sexta-feira, agosto 31, 2018

As crônicas da academia – Tem pessoas que deixam saudade, e o Pedro é uma delas



Pedro
Em se tratando de pessoas, tem aquelas que quando vão embora deixam uma saudade danada.
Quem conviveu com o Pedro sabe que não tem jeito de não sentir saudade... A turma que começou a Skill Box que o diga.
Sedentária por muito tempo, não me faltou dores quando comecei o crossfit. Pés, tornozelos, cotovelos e joelhos reclamavam muito na execução de alguns exercícios no primeiro e segundo mês. E afirmo sem nenhuma dúvida, se não fosse o olhar detalhista e generoso do Pedro eu não teria dado conta.
Certa vez Pedro me perguntou o tempo que eu passava sentada, e ao saber que escrevia pela manhã e atendia o consultório à tarde, ele me colocou para fazer todos os dias liberação dos pés, sugerindo-me treinar descalça, então as dores passaram.
Ao ver minha dificuldade em esticar o cotovelo, me ensinou um exercício de alongamento do braço segurando o polegar com os outros dedos, e minhas dores nesta articulação foi embora.
O Pedro percebeu também que eu levantava sobrecarregando o joelho direito, e nunca me esqueço que me fez sentar e levantar, sentar e levantar por tantas vezes, até eu executar da forma correta e decorar o movimento, que sigo fazendo como ele ensinou até hoje, e os joelhos agradecem.
Quando meu joelho direito me levou ao ortopedista por causa das constantes dores, eu informei ao médico que não iria desistir do crossfit, mas, mesmo assim, ele me orientou ir apenas duas vezes por semana (naquela época ia de segunda a sexta), e no restante da semana fazer uma academia de musculação.
Pedro, Márcia e Rodrigo
Confesso meus amigos, eu nem conseguia me imaginar em outra academia, e naquele dia cheguei na Skill depois da consulta com a alma entristecida. Porém, Pedro me disse: “Nós organizaremos o movimento e você não precisa parar o treino”. Ufa, foi um alívio! Afinal, o crossfit me levou a espantar a bruxa da depressão, e eu não queria parar por nada.
Lembro-me sempre de tudo que ele me ensinou pacientemente, afinal, tem hora que ser coach de alguns alunos como a mim não é fácil rsrsrs... Eles explicam, demonstram, repetem e eu continuo fazendo errado (mesmo me esforçando pra fazer o correto rsrs...). Mas, além da paciência, seu olhar detalhista e generoso marcou minha jornada no crossfit.
Pedro seguiu o seu caminho. Atualmente está com sua academia em Vianápolis. E só não sinto certa inveja da galera a qual ele é coach hoje, porque o seu jeito está presente nos coaches da Skill Box. O Rodrigo até me lembra ele, mas é claro, deve ser por causa do olhar parecido deles.
Entretanto, uma coisa lamento em relação ao Pedro: O pouco tempo que tive oportunidade de conviver com ele na academia.

Ele tocou o nosso coração com seu jeito competente, generoso. Sinto saudade do abraço que pedia em nossa chegada ou saída da academia, contudo, a saudade é tatuagem a nos lembrar que o tempo compartilhado foi bom.  
Já fiz sete meses na Skill Box. Hoje, acompanho boa parte do treino, estou com mais equilíbrio, perdi oito quilo e consigo a façanha de subir a corda. A cada evolução por menor que seja que posso comemorar, eu dedico a você Pedro, sempre agradecida por tudo, afinal, nesta vida não chegamos em nenhum lugar sozinhos.
Espero e oro ao Pai: Que encontre bons companheiros em sua jornada. Que eles façam por você o que fez por mim, e assim, vença todos os seus obstáculos.
 Seja feliz!
Roseli de Araújo
Psicóloga clínica





1.      HSPU: é um exercício da ginástica olímpica em que ficamos na posição invertida sobre as mãos, em geral apoiado em uma parede, e partindo de uma posição travada de apoio, se eleva e abaixa o corpo flexionando os braços.






