sexta-feira, julho 29, 2016

Os fantasmas



Deveria os fantasmas habitar no mundo da ficção, contudo, na verdade, eles habitam nas entranhas do mundo que carregamos dentro de nós. E, por vezes eles aparecem aterrorizando os pensamentos, e nos perguntamos, de onde essas ideias vieram? É mesmo estranho esse mundo que carregamos dentro da gente. 

Quando os fantasmas aparecem, o coração que antes estivera tranquilo, se vê abalado com o que não consegue compreender, e por alguns instantes a sensação é de perder o norte. 



O olhar corre em todas as direções, e buscamos o chão, que antes firme, nos sustentávamos. E, ao sentir o chão abaixo dos nossos pés, percebemos que nada mudou fora, apenas dentro da gente. Porém, se algo muda dentro da gente, o mundo que está fora, nos parece completamente diferente. E o chão antes firme, nos dá a sensação de ser, agora, areia que se move. É que a realidade que antes nos parecia ser uma, apresenta-se de outra forma. 
E o mar bravio se faz diante do novo. Queremos porto. Controle. Segurança.


terça-feira, julho 26, 2016

Cansaço do que não conseguimos resolver

Depois de um dia inteiro no hospital, graças a Deus, para acompanhar meu pai em uma cirurgia simples e que foi um sucesso, ao sair fui visitada por uma dor de cabeça que nunca havia sentido antes. 
Como psicóloga que sou, fiquei buscando saber dentro dos limites que a mim é permitido, o que provocou tamanha dor de cabeça. E, após rasa investigação pude perceber que ela começou depois da conversa com meu irmão. Conversar com ele é sempre bom, mas o conteúdo do nosso diálogo foi sobre coisas que eu não consigo resolver, e que de verdade gostaria muito.
E me senti, o que sou, impotente diante das situações da vida. E minha alma cansada do que não consegue fazer, explodiu em uma dor de cabeça. 
Cheguei em casa exausta, e foi tão bom quanto tomar água quando se está com sede. Meu marido, com seu jeito doce e companheiro, logo preparou algo para que eu comesse. E deitar em minha cama e dormir foi o meu melhor remédio.
Hoje, ao acordar, fiquei pensando que viver é não resolver um monte de coisas. é aceitar que não controlamos nada. 
 Desculpe-me os humanistas que acreditam que o poder está dentro de nós, até creio na escolha humana, mas o humano depende de tantas coisas as quais nada tem haver com o seu poder de escolha. Tornando assim o poder de escolha utópico, nessa vida que nos trás e leva o que quer. 
E, quem sabe um dos segredos para viver bem seja aceitar os limites do que se pode ou não fazer.
Sei que minha dor de cabeça não retornou, e acredito que minhas reflexões me trouxeram de volta a leveza da alma. 
Nem sempre o pensar dói.

quarta-feira, julho 20, 2016

Com amigos eu sigo

Nesta vida tecida de cores e amores, a amizade é uma cor que se destaca. Ela faz a gente sorri com leveza, e dar gargalhadas sem medo de repreensão. É capaz de tornar os momentos tão mágicos como aquela cena mais extraordinária vista na televisão.
A quem diga que amigos não existem. Eu penso que estes são os verdadeiros loucos. Em nada confiáveis, porque quem não acredita na amizade, certamente nunca conseguiu ser um amigo. Com estes, afirmo com veemência, tomem cuidado. E como deve ser triste passar pela vida sem a beleza da amizade.
Shakespeare diz que amigos é a família que a gente escolhe. Eu acredito. E a amizade nasce quando escolhemos e somos escolhidos na mesma fração do tempo, no colidir da nossa história com outra história. Nascendo ai a possibilidade de se construir momentos que serão eternos. 
Você reconhece um amigo quando a conversa nunca cessa, sendo necessário se despedir, para que ela chegue ao seu final. A verdade é que conversa entre amigos é tamanha, que a noite inteira não é suficiente para colocar o papo em dia. Como nunca ela acaba, sempre continua de onde parou quando os amigos se reencontram.
Para mim, os amigos são braços que nos permitem repousar em meio a um turbilhão de cansaços. Até a voz deles, de tão reconfortante, soam como canção de ninar. E, nossa alma encontra alívio da competição que parece não querer nos abandonar.
Com os amigos velhos e novos eu sigo, e como é bom tê-los!



segunda-feira, julho 11, 2016

Agora casados, que alegria.

Assim começamos nossa vida juntos,sorrindo, sorrindo e sorrindo. Sempre prontos para uma palavra leve e brincadeiras que enfeitam a relação.
Gosto do jeito que nosso amor nasceu. Sem máscara ou maquiagem, mas com o rosto limpo mostramos nossa face um ao outro, e assim, as nossas almas encontraram um no outro um lugar de repouso. Estar com você é estar em casa, agora é estar também na intimidade do quarto, onde o amor se faz tão concreto, nos beijos e carícias que trocamos.

 Que coisa boa é acreditar na vida. Ainda que um dia nós dois afirmamos que nossos barcos naufragaram, fomos salvos pelo Autor da vida, Aquele que joga tudo no mar do esquecimento, nos permitindo começar novo.

Meu querido amor apenas uma oração trago no peito, que o Senhor me capacite fazer você feliz, como você já me faz com esse seu amor tão doce.
E não se esqueça: Te amo.

segunda-feira, julho 04, 2016

Eliack, 53 anos. Quanta saudade.

Quatro de julho. Hoje o Eliack, meu primeiro marido, iria completar 53 anos de vida se estivesse entre nós, porém ele partiu em 1998, aos 35 anos. Sua passagem foi curta pela terra, mas ele, sendo tão amoroso, deixou saudade demais. O Arlen, nosso filho, hoje, com 20 anos, o perdeu quando tinha 2 anos e 8 meses, e nem imagina o quanto seu pai era um homem maravilhoso. Sempre que posso conto suas histórias, afinal sua memória é para ser mesmo cultivada. 
Ele, um homem de Deus cheio do Espírito Santo. Nossa casa era um lugar alegre, cheio de missionários e pastores que sempre hospedávamos. Ele era servo de todos.  Eu o admirava profundamente.
Os finais de semana eram maravilhosos porque ele estava em casa e fazíamos tudo juntos, e depois que ele morreu demorei recuperar minha alegria com a chegada do final de semana.
O justo jamais será abalado; para sempre se lembrarão dele. Salmo 112:6
Graças a Deus, o tempo tão rápido passou, e a dor amenizou. A vida continuou com Jesus trazendo a alegria que só Ele pode dar. E eu sigo feliz, reconstruindo minha vida, mas sempre agradecida pelo privilégio de ter tido na vida alguém como ele. A Deus toda glória, por tudo que nos permite viver.