terça-feira, fevereiro 02, 2016

Parte III


O luto é uma experiência que faz parte da vida humana. E não tem como viver o luto e não ficar desestabilizado do ponto de vista emocional, físico e social. O luto muda nosso lugar no mundo. O que a gente foi, do ponto de visto do concreto, já não somos mais. A mãe, a esposa, o pai, o filho, o irmão, o amigo, todos perdem o papel que desempenhava. Agora o vazio. E como preencher esse novo momento, é o desafio, para quem já está arrebentado em sua dor.

Até aqui falamos das 5 fases estudadas por Elizabeth kluber-Ross que é possível ser vista em qualquer pessoa que passa pelo luto, mas outros estudiosos também dividiram esse momento. Por exemplo, John Bowlby (1990) fez a seguinte observação dessas fases:

Fase de Entorpecimento: consiste num período em que a pessoa se poderá sentir como se estivesse desligada da realidade, atordoada, desamparada, imobilizada ou perdida. Nesta fase assiste-se a uma negação da perda que poderá surgir como uma forma de defesa contra um evento de tão difícil aceitação;
Fase de Anseio e Protesto: caracterizada por um período de emoções fortes, sofrimento psicológico e agitação física. Frequentemente assiste-se à manifestação de sentimentos de raiva dirigidos tanto a si próprio como a pessoas significativas;

Fase de Desespero: constitui uma fase igualmente complexa que surge frequentemente associada a momentos de apatia e depressão, sendo que o processo de supressão destas reações é muito lento. Por vezes verifica-se um afastamento das pessoas e atividades, falta de interesse, assim como dificuldades de concentração na execução de tarefas rotineiras. Os sintomas somáticos, tais como, insónias, perda de peso e de apetite, são recorrentes;

Fase da Recuperação e Restituição: nesta fase deverá emergir uma nova identidade que permite ao indivíduo abandonar a ideia de recuperar aquilo que perdeu e adaptar-se ao significado que essa perda tem na sua vida. Verifica-se, então, o retorno da independência e da iniciativa. Apesar de a instabilidade ainda se encontrar presente nos relacionamentos sociais, nesta fase poderá haver investimentos em novas amizades e o reatar de laços antigos.

Bom, estou insistindo em que você conheça as fases do luto, para que perceba que existem um processo normal que será vivenciado por todo ser humano frente a morte ou a alguma perda significativa, para que uma vez conhecido, possa identificar qual a fase o enlutado está passando, e a partir dessa percepção, saber melhor o que fazer para ajudar.

O luto é uma dor tão grande que ele pode paralisar qualquer pessoa. Não o subestime. De um processo normal para um que adoecerá o enlutado na vida e para a vida, a linha tênue.
É preciso reconhecer o tamanho dessa dor. Os seres humanos não foram criados para morrer, somos seres criados para a vida. Mas, como todo cristão sabe, os homens romperam com Deus no jardim do Éden, e passamos a experimentar algo que não estava no plano de Deus para nós. 

Por isso, a morte é devastadora em minha opinião.
Sei que a dor pode tomar sentido vista na perspectiva da Palavra. Deus permite a Morte, mas o seu projeto de Vida triunfará, e Ele nos levará para um lugar onde ‘enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram.’ Apocalipse 21:4
Que promessa! Louvado seja Jesus Cristo!
Mas até lá, vamos fazer tudo para que essa dor seja mais amena para nós, e, para todos que estão perto.

Amanhã seguimos em nossa reflexão.