quarta-feira, agosto 29, 2018

Sou quem eu quero ser? O desafio da vida adulta


Os estudiosos da psicologia desenvolveram teorias sobre o desenvolvimento humano, esta série, porém, está baseada na visão de Papalia1.
Ele apresenta oito fases, das quais irei discorrer sobre três: A vida adulta, a vida adulta intermediária, e a vida adulta tardia. Para quem quer conhecer as outras fases, deixo como sugestão o blog Psico Lógos do colunista Gabriel M2.
A vida adulta inicia-se aos 20 e vai até aos 40 de idade. Do ponto de vista da biologia, é nesta fase em que alcançamos o melhor da força, energia e resistência física.
Do ponto de vista da sociedade, é esperado que a pessoa humana defina sua profissão, escolha com quem vai se casar, tenha filhos e seja financeiramente e emocionalmente estável (esta expectativa está cada vez mais complicada em um país com tanta desigualdade como o Brasil).
Também, que faça suas escolhas e lide com as conseqüências, reconhecendo que embora submetido a tantas influências, ele é o responsável por suas idéias, sentimentos, sonhos e relacionamentos.
Do ponto de vista psicológico o ser adulto é um processo continuo, onde o humano passa por transformações, se tornando livre ao mesmo tempo em que é responsável.
Para quem já está próximo dos 40 anos percebe-se um declínio, entretanto, este pode ser minimizado pelo estilo de vida adotado. Exercícios físicos, alimentação saudável, cuidado com o sono, abstinência de álcool e outras drogas ajudará a passar por esta fase com mais saúde. Também, as questões socioeconômicas, a cultura familiar, os eventos vividos ao longo do caminho, tais como, doenças crônicas, lutos, separações, e tantas outras, influenciará neste período tão importante.
Ser adulto não é tarefa fácil. É exigido dele a capacidade de interagir com o outro sem perder a sua identidade, ter autonomia e capacidade de fazer uma leitura do mundo que o cerca.
Espera-se que este abandone o pensamento mágico da criança e do adolescente. Vendo seus pais como são, não crendo mais nos príncipes e princesas encantadas que irão salvá-los das suas masmorras de problemas, portanto, é necessário que estes adquiram a flexibilidade de lidar com a realidade como ela é.
A realidade é caminho estreito, contudo, largo o suficiente para o adulto passar. E na medida em que avança na sua autonomia, ganha força para viver a vida que o seu campo - o seu mundo, o permite viver.
Semana que vem, seguimos falaremos sobre a vida adulta intermediária.
Roseli de Araújo
Psicóloga clinica

  1. Papalia, Diane E.
  2. http://www.blogpsicologos.com.br/psicologia/desenvolvimento-humano/item/10-estagios-do-desenvolvimento-humano

sexta-feira, agosto 24, 2018

As crônicas da academia - Quando a ignorância é boa



No mural da CT Skill Box, todos os dias o treino é escrito com a bela letra da coach Márcia.
Assim que cheguei na academia percebi que alguns colegas ao lerem o mural, faziam careta ou reclamava de algum exercício, por saber qual seria a dificuldade do treino para aquele dia. Eu, por não conhecer os nomes dos exercícios nem me perturbava, afinal, não conseguia mensurar o esforço que faria para executá-los.
Entretanto, ao ver algumas reações de colegas e ao saber que a coach Márcia teve que parar de enviar via WhatsApp o treino do dia para que ninguém desistisse de ir, me propus por um tempo não aprender os nomes dos exercícios. Com exceção, é claro, do burpee, que mesmo não querendo aprendi na primeira semana, afinal, quem não se assusta quando o coach diz: “se não fizer isto ou aquilo vai pagar tantos burpees...” eu hein rsrsrs.
Por um tempo a ignorância dos nomes dos exercícios me livraram de perder de vista o meu foco na Academia: Vencer o mau humor da depressão e perder peso.
É certo que os exercícios que achamos difíceis de executar ou aqueles que não gostamos de fazer (o que muda de pessoa para pessoa) costuma nos deixar com uma vontade de não ter ido no treino...
E tem dia que acordamos sem muita energia, e outros que foram tão atarefados que pensamos não dar conta de mais nada, quanto mais daqueles exercícios que exigirão um sacrifício maior da nossa parte.
A verdade é que para manter a vida com qualidade não é fácil.
Bem nos lembrou a coach Márcia com esta frase realista:" Se não matar um leão por dia, amanhã serão dois".
Se concordas, então se mexa, não deixe que nenhum exercício roube o treino do dia, decida fazer com ou sem vontade e descobrirás que ao fazer o que não queres, você conquista o que almeja.
No momento, decidi aprender os nomes dos exercícios, mas só depois que aprendi como não me distrair do meu foco, lição a qual preciso reler todos os dias.
Roseli de Araújo
Psicóloga clínica

quarta-feira, agosto 22, 2018

Sou quem eu quero ser? – Em qual fase do desenvolvimento humano estou?


