Mudar é descobrir que algo dentro de si
desorganiza, para encontrar uma nova disposição. É deixar para trás quem tanto
amamos, mas certo de que as raízes que nos prendem nos manterão seguros para
sempre. Porque nada se perde quando o amor se faz presente.
Ao mudar
aprendemos que tem coisas que necessitam de serem carregadas com cuidado,
enquanto outras de qualquer jeito, chegam lá. E que os objetos que trazemos
falam de nós, dos nossos gostos, das nossas cores, dos nossos ideais.
É sentir que necessitamos de mapa, ao
estarmos em uma nova cidade, e que amigos, sejam onde for, são guias que
consolam a alma, ao nos conduzir por ruas, avenidas, lugares, antes nunca
visto.
É desvendar um mundo novo que nasce dentro
da gente. Este que brota, por vezes produz certa melancolia, um desencontro com
o passado da composição do que somos, apontando
para um futuro que não sabemos onde nos levará, mas que produz alegria ante a
expectativa do novo que se pode construir.
O tempo presente, ao mudar, é vida que
renasce pra uma nova saga, levando-nos a um novo destino, construído por aquilo
que nos é imposto, e que se entrelaça pela edificação das nossas escolhas, hoje.
Mudar é ser lagarto, para depois ser
borboleta. É ter formas feias, para se transformar no belo, encontrando assim a
possibilidade, sempre, de fazer da vida, uma poesia que vale a pena ser lida.
Mudar não é sair de um lugar para outro,
mas é deixar a vida trazer um caminho novo.