quinta-feira, março 31, 2016

O feio vencendo o belo

Frágeis são as pétalas de uma rosa que admiramos ao longe, ou quando perto podemos tocar. E, sem aspirar desconfiança, nos perguntamos para que ser tão bela se seu destino é êfemero?
Talvez, essa dor surja porque na beleza reside uma espécie de encantamento, uma sedução que os olhos não resistem, antes, se entrega na fração do tempo, o coração que se esconde.
E se seguimos embevecidos, a razão perdida fica, para a magia do que se apresenta. Contudo, o feio não se rende, brinca de pique esconde também no coração da gente.
E refém da sua falta de harmonia, o feio, que carregamos dentro da gente, derroca o encantamento da vida, como uma tempestade arrasta tudo o que encontra a sua frente. E podemos seguir vestidos com a nossa roupa mais bela, com o nosso sorriso mais pensado, mas o olhar, quem pode não o vê? Ele expressa a dor que em vão ocultamos sobre nossas palavras mais leves.
E o que antes era admirado, agora, desprezado é. E a flor que embalava os sonhos de outrora, provoca, no hoje, a amargura que cobre com o seu véu mais pesado, a alegria que nos fazia seguir contemplando a beleza que a vida nos presenteia em nossa jornada.
E vivemos a vida com a possibilidade fúnebre do feio vencer o belo.

segunda-feira, março 28, 2016

Mudar

Mudar é descobrir que algo dentro de si desorganiza, para encontrar uma nova disposição. É deixar para trás quem tanto amamos, mas certo de que as raízes que nos prendem nos manterão seguros para sempre. Porque nada se perde quando o amor se faz presente.
Ao mudar aprendemos que tem coisas que necessitam de serem carregadas com cuidado, enquanto outras de qualquer jeito, chegam lá. E que os objetos que trazemos falam de nós, dos nossos gostos, das nossas cores, dos nossos ideais.  
É sentir que necessitamos de mapa, ao estarmos em uma nova cidade, e que amigos, sejam onde for, são guias que consolam a alma, ao nos conduzir por ruas, avenidas, lugares, antes nunca visto.
É desvendar um mundo novo que nasce dentro da gente. Este que brota, por vezes produz certa melancolia, um desencontro com o passado da composição do que somos,  apontando para um futuro que não sabemos onde nos levará, mas que produz alegria ante a expectativa do novo que se pode construir. 

O tempo presente, ao mudar, é vida que renasce pra uma nova saga, levando-nos a um novo destino, construído por aquilo que nos é imposto, e que se entrelaça pela edificação das nossas escolhas, hoje.
Mudar é ser lagarto, para depois ser borboleta. É ter formas feias, para se transformar no belo, encontrando assim a possibilidade, sempre, de fazer da vida, uma poesia que vale a pena ser lida.

Mudar não é sair de um lugar para outro, mas é deixar a vida trazer um caminho novo.

quinta-feira, março 24, 2016

Os dois reinos

Fiquei pensando que viver é transitar em dois reinos. Ao conhecer a Jesus, como o Senhor e Salvador, passamos a morar no reino da luz, nós antes que éramos do reino das trevas. Aprendemos, neste novo reino, que sua geografia só é conhecida pela Palavra. O reino das trevas agora é terra que pisamos um dia, mas fomos resgatados. Que coisa maravilhosa é pensar nisso! Mas, estamos aqui, e esta terra firme que pisamos, abriga a realidade destes dois mundos, e, nesta terra transitamos.
Por vezes, ficamos assustados, ao descobrir que a terra é um ringue. Porém a vida com Jesus nos ensina que a maior luta está dentro de nós. E, esta batalha se revela na nossa insistência em desacreditar da bondade de Deus, em temer o amanhã, como se os planos do Eterno fossem duvidosos. Esta guerra que vivemos, se faz em nossa tendência em desacreditar que a Palavra não falha, que Deus nunca nos contraria, antes, nos livra. Ele é bom, e tudo o que faz é perfeito e agradável.
Que possamos vencer pela fé, esta incredulidade, que nos faz desfrutar mais do reino das trevas do que do reino para o qual fomos chamados.
Que o Senhor Jesus nos ajude a viver com alegria tão grande salvação.