Para compreender como me tornei a pessoa que sou, precisei ter respeito e coragem para conhecer a história dos meus pais, ainda que esta visita ao passado tenha sido uma jornada dura.
Entretanto, para saber se sou quem eu quero ser, é necessário calar a pressa e voltar o olhar para a rota que se faz dentro do coração.
O que torna esta viagem difícil e ao mesmo tempo fascinante, são as transformações diárias e sutis que sofremos no decorrer da vida.
Estas mudanças vão se somando e nos levando as diferentes fases que todo ser humano passa. Cada etapa do desenvolvimento guarda suas belezas e lutas, mas o esperado é que vivamos de acordo com a fase em que estamos.
A importância deste conhecimento reside no fato de que não corresponder a fase que se encontra pode produzir um descompasso na vida, afetando de forma negativa todas as relações e também as importantes escolhas, as quais nos são exigida.
Imagine uma criança preocupada em como pagar as contas do final de mês, ou um adolescente fazendo birra em um supermercado porque seu pai e mãe disse que não compraria o “Toddy”, ou um adulto esperando que seus pais paguem seu cartão crédito, ou idosos saudáveis que exigem atenção como se fossem bebês que nada dão conta.
Só seremos o que desejamos ser, se vivermos de acordo ao que é esperado de cada fase.  Por esta razão é importante identificarmos a fase em que nos encontramos, para sermos capazes de avaliarmos se desenvolvemos ou não.
Portanto, na semana que vem irei começar a descrever as fases do desenvolvimento humano, com o intento de que possa avaliar o seu desenvolvimento e também daqueles que o cercam.
Roseli de Araújo
Psicóloga clínica

sexta-feira, agosto 17, 2018

As crônicas da academia - Quem rouba perde, mais que vontade de roubar...




Tem dia que lemos o mural do CT Skill Box, e já começamos a suar.
O coach dá a ordem no WOD: Uma sequência de 10 burpee (exercício complexo que trabalha o corpo inteiro, e exige muito esforço), 12 wall ball, (exercício com uma bola) 25/75 Du/Su (exercícios com a corda) 20 abmat (para mim abdominal rsrs) ... nestes momentos e em muitos outros no treino fico tentada a “roubar” na contagem dos exercícios... rsrsrs...
E em um destes treinos nada fácil, a colega Larissa brincou com o nosso colega Douglas, “quer moleza fica em casa” rsrsrs...
A Larissa (de short rosa)  ao seu lado o Douglas ( camiseta preta).
o Coache Rafael(branco e vermelho), Teresinha
 (de preto), a Camila (de azul), a Cida (camiseta da Mine) e
 o Arlen (de preto)
É isso mesmo. Quem quer moleza tem que ficar em lugar confortável, e não há lugar mais confortável de estar do que o da intimidade da nossa casa.
Entretanto, se ficamos preso no confortável não alcançamos o que nos propomos. O confortável é só para as pausas de descanso, ou para o final do treino, quando o coache nos leva a fazer exercícios de alongamentos.
Foram muitas as vezes que tive que lutar contra meu desejo de contar a menos os exercícios que julgo difíceis. Contudo, sei que roubar na contagem dos exercícios é aliar-se ao vilão do confortável, que sem nenhum pena nos leva a sabotar os nossos próprios planos.
Afinal, sem esforço a gente não evolui, seja na vida, seja no treino funcional de alta intensidade.
Pense nisto.
Abandone o conforto e verás que conquistarás o que se propõe.
Roseli de Araújo
Psicóloga clínica


quarta-feira, agosto 15, 2018

Sou quem eu quero ser? Aceitar os pais não é fácil


Meus ascendentes conhecidos:
Meu pai é este com o cigarro na boca,
 minha mãe está ao seu lado.
Ao lado de minha mãe, minha avó paterna com o dedo no queixo.
Eu sou está menina de boca cheia e aberta kkkk...

Se desejas conhecer-se, não podes negar seus ascendentes, antes, é urgente acolher a história deles para compreender quem você é.
Quando fui de encontro a minha história familiar, descobri que meu pai quase nada sabia do meu avô, e pude compreender que embora não tