelecer suas prioridades a partir desta lista. 
Como fazer isto?
 Semana que vem conversamos.
Roseli de Araújo
Psicóloga clínica

sexta-feira, outubro 05, 2018

As crônicas da academia - Você já ficou desanimado em ir para o Box?



Estas duas semanas foram difíceis para mim. O joelho direito começou a doer e fui impedida de fazer diversos exercícios. A sensação é que um balde de água fria foi derramado sobre meu entusiasmo em evoluir nos exercícios. Travei uma luta interna para cumprir os 3 dias que me propus treinar por semana.
Sempre nos lembrando coisas importantes, a Márcia me disse que “para evoluir as vezes é preciso regredir”. Coisa difícil de compreender. Porém, me fez pensar em muitos momentos na vida em que as dificuldades nascem para me levar para uma circunstância melhor. Deixe-me explicar:
Lembro-me de uma paciente que estava extremamente cansada, todavia, por questões de trabalho não podia dar a pausa necessária. Eu insistia que estava em seu limite e necessitava do descanso físico, entretanto, embora concordasse comigo, não conseguia parar.
Mas, a vida, pioneira em dar surpresas, preparou um imprevisto. Indo para o trabalho sofreu um pequeno acidente o qual a deixou impossibilitada de trabalhar por um mês completo. Ficou chateada, protestou por perder importantes contratos, contudo, teve que cumprir o atestado por causa das suas condições físicas.
Dois meses depois, me assustei com seu avanço na psicoterapia, que até então estava lento. Descansada foi capaz de avaliar melhor o seu momento e tomar as decisões que necessitava.
Ela teve que perder para poder descansar, porém, o que ganhou depois não pode ser mensurado.
No Box esta lição nem sempre é clara e fiquei a me perguntar o que um joelho doendo poderia me fazer evoluir, porém, ao refletir na frase da Márcia, pude perceber que não me deixei vencer pelo desânimo e indo sem uma gota de vontade, fortaleci em mim a disciplina de ir ao Box.
Confesso que termino esta semana feliz. Afinal, ser assíduo é bem maior que fazer este ou aquele exercício, pois sem esta disciplina não evoluímos em exercício algum.
Pense nisto.

Roseli de Araújo
Psicóloga clínica