segunda-feira, março 21, 2016

Maldade refinada

A maldade mais refinada tem um toque de sutileza que é capaz de desmontar o outro. Ela se apresenta com gestos leves como uma goteira que insiste em cair pausadamente.
Ela não grita, mas no seu silêncio é capaz de esmagar o que chega, mesmo quando outro nem sequer é conhecido.
Ela está presente nos corações dos homens que não se deixam moldar, desses que acreditam saber tudo...
Destes que se impõem sem se importar com o momento que é do outro,  e assim vão jogando dinamites, explodindo com as estradas que tornam possíveis que as amizades sejam construídas.
 Na verdade, estes, acreditam não precisar dos amigos, eles são suficientes em si mesmos, e se vão para o encontro com o outro, é para torná-los meios para os seus fins.
Essa maldade refinada se revela quando falta a percepção do momento que é do outro, é a incapacidade de chorar quando o outro chora, de se alegrar quando o outro sorrir.
É a  mais fria e calculada estupidez de recolher as mãos, deixando o outro com as mãos estendidas...  acreditando assim, que tem o melhor olhar para a vida, se apresentando tão pobre... mas se sentindo tão rica.
A maldade refinada é o desprezo pelo outro que não lhe fez nada. É incapacidade de respeitar o outro, quando o outro decide andar em uma nova estrada.
É construir  o ódio de graça, em si mesmo, ao passar pela calçada e dar as costas ao outro que nada lhe fez.
Que a maldade refinada tão presente na ausência das palavras mágicas: Obrigado, por favor e da licença, fique longe...bem longe...mais bem longe.
E que como a Jesus, eu e você siga, com a leveza e beleza da sua educação frente a mulher adúltera. Enquanto todos diziam apedrejem, Ele, num gesto de amor, abaixou o olhar, para não constranger quem já estava tão constrangido, nos ensinando assim o quanto o amor é bem educado.
Que Jesus nos livre de encenar a falta de gestos mínimos de educação, nos poupando de representar no teatro da vida, esta peça tão lúgubre.
Que o Senhor nos livre!



quarta-feira, março 16, 2016

Amor que dói

Você já sentiu um amor que dói?
Quando o experimentamos, ficamos deslumbrados, e desejamos que sempre permaneça...

O amor que dói é leve e livre, mas me faz querer ainda mais estar cativa, porque voa sempre na certeza de um pouso seguro, um colo macio, um ombro que ampara.

Este amor que dói despertar em mim um amor tão cúmplice, que até um olhar que o ameaça me confronta.

Ah... que amor é esse que me invade, que me faz desejar ser melhor do que já fui, e inspira o meu coração aos mais ternos cuidados?

 Chega tão mansinho... e levemente destrói, uma a uma, todas as reservas, levando a me entregar sem medo, sabendo que há chão seguro.

Sim, de tão forte, esse amor dói, como dói ao vermos a mais bela paisagem, ou quando ouvimos uma música que nos tocam tão profundo. Extasiados ficamos a contemplar o que não forjamos, mas que está lá, pronto a ser mostrar na sua roupa mais bela.

O amor que dói, eu o desejo todo dia, não como o masoquista, mas como alguém que sabe que é no fogo das batalhas que se conquista os melhores tesouros.

E assim estou a viver o que pensava não mais ser possível... e descubro que nada é tarde, quando Jesus quer transformar água em vinho.

segunda-feira, março 14, 2016

O choro cumpre um propósito.

