segunda-feira, maio 30, 2016

Mais ou menos?


Tem gente de todo jeito. 
Porém, existe uma espécie de gente que é uma tristeza. São aqueles mais ou menos. Deixa eu explicar. 
Gente mais ou menos ao estudar se contentam com a média, o que importa é passar de ano. 
Gente mais ou menos também não estuda o que quer e, reclama que falta mercado de trabalho. Se vê alguém animado com alguma profissão diz logo, 'isso não tem futuro, não dá dinheiro'.
No trabalho ficam o tempo todo buscando desculpa para sua incompetência. Crítica os outros. Planeja derrubar o bom colega falando mal dele, diz que não lhe ensinaram o serviço. Eles nunca percebem que são eles que têm que melhorar.
Gente mais ou menos não gosta de ver casais apaixonados, vivem relações tão sem sal ( na verdade é assim que elas são) que desacreditaram que é possível que o amor maduro seja mais gostoso que a paixão. Algumas vivem casadas como se não fossem. E basta um olhar atento que logo percebemos que seus corações já estão solteiros faz tempo.
Gente mais ou menos não faz nada bem feito. Pedi um favor a eles é ficar chateado com certeza. E, normalmente nos arrependemos amargamente.
Gente mais ou menos ora diz uma coisa depois diz outra. Quando confrontados, saem pela tangente com a desculpa de não se lembrarem de ter falado tal coisa.
Gente mais ou menos tem sorrisos amarelos, parece não escovar bem os dentes. Seus sorrisos também são contidos, porque acham que não podem dar boas gargalhadas. 
Gente mais ou menos acredita na sorte. Ficam de pernas para o ar reclamando que dias melhores não virão. Desconfio que gente mais ou menos não é confiável. E você?
A bíblia diz que Deus não suporta os mais ou menos. Melhor seria ser quente ou frio, porque os mornos provocam o seu vômito (Apocalipse 3:15,16). Por essa razão, tenho horror de pensar que a vida, este bem precioso e único, seja vivida mais ou menos.


sexta-feira, maio 27, 2016

Trecho da Introdução



Às vezes vivemos noites tão escuras que nem a perspectiva do amanhecer parece trazer algum conforto para a alma. O sofrimento é tanto que em vão tentamos descrevê-lo! O corpo dói, o coração fica apertado no peito, como se estivesse seguro por mãos que o esmagassem com força, por vezes um suspiro é arrancado do íntimo e você se assusta com a intensidade dele. Às vezes, as lágrimas surgem espontaneamente; ainda que tentemos não chorar, elas, teimosas, molham o rosto; outras vezes, elas secam e em vão buscamos chorar a angústia que nos oprime, e descobrimos que estamos como nascentes cujas matas ciliares foram destruídas. Percebemos que muita coisa morreu dentro da gente, apesar de estarmos vivos, e a dor que experimentamos nos transforma em outra pessoa, ficando a sensação de desconforto. Agora convivemos com um estranho dentro de nós...

Em relação a Deus, podemos pensar: ‘bem que Ele poderia ter nos livrado daquela situação, não é Ele poderoso e soberano?’... Porém, não ousamos falar! O temor que nos resta diante de um Ser Poderoso sem misericórdia não nos permite verbalizar, e em sociedade seríamos certamente repreendidos.
Passamos então a conviver com uma raiva mantida sob um véu de tule, que na verdade não a oculta – embora seja essa a sensação psicológica – e, na medida em que assim vamos seguindo, desenvolvemos uma indiferença que nos torna tão frios como os túmulos de mármore nos tempos de inverno.  E vamos ficando secos da vida abundante prometida4, porque os rios de águas vivas que correm dentro daqueles que creem em Jesus, como dizem as Escrituras5, estancaram-se em nós “de repente”.
 A morte, essa indesejável, torna-se um anseio não confessado. Contudo, o que se revela nas entrelinhas das nossas palavras é que morrer é muito melhor do que viver, e se o Todo-Poderoso nos permitisse, ah... se Ele nos consentisse... que alívio seria!
A igreja, antes tão importante, agora perde o valor, deixamos de ir ou, se continuamos a frequentar os cultos, é por causa do hábito religioso adquirido e por ser o único meio social a que estamos acostumados, porém não queremos comunhão: na verdade, a tememos. É claro que isso também não expressamos, certamente escandalizaria muitos.
E adoecidos seguimos, sufocando o choro, a angústia seca de lágrimas e a raiva disfarçada de ironia. Mas, se assim nos encontramos, precisamos de forma urgente – “pra ontem” – buscar ajuda.
Esse livro foi escrito por quem assim já viveu, mas que voltou a beber na fonte das águas vivas. E eu o convido a essa leitura, que não precisa ser sequencial, pois cada capítulo trata de um tema, com o único desejo de que A Vida prometida por Jesus volte à sua vida. 

