quarta-feira, dezembro 05, 2018

Solidão – O natal e o seu poder de nos adoecer



Nesta próxima série irei escrever sobre solidão. Este tema foi sugerido por uma querida leitora do blog.



O mês de dezembro, onde comemoramos o festivo e colorido natal, os consultórios médicos ficam lotados, principalmente os psiquiátricos. O que ocorre é que as dores causadas pelas tragédias familiares, a luta que se trava ao lidar com doenças crônicas, a saudade de queridos que partiram, mágoas, casamentos desfeitos, a distância dos amigos ou a falta deles, o cansaço de um ano com muito trabalho, tudo isso confronta com a realidade de que não será possível sentar a mesa com os nossos familiares e amigos em alegria e paz.
Nestes períodos festivos, a solidão pode então encontrar um terreno fértil. Como praga crescer rapidamente no coração, fazendo brotar aquela sensação interna de que não é possível se conectar com outra pessoa, de que ninguém pode compreender o que sinto, da mesma forma em que também não posso compreender o outro.
E nesta insuficiência do oxigênio da identificação, onde não somos vistos e não vemos o outro, corremos risco de morte.
Atualmente, a cada quarenta segundo uma pessoa se suicida em todo o mundo, portanto, em um ano perdemos um milhão de pessoas. Estudos atuais apontam que 50% dos suicídios têm como causa a solidão, o que faz com que este tema seja de importante reflexão1.
Penso que a solidão é o enfarte da empatia, que pode com certeza nos levar a morte se não tratado em tempo hábil. Por esta razão, acredito ser este um bom momento para escrever sobre este tema. Veremos suas possíveis causas e como podemos combatê-la.
Esta série vai ser uma viagem curta, mas espero por você.
Roseli de Araújo
Psicóloga clínica
Referência:

1.   1. https://super.abril.com.br/ciencia/solidao-mata/