Trecho do livro:
...Desobedecendo à lógica do tempo, comecei a viver um verdadeiro descompasso em minha história. Estava dançando rápido, mas a melodia era lenta. Procurei sorrir e perdi a oportunidade de experimentar o propósito do choro. E o choro, diz a Palavra, cumpre um propósito em nossa vida. Sei que é difícil crer nisso em uma sociedade que vive e mantém a aparência de felicidade, onde o imperativo é ser feliz a qualquer preço. Não é à toa que a indústria farmacêutica vende milhões de antidepressivos na promessa de nos dar a tão almejada felicidade. Contudo, a Bíblia nos orienta que é preciso viver todas as estações que a vida propõe. 
Falta apenas 5 dias para o lançamento.
Aguardo você.

sábado, março 12, 2016

A mulher que não se deixa ver

A mulher que não se deixa ver não é a que está fora do peso, mas aquela que só fala de dieta. 
Quando elogiadas por seus maridos, namorados, parentes e amigos, ela mostra sua barriga, o peito que julga caído, a flacidez da sua pele, as rugas do seu rosto, o cabelo que não está na cor certa, que é muito, que é pouco, que é embaraçado, que é liso demais, que é afro demais, as pernas que estão finas ou grossas, suas celulites, ai as celulites, que pavor! Penso que as mulheres não sabem que homem nenhum ver até que mostre. É mesmo uma angústia desnecessária.

A mulher que não se deixa ver é aquela que teme, uma mulher que acredita ser mais bonita do que ela. Essas, só dão contas das senhoras bem idosas e das meninas bem novas, com as da sua faixa etária, sentem-se ameaçadas, quando não é ela que recebe os olhares por onde passa. 

A mulher que não se deixa ver, vê só os seus defeitos...
Ela murmura de tudo...
Ela está cansada demais para uma noite com fogo e paixão, porque a casa que era pra ser um lar, se tornou um lugar só para limpar, lavar, passar, escovar, cozinhar... E, assim vai ficando esquecido o abraço do marido, fazendo com que o amor eros não resista a solidão, e assim, esse amor vai se despedindo, saindo bem de fininho pela fresta do eterno fazer, fazer, fazer. E o casal antes tão apaixonado vai ficando como irmãos... 

A mulher que não se deixa ver, não tem agenda, a sua agenda é dos outros - mas ela está infeliz em cuidar tanto - quer abraço, ser também cuidada, mas ela morre fazendo, e em silêncio? Não, seu olhar grita cansaço. Ela não aprendeu que a vida é dividir, para que haja tempo pra viver o que se tem na cama, na casa, na janela.

A mulher que não se deixa ver, não é a que está fora do peso, é a que perdeu o valor que o humano não perde, deixando de amar o que de Deus recebeu sem nenhum esforço. 
Amargurada segue, não tinha mesmo outro jeito, o seu olhar se perdeu na feiúra que decidiu ver.

A mulher que não se deixa ver lentamente vai morrendo, mas a morte sempre fere, não importa com que velocidade chegue, e vai deixando suas marcas nas calçadas, nas esquinas e
nas ruas dos corações.



sexta-feira, março 11, 2016

Trecho do livro: Ser Crente, Ser Humano.



O Lançamento do Livro se aproxima... meu coração está feliz.

Aguardo Você.

Trecho do Capítulo IV - A Culpa Sob a Mira da Palavra.


... Viver sob a escravidão da culpa é algo profundamente torturante...
O sentimento de culpa  é aquele que experimentamos quando fazemos uma avaliação sobre nós, e nos damos conta de que fizemos escolhas que nada tinha a ver com a vontade de Deus para nossa vida. Essas escolhas podem ser em relação a uma ordem clara de Deus na sua Palavra, ou pode ser a compreensão errada de uma direção divina, tal como, se devo ou não mudar, ou com quem vou ou não me casar.

Sempre que identificamos que erramos, pode surgir em nós muita insegurança diante da vida e ficamos a mercê do sentimento de incompetência, que se não for reconhecido e tratado pode gerar doenças psicossomáticas. E o fruto de não experimentar o perdão me levou a desencadear depressão, e por anos a fio tive que me submeter a medicamentos e psicoterapia. Estava tão insegura que lembro que em minha primeira sessão de terapia, disse a psicóloga que não queria mais fazer nenhuma escolha, afinal, só escolhia caminhos que não queria seguir, porém ela me disse que fazendo a escolha de não escolher, eu já estava fazendo uma escolha. Fiquei pasma! Era óbvio demais, não tinha saída, não fazer escolha era escolher fica onde eu estava e onde eu estava não era possível continuar, porque cada vez mais adoecia...

quinta-feira, março 10, 2016

O que é amar?

De todas as experiências humanas eu acredito que conhecer alguém e desejar viver com ela um amor pra toda vida, ao mesmo tempo que sabe que ela também deseja com você, é certamente um suspirar de alegria, um caminhar com os mais leves passos, é sorrir sem nenhum esforço... Se você encontrou o seu amor se verá nas minhas linhas escritas.

É um entregar sem fronteira, colocando-se na estrada desconhecida.
É adentrar o mundo inexplorado de alguém, apaixonando-se pelo que é revelado.
É ter nos pés as marcas das pedras no caminho, mas jamais querer estar em outro lugar.
É sorrir com todo alegria só de ver o amor passar.
É se deixar sonhar sem ao menos cochilar...
É dormir, e ter o prazer de acordar com a lembrança do último olhar visto...
É sentir correr no corpo um calor que aquece até alma, refrescando-se com o desejo de viver o abraço que a tanto tempo se esperou na janela.
É desejar não ir mais embora do lugar onde o amor está.
É querer o mundo do outro, como seu mundo fosse.
É defender de qualquer olhar que parece querer expô-lo.
É cuidar como o mais fino trato.


É sentir uma saudade que aperta o peito, quando se imagina que não vai poder estar perto.
É confiar que a verdade é a bússola que dará norte a caminhada que virá, fazendo de cada instante um colo e uma rede onde os corações descansará.
É viver a beleza de saber que nenhuma palavra por mais bela ou profunda que seja, será capaz de expressar o sentir que encharca o coração.
É saber que não há certezas, porém nada pode ser tão firme quanto o amor que se desponta.
Amar, amar e amar... alguma explicação comporta?

O bom mesmo é poder viver.

segunda-feira, março 07, 2016

A mulher que sou.

No dia 8 de março comemora o dia internacional da Mulher, na terça a festa certamente vai acontecer em todo esse país. Felicitações, flores, presentes. Eita coisa boa é comemorar datas, e, por isso, não posso deixar esta sem alguma consideração. Vai ai o que eu penso de ser mulher.


Gosto de ser mulher, e, nunca nem pensei sobre discriminação até que meu marido morreu. Ufa! Que sociedade burra, que pensa que a separada, a mãe solteira, a divorciada, e as viúvas estão a disposição para atividades sexuais ilícitas...

Mas ainda que haja preconceito, e daí?
Sei que sou fruto e parte desta sociedade, mas sei quem sou, e mesmo contaminada, penso!

 A muito já aprendi que o preço que foi pago por mim, lá naquela cruz, me fez mais valiosa do que todos os tesouros do mundo. Por essa razão, escrevo, sem nenhum rasgo de dor, que sou mulher e sempre achei isso maravilhoso.

Sempre escuto falar que somos invejosas, machistas, mandonas, e, infelizmente, tem muita mulher que comprova esse diagnóstico, mas eu também conheço mulheres empoderadas, que amam a vida que receberam, que são braços para as mulheres que estão ao seu redor, e que sabem respeitar o que o outro quer.
Dentre tantas mulheres admiráveis, destaco aqui, sete delas:
Minha mãe Carmem, que me deu a vida.















Minha avó Mariana, meu exemplo de superação.
















Minha Magna, que sempre acreditou em mim.



















Minha mãe na fé Janine, a quem vou amar eternamente em gratidão.



















Minha Keylla Moraes, minha irmã caçula, que amo como amo meus irmãos.



















Minha Eliane Bomtempo, que sempre trás bons tempos a minha vida, tornando-a tão divertida.



















E a Sherley, minha querida que eu admiro no seu papel de mãe, que me ensina amar, sempre, mais a Jesus.















E por causa dessas mulheres celebro a vida com muito mais paixão.
E talvez por isso, embora sei que o preconceito existe, ele não me impede de ir a luta.
Eu saio em busca do que acredito, sabendo que embora é complicado, o meu espaço sou eu que faço. 
E mesmo quando me tentam roubá-lo, coisa comum nessa sociedade burra, me uno a muitas outras mulheres, nessa luta em prol da dignidade da vida, para qual fui conquistada.

Não sou vítima - e se sou - desconsidero - me refaço para o projeto que quero.

domingo, março 06, 2016

Eu não quero flores amarelas e medrosas.

Hoje é domingo. Dia de outros textos que mexem com minha alma. Carlos Drummond de Andrade nos fala de um dos sentimentos que mais paralisam o humano, o medo.

E está ai, um fim que não quero ter, flores amarelas e medrosas. 

Congresso Internacional do Medo

Provisoriamente não cantaremos o amor,
que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos.
Cantaremos o medo, que esteriliza os abraços,
não cantaremos o ódio, porque este não existe,
existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro,
o medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos,
o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas,
cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas,
cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte.
Depois morreremos de medo
e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas
Link: http://www.revistabula.com/391-os-dez-melhores-poemas-de-carlos-drummond-de-andrade/

sábado, março 05, 2016

O que é que eu tenho mesmo?


Oh.. morte! Eis um mistério que nos ronda, e, nos levou de forma dolorosa, a nossa Bela, que enfeitava o nosso quintal tanto quanto o nosso olhar. E, ela se foi, depois de alguns dias de muito sofrimento.
Em mim, uma sensação estranha...
a alma silenciou frente aos porquês, acho que ela já aprendeu que o Criador é o  Soberano Sustentador, o Legislador que decide por quanto tempo vai manter o que criou. Nisso meu coração descansou.
Mas uma urgência se fez em mim. O que é que eu tenho mesmo?
Quanto tempo? Os que amo estarão até quando?
Meus pés se apressaram, senti um desejo de sair correndo, ir onde a muito tempo me esquivei, pousar meus olhos nos amigos, conversar com o meu pai já tão envelhecido, curtir minha mãe ainda tão pronta para um sorriso, abraçar o amor que está chegando tão forte e tão lentamente, aproveitar o tempo para escrever...
E sem nenhum passo, corri no mais íntimo do meu ser, e me perguntei qual é mesmo a razão para qual quero viver?
E descobri que um nó fez em mim diante da morte, e me estremeci frente a percepção de que laço nenhum é capaz de enfeitar esse momento fúnebre. Porém, o nó que se fez em mim é lembrança, de que o nó que amarra é também o nó que sustenta.
Então, o nó que eu queria jogar no buraco negro, agora é nó que desejo.
É memória do que sou, é certeza do que não tenho, é esperança do laço que será dado porque Aquele que faz tudo caminhar no mistério não revelado.


quinta-feira, março 03, 2016

Sou ou estou carente?




Sou ou estou carente?
Sei lá, o que me importa?
O que preciso é de braços em minha volta.
Meu coração cansado da morte que ronda meus passos,
procura abrigo no peito de quem nada pergunta, porque a alma está farta de momentos que as palavras cansam...

Meu olhar antes tão suave, agora pesa a angústia de quem não sabe que abismo é esse.
E saio a procura de algo que não está em mim, e o que me empurra é o que me dá medo.

Então, volto ao mundo da infância, preciso de colo!



Do abraço do pai que se fez distante,
Da mãe que se fez rival,
Do irmão que me deixou sangrar, até deixar de ser sangue.

Preciso de colo, como aquela criança que confia sem nada temer,
Preciso do abraço que não pergunta quanto tempo vou ter,
Preciso do olhar que nada julga, mas que se abaixa para não me expor.

Eu hoje corro para os braços dos amigos, do amor, dos irmãos.
Braços de carne, que falam do Deus de amor.





quarta-feira, março 02, 2016

A Fonte

Como acabar com o acabado?
Diante do caminho não vejo estrada, desvio, vereda.
Como despedir de quem se gosta, mas não se encanta?
Do trabalho que recompensa, mas não nos tira a sensação de que não é bem isso que queremos no fazer da vida?
O que fazer do amigo que amamos, mas não suporta o peso das nossas tristezas e alegrias?
Onde ficar se gostamos de nossa casa, mas compreendemos que é tempo de mudar?
Deus, o que fazer, quando entendemos o caminho a seguir, mas nos perdemos na dor que nos imobiliza?
Talvez, apenas talvez, seja tempo de buscar na Fonte,
que está dentro, a resposta que se faz pra fora.