*Caso queira adquirir o livro é só entrar em contato por what'sapp 62 82385297(tim) no facebook e na fan page.


quarta-feira, maio 25, 2016

Quem é você?

Todos os dias o espelho me lança a pergunta.
Quem sou?
 Sou um universo preso a um corpo pequeno.
Sou travessia nessa vida que se faz a minha revelia, ao mesmo tempo que sou escolha que dá contorno a minha frágil existência.
Sou a menina de 44 anos que traz no peito a dor de saber que o tempo passa, Sou adulta lutando pra não deixar que a infantilidade me vença.
Sou bela, mas sei que não estou a corresponder nenhum padrão de beleza.
Sou raiva do que não compreendo. Sou amor, constrangida pelo Eterno que me amou primeiro.
Sou esperança fortalecida, ao mesmo tempo que sou guerreira vestida da armadura, para lutar contra a desesperança.
Sou choro.
Sou riso.
Sou pulso.
Sou coração de pedra e de carne. Sou filha de Adão e Eva.
Sou filha de Deus comprada por alto preço.
Sou em Cristo adotada e, por Ele foi feita amiga e irmã.
Sou uma mulher feliz, por ser pássaro escolhido a voar no céu por mim conquistado.
E você quem é?

terça-feira, maio 24, 2016

Saudade

A saudade é a dor ou cicatriz da alegria que um dia se fez presente. É menina má, que nos faz lembrar dos momentos faceiros só pra nos ver chorar.

Ela nos faz sofrer pelo que é bom, nos fazendo desejar fechar os olhos e, ir para além de onde estamos, na busca do objeto ou do sujeito amado, só para mantê-los em nossos braços.

Ela nos conta o quanto importante é alguém em nossa vida, quando surgi na ante véspera da viagem, nos levando ao abraço mais apertado e, ao suspiro mais profundo, só de pensarmos na ausência que se fará no amanhã. E, basta o amor não ser mais mirado, ela surge e, nos faz agasalhar em mais espaço, o amor, que o coração já vive.

Estranha é essa saudade de alguém que está perto, que nos segreda que todo tempo é ínfimo, quando estamos com quem amamos.

Saudade... gosto de tê-la. É maldade que nos lembra o bem que vivemos. É flecha a marcar

a alma com a certeza do vivido ter sido bom e valer a pena.

segunda-feira, maio 23, 2016

A caverna que precisamos

Seria o meu e o seu coração uma rocha onde cavernas pudessem ser abertas? 
Caverna é uma cavidade profunda e extensa aberta em rocha. Ela permite a entrada de luz para o interior da rocha e também serve de abrigo aos animais e humanos.
Se o coração é rocha, luz e vida não o adentram.
Se o coração é rocha podemos até ser chão seguro, mas não seremos consolo nunca.
Se o coração é rocha perderemos a flexibilidade. Destruiremos as nossas relações.
Se o coração é rocha precisaremos que cavernas se formem para que luz e pessoas possam adentrar.
Na verdade se o coração é rocha, então insensível torna-se para com Deus e os outros. Então, necessário se faz que cavernas sejam abertas em nós.
E como as cavernas poderiam ser abertas em nós, seres duros de coração?
Quem sabe o sofrimento, este vilão constante na história humana ao visitar e revisitar o tempo todo, fazendo na vida de muitos morada permanente e, na de tantos outros morador de aluguel sem data de mudança, pode ir abrindo fendas, cavidades profundas e extensas, nos tornando pessoas que ao passarem por alguns problemas ficam bem mais maleáveis ao falar, julgar e ouvir os outros. 


Quem saber ao experimentarmos a solidão de não ser ouvido quando a dor rasgou o nosso coração, aprendemos de que no tempo da dor o que precisamos é de silêncio recheado com abraços sinceros.
E frente a dor do outro, agora, com a caverna que foi aberta em nosso coração, nos tornamos profundos, permitindo assim que pessoas encontrem em nós lugar de descanso e abrigo.






domingo, maio 22, 2016

As pessoas que não estão nos meus sonhos

Naquela tarde em que o sol já estava mais frio, senti meu coração gelar. E, mais uma noite chegou trazendo sua beleza. Vencida pelo cansaço adormeci cedo, e, os sonhos povoaram minha mente. Sonhei mais uma vez vivendo tantas coisas corriqueiras e outras tantas extraordinárias, indo sempre de um lugar para o outro, mas sempre só. Porém, ao acordar daquela noite que fora igual a todos as outras com os meus sonhos não acompanhada, uma pergunta que a muito tempo grita em meu ser saltou no meu coração. Por que nunca sonho com as pessoas do meu dia a dia?
Qual a razão de não sonhar com meu filho, pais, irmãos, amigos e amor?
Certamente que a razão que nunca dá a mim explicações de como minha alma se comporta, não explica o que faz com que os meus sonhos sejam sempre sozinha, ainda que no real estou sempre acompanhada. 
O dia seguiu. No coração a inquietação de não compreender porque os meus sonhos me falam o tempo todo que só eu estou. Ou seria na verdade eu que levo aos sonhos o que guardo no coração? Teria eu medo de perder os que estão comigo? Teria eu medo de viver sem uma mão a me afagar e confortar? Teria eu medo de perder o colo que no momento posso desfrutar, o conforto que agora me alegra a alma?  
Essas perguntas brotaram com força na alma.
E relembro aquele dia em que recebi a notícia da morte do Eliack, meu marido, e de toda solidão que se instalou no cotidiano. Sua morte me trouxe dores que jamais pensei viver. Sua morte me trouxe a dor de acreditar que ninguém ficará comigo por muito tempo. Que a vida me reserva a solidão dos que amo. 
É estranho o mundo interno que carregamos. Ele se interpõem no presente feliz, nos abraços que recebo, no olhar de amor que me comove e, ainda que não me tira a alegria do que vivo, me deixa na sensação de alerta, de que não se pode ser feliz nesta terra. 
Mas, olho para o sol que está novamente frio... e meu coração encontra descanso no criador que o sustenta. O Deus dá bíblia é o Deus que se faz presente. E, que nos promete que estará conosco todos os dias até a consumação dos séculos. Sua presença nos garante que não nos faltará mãos que  se estendam em nossa direção. Ele se fez socorro presente quando o Eliack se foi, Ele nunca me deixou  ainda que minha fé enfraquecesse. Ele nunca desistiu de mim quando fiz escolhas erradas. Ele nunca me deixou sem amigos, amor e trabalho. Creia nele. Ele faz feliz o nosso coração no presente e no futuro.

sexta-feira, maio 20, 2016

Salmos 34:12-14

Quem quer amar a vida e deseja ver dias felizes?
Quem quer, nesta geração, onde a vida parece ter perdido o significado?
Não celebramos mais o mistério da vida, não celebramos mais a realidade de que somos seres criados e, existimos para um propósito.
Quem quer amar a vida, no meu dia a dia, tenho encontrado poucos, mas se perguntarmos quem quer ser feliz, essa geração gritará em uníssono, 'só se for agora'.
Contudo, vivemos insatisfeitos o tempo todo! 
O conselho bíblico para sermos felizes parece simples, porém como seres contaminados pela maldade obedecer a ordem de refrear a língua do mal e não falar com falsidade, parece a você tarefa impossível? Eu pergunto: Como obedecer a essa orientação se o mal está em nosso coração e a boca fala do que o coração está cheio? 
É muito interessante perceber que o conselho bíblico para felicidade está intimamente relacionado com as nossas relações com as pessoas e,

nada define mais nossas relações do que nossas palavras.
Já observou o que domina nossas conversas? Estamos sempre falando mal das pessoas, ainda que seja de uma forma sutil, ainda que a gente comece assim, " é que a pessoa não viu, não estava bem", mas estamos falando mal e. na maioria das vezes nos defendendo. Temos uma necessidade urgente de nos fazer belos aos olhos dos outros e, na maioria das vezes precisamos pintar o outro com a cor mais triste. E como somos capazes de fraudar o outro com as nossas críticas o tempo todo. Falar com má-fé revestida de uma voz doce e em tom baixinho tantas vezes, mas capaz de despedaçar o outro. Que triste. Ao falar do outro, não nos damos conta, mas perdemos um pouco de nós mesmos. A bíblia é mesmo um livro que nos confronta.

Também em nossos lábios trazemos sempre uma palavra de amargura, de pessimismo, de tristeza, de fofoca e. vamos ficando azedos diante da vida. Pensamos, jamais admitimos, que Deus não é bom de verdade. E, somos tantas vezes como Adão, que ao ser perguntado por Deus sobre o fruto, jogou a culpa na Eva, a Eva por sua vez jogou na serpente. Nós seguimos fazendo o mesmo. Jogamos a culpa no outro, não somos felizes porque o outro não fez, fez errado ou fez mais ou menos, nunca o que vivemos tem haver com as nossas escolhas, com o que somos. Somos as vítimas e, como toda vítima não existe nada que possamos fazer. Mas, na medida em que não temos nada para fazer, nos sentimos imobilizados, e a vida se reveste de uma dor que não se estanca.
Imobilizados em nossas conversas maldosas, não temos como nos apartar do mal, buscar o que é bom, procurar a paz e empenhar por alcançá-la. A maldade do nosso coração nos tira do movimento do que é bom. Que triste realidade é a nossa! Somos seres contaminados pela maldade!

segunda-feira, maio 16, 2016

Uma carta as mães dos dependentes químicos


Sou psicóloga. Sou mãe. Meu filho hoje tem 20 anos. Lembro bem do dia em que fiz a primeira ultrassonografia e soube que ele era um menino. Eu , seu pai ( hoje falecido), e as famílias celebraram. Era o primeiro neto da minha família e, o primeiro neto homem da família do seu pai.
Eu o criei com todo amor que as mães têm. Eu o embalei no colo, o amamentei ainda que meu peito rachado ficou nas primeiras semanas. Eu, como toda mãe passei a comprar para ele sempre que tinha que optar entre minha necessidade e a dele. Eu vi aquele bebê crescer, seu primeiro passo, quando falou mãe pela primeira vez e, como toda mãe o achava lindo demais.
Seu primeiro uniforme, sua primeira escola foi um dia histórico pra mim. Pensava, vou dar a ele a melhor escola que puder, vou comprar todos os livros para incentivá-lo a ler. E como mãe de primeira viagem e de filho único, como sonhei com seu futuro. Eu também o criei na fé que tenho, levando-o a igreja, me empenhando para que participasse de tudo que a comunidade disponibilizava.
Quando fez 14 anos, coloquei ele no projeto jovem aprendiz, ele teve então o seu primeiro trabalho, não queria muito no início, mas depois tomou gosto pelo salário.
Mas, ele cresceu... cedo decidiu romper com a fé em que foi criado, estudar logo parou e, quase enfartei quando me disse que queria ir para escola pública porque não queria estudar para se preparar para o vestibular. Os meus planos para seu futuro brilhante, um a um, foi sendo derrubado por suas escolhas.
A sociedade, essa que não está quando dela precisamos, me acusou de culpada, afinal, eu não fora um bom modelo. Eu, pensei, eles tem razão, sou culpada por suas escolhas... então comecei a morrer...
Em vão busquei compreender o que acontecia nos livros, mas a dor não arrefecia. Eu só não enlouqueci nessa fase por causa do tratamento psicológico que estava submetida. As mães bem sabem que os problemas nunca veem sozinhos, vem sempre de mãos dadas com outros e, como é difícil lidar com todos eles de uma só vez.
Eu fiquei sem compreender nada. Eu gritei ao sagrado: Por quê?
O luto se instalara em minha alma. Até que comecei aprender que a escolha da vida dele, é dele. Eu só posso escolher pra mim. O filho que criei não é meu, e minha mãe tem razão, criamos filhos para viverem a vida deles, e não a que eu idealizei para ele.
Aprender isso não foi um caminho fácil. A razão é sempre rápida, mas as emoções... andam a passos de tartaruga, são lentas... Contudo eu segui minha vida, aquela que eu recebi para cuidar. Coloquei os pés na estrada da verdade, de que a vida de alguém só pode ser vivida por ela mesma, e que ser mãe não é ser responsável pela escolha que os filhos fazem. Então levantei minha cabeça.

Aprendi que respeitar escolhas humanas passa pela difícil realidade de que as pessoas podem escolher caminhos que eu jamais escolheria para mim.
Atualmente trabalho com homens acima dos 18 anos que são portadores da SPA- Síndrome de substância psicoativas, em outras palavras dependentes químicos.
Em minha rotina do trabalho é comum perceber que muitas mães estão morrendo pelo sofrimento imposto pelas escolhas dos seus filhos.
E os filhos as vezes escolhem cada caminho...
Atendi um aluno que me dizia, ‘Dra. Estou com tanta saudade do crack, mas não quero mais aquela vida pra mim’. E mesmo com saudade do prazer da droga, não desistiu do programa de recuperação e, se tornou voluntário no projeto que o acolheu. Outros são levados por suas mães, raramente os pais estão presentes e, muitos deles olham com deboche as lágrimas dessas guerreiras que suplicam por um vaga para que se trate. Estes, normalmente desistem do tratamento. Outros vem de longas distâncias, chegam a pé e cansados da vida que estão levando e dizem,’ não quero viver me destruindo mais’. Estes suportam com valentia a crise de abstinência e mesmo diante dos sintomas como nervosismo, paranoia, depressão e outros, não desistem, vislumbraram o que estão fazendo com suas vidas e, desejam construir uma história diferente. Outros, chegam arrogantes, pensam ainda dominar as drogas, quando já estão dominados por elas, esses não ficam mesmo e, nenhum argumento, por mais que o usemos, não os fazem mudar de ideia. Outros chegam querendo muito um novo caminho, e, como profissional percebo sinceridade em seus discursos, porém estão tão afetados, não sei se pela desesperança, ou pela consequência do uso das drogas que alteram o funcionamento cerebral, que não conseguem ficar e, os vemos sair pelo portão da frente... Nada podemos fazer como profissional e, um nó fica na garganta da equipe que o atende.
O que nos falta para ajudar? Eu me pergunto.
E vejo que as mães também trazem essa pergunta e tantas outras, tais como: Onde foi que eu errei? Meu filho vai morrer Dra. se eu o deixar em sua escolha? O que fazer se ele não quer ajuda?
Por vezes meu coração sangra... não acredito que o bom profissional é aquele que não se compadece... acredito que o bom profissional é aquele que faz, o que necessita ser feito, independente do quanto ele é marcado pelas dores que trata. Então, confesso que sofro com as muitas mães que atendo.
Por isso escrevo hoje, não como mãe, porque como mãe, estou marcada pela incompreensão dos caminhos trilhados por tantos filhos. Escrevo como psicóloga, por perceber que a psicologia pode apontar caminhos para aplacar os corações feridos.
E a primeira coisa que considero importante que uma mãe reflita, é que ela errou sim, como erra qualquer outra mãe. Errar é a realidade de quem educa humanos, afinal, sendo cada um tão único, não temos manual pronto. O que importa é identificar, e se houver tempo, mudar a rota. Uma mãe me disse, ‘eu pensava que o ajudava dando-lhe dinheiro, mas vejo que o ajudei a usar drogas’, a mãe que buscava tratamento, era a mesma mãe que mantinha seu vício, esse é um erro que precisa ser corrigido, de outra sorte a mãe que quer salvar, torna-se cúmplice dessa estrada de morte que está sendo construída por seu filho.
Certa mãe me disse, ‘se eu não pagar suas dívidas de drogas, os traficantes vão matá-lo’. Isso é certo, mas se ele não mudar de rota, ele vai morrer, é só uma questão de tempo, afinal, o mundo do tráfico é cruel e as drogas não poupa o corpo dos seus danos. Eu pergunto quem irá salvar aquele que se colocou na mira do revolver para ser acertado? Terrível ilusão as mães têm quando ocupam o lugar dos super-heróis, porque esses personagens criados pela ficção tem poderes mágicos, mas nós, pobres mortais mães, o que temos? Diante de uma sociedade injusta, onde a desigualdade social impera, o que pode fazer as mães com as drogas que são vendidas a cada esquina? O que pode fazer um mãe de filho adulto, onde a idade civil já foi alcançada?
Ninguém pode ajudar alguém que faz uso de drogas, se essa pessoa não se decidir tratar. Todas as técnicas que aprendi nesses anos de trabalho ajudam muito e, tantas vezes trazem o despertamento, mas quando a pessoa insiste em permanecer nesse caminho, o que nos resta é respeitar.
Mas, as mães nem sempre conseguem. Elas acreditam que tem que fazer algo para filhos adultos, os quais elas já perderam todo o domínio sobre suas vidas. Muitas vezes, eles mesmos as lembram de que não são mais crianças, gritam sua independência, saem de casa, anda com más companhias, matam aula que custam muito tempo de suor. Filhos... quem pode de verdade ajudá-los?
E nessa tentativa de salvá-los as mães vão morrendo, vão se abandonando, deixam os filhos saudáveis e, vão vivendo em função daquele que adoeceu, mas não quer tratamento. Quem dará remédio a quem não quer tomar? E ainda que você tente, eles os escondem na boca, para depois jogar fora. Creia, o adulto faz só o que quer.

Mães, os vínculos que nos unem aos filhos são profundos... nove meses, talvez nem nove vidas vividas poderão diluir esses vínculos, mas é preciso compreender e aceitar que os filhos cresceram. E o adulto que hoje contemplamos sem compreender, não é aquele bebê que a gente um dia carregou no colo, ele já anda com suas próprias pernas. É preciso deixar ir quem não quer se submeter a nenhuma regra ou conselho, é preciso desmamar o marmanjo que não quer trabalhar, é preciso permitir que as consequências das escolhas feitas sejam assumidas pelas pessoas que escolheram. É preciso viver a vida que recebeu e, se não está conseguindo sozinha, busque ajuda, não tenha vergonha, não foi você que escolheu o caminho das drogas. Levante a cabeça e cuide da sua vida. Você é preciosa e merece ser feliz. 

















sexta-feira, maio 13, 2016

O passáro

O pássaro sobrevoou a imensidão da terra. Trazia em seu peito um desejo intenso de encontrar um pouso que lhe fosse seguro. Ao longe avistou uma gruta entre as rochas e decidiu que lá seria o seu ninho. No seu coração uma alegria surgiu, era mesmo um lugar seguro. Por lá viveu por alguns anos e, foi feliz. Mas, a vida reserva surpresas, e um terremoto abalou as estruturas da rocha onde fizera o seu lar. O pássaro, atordoado ficou a bater suas asas e a ver a sua casa em ruínas. Por algum tempo sobrevoou aquele rocha que não mais existia na tentativa de segurar o que não tinha mais jeito. Seu coração ficou despedaçado... contudo não havia tempo para chorar sua dor, era preciso encontrar um novo lugar. E ainda que suas lágrimas por muito tempo insistiram em cair, ele voou, era preciso voar, voar e voar. 
E assim, o pássaro retornou a imensidão do céu na busca de um novo ninho. 
Ao voar avistou uma praia e falou consigo mesmo, 'vou pousar nos coqueiros que a rodeiam'. E embora não estava feliz como da primeira vez, ainda abrigava esperança no seu coração de ter um novo lar. E ali ficou a construir aquele ninho, mas os ventos não o deixavam concluir. Alguns meses se passaram, e uma onda atingiu a praia com tanta força que derrubou o coqueiro onde o pássaro, em vão tentava construir sua nova morada. E o pássaro novamente levantou voou, não porque quisesse voar. Já estava acostumando com os ventos que não o deixavam dar a forma que desejava naquela nova morada. 
Seu coração que ainda não havia curado da saudade do primeiro ninho e, nem do susto que levou ao perder seu segundo, ficou pequenininho dentro do peito, como se estivesse sendo espremido por mãos pesadas e fortes. 
Mas, quem pode desistir quando se tem asas para voar? E bravamente o pássaro ferido, voltou para o imenso céu na busca de um novo ninho. 
Novamente avistou o telhado de uma casa que parecia simples, e entre as madeiras que o sustentavam decidiu que ali faria o seu ninho com as poucas forças que lhe restaram, mas cansado demais adormeceu.
Já era fim de tarde quando acordou e viu que naquela casa havia um morador. Seu coração estremeceu, afinal, aprendera que os humanos não eram bons e nem hospitaleiros e, quando pensou em levantar voo, percebeu que suas asas estavam sem forças para voltar ao imenso céu. E ficou ali com o coração angustiado, contudo, impossibilitado, rendeu ao seu destino. 
O homem daquela casa ficou encantado ao ver seu novo visitante,  e ao contrário do que o pássaro pensava, ele desejou tê-lo por mais tempo. Não querendo espantar o pequeno hospede,  foi se aproximando devagarzinho. Embora temesse, o pássaro foi percebendo que o dono da casa não era um inimigo e, seu coração apreensivo foi encontrando sossego. 
Quando suas asas estavam fortes para voar, o pássaro percebeu que já não podia... acostumou com aquele homem de sorriso franco, gesto calmos e olhar cheio de ternura.
 É que dia após dia aquele homem colocava água e comida para alimentar o pássaro cansado,  e ficava ali a contemplar embevecido, o seu novo inquilino deitado sobre a madeira. Preocupado, o homem providenciou uma pequena e aconchegante almofada, e o pássaro sorriu ao ser colocado em um lugar diferente do seu ninho, contudo confortável. E, aquela casa antes tão ocupada por corações solitários, agora encontrou o único lugar que todos querem estar, o lugar de amar e ser amado.
















quarta-feira, maio 11, 2016

Jesus está

Ele está, ainda que seu coração não perceba.
Ele está, ainda que o diagnóstico não seja favorável.
Ele está, quando decepcionado você grita: estou sozinho.
Ele está, nas madrugadas em que as lágrimas não o abandonam.
Ele está, quando perplexo você diz: não entendo.
Ele está, quando a despensa está vazia.
Ele está, quando sua alma sangra.
Ele está, quando o absurdo o visita.
Ele está, quando você se encontra decepcionado com você mesmo.
Ele está, ainda que as pessoas digam que você não dará certo.
Ele está, ainda que seus pais o abandonaram.
Ele está, quando descobre que o amigo, era na verdade inimigo.
Ele está, quando a esperança parece dormir em seu coração.
Ele esta, quando a chuva não molha mais a terra.
Ele está, quando sentir vontade de ir embora.
Ele está, quando sentir vontade de ficar.
Ele está, quando os que amamos vão embora.
Ele está, segurando suas mãos marcadas pelo árduo trabalho.
Ele está.
E só essa certeza descansará seu coração.

segunda-feira, maio 09, 2016

O que quero fazer da minha vida?



Assim que me formei, esta pergunta angustiou muito meu coração. O tempo todo, pessoas bem intencionadas me davam conselhos e, muitos foram bons e úteis, mas, a resposta do que se quer é preciso buscar dentro da gente, afinal, a vida é título intransferível. 

Tentei estudar para concurso público, mas o que eu queria mesmo era escrever sobre minhas percepções sobre minha profissão aos meus irmãos de fé. Eu nunca vou esquecer quando peguei meu livro em minhas mãos, a alegria que me dominou e ainda domina toda vez que o abro, e toda vez que as pessoas me dão feedback de sua leitura. 
Montei consultório em Anicuns e, eu sabia que se insistisse o consultório iria prosperar, mas quando a Missão Vida me chamou para trabalhar decidi morar em Goiânia para ficar mais perto. Do ponto de vista financeiro não compensava, mas era lá que o meu coração estava.
Sempre escrevo para o blog, e por vezes me pergunto porque faço isto, porém esta minha casa online é um lugar que gosto de estar. Sentar frente ao computador e digitar minhas impressões, o que sinto, o que penso, é tão prazeroso que preciso marcar tempo para não me perder das outras atividades. Ao escrever minha alma se conforta, encontro uma alegria que me prende mais do que qualquer outro prazer.
Hoje, atendo consultório particular, trabalho na Missão Vida, escrevo para o blog, e, estou em fase de ler para escrever meu segundo livro. E nada se compara a alegria de viver o que se quer. O que eu faço, é o que eu desejei um dia, e estar feliz é certamente a maior recompensa que desfruto. 
Medo e insegurança quanto ao futuro são sentimentos que sempre se apresentam, é que a vida não é um conto de fadas e, a saga que nos é proposta é por vezes dura e contraditória, contudo, a alegria é uma possibilidade quando embarcamos nesta viagem de descobrir o que queremos fazer da nossa vida.
E o maior desafio que enfrento dentro de mim, é o de não delegar para outros as escolhas que vão mover minha história, revestindo-me a cada dia da coragem para assumir o que eu quero, não como quem joga dados ao vento, mas, como quem calcula o preço e assume as contas, porque estas são inevitáveis, tanto quanto é intransferível a vida que queremos viver.





quarta-feira, maio 04, 2016

Surjo





Surjo das cinzas.
Do fogo das decisões erradas, dos caminhos que não deviam ter sido trilhados. Do olhar que não era para ser visto. Das promessas que não deveriam ter sido feitas. Dos beijos que não me pertenciam. Dos abraços fora do tempo.



Eu surjo da descrença de mim mesma, da culpa que esmaga, do eco de vozes dizendo, 'de novo'?




Eu surjo da vergonha frente a acusação que grita... Mas, ainda que envergonhada eu esteja, levanto meus olhos e, encontro Jesus, a me dizer, 'mulher quem te acusa'?


Busco em vão ver quem me acusa, contudo, me deparo com meu próprio coração que se agita com as lembranças que trago do vivido... E percebo que o meu pior carcereiro é o meu próprio julgamento.
Mas, ouço a voz do Mestre, a ecoar com amor, 'Vai filha, recomece e, não peques mais'


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segunda-feira, maio 02, 2016

Qual é o seu tempo?


A vida, assim como a terra, guarda as suas estações: Verão, outono, inverno, primavera. A vida tem mais estações, mas hoje, gostaria de pensar com vocês que há duas estações que vivemos que marcam muito nossas vidas: as estações da alegria e as estações das tristezas. As estações da terra ocorrem cada uma em um determinado período de tempo, mas as estações da vida, muitas vezes se mesclam, chegam juntas, nos levando a sorrir e chorar ao mesmo tempo.
Viver, talvez, seja também, saber conviver com estas duas realidades juntas, sem perder a capacidade de entristecer pelo que é preciso estar triste, assim como, sem perder o sorriso pelo que traz alegria.

O meu tempo hoje é de um amor novo chegando, e como esse amor me alegra! Mas, também é tempo de despedidas.
É tempo de novo começo, mas também é tempo de deixar para trás o caminho que estava sendo trilhando até ontem.
É tempo de aceitar desafios nunca imaginados, mas também é tempo de deixar o confortável que outrora fora instalado.
O desafio, penso, é alargar o coração... é não se perder em nenhuma possibilidade de anulação do que brota. Afinal, a vida é travessia no deserto cercado pelo oásis de Deus.
Por vezes sou lembrada que o riso passa, é verdade, certamente que nessa vida onde as dores residem até no riso, as lágrimas é uma realidade sem trégua.
Contudo, decido viver com alegria a dor que recebo e, com mais alegria, a alegria que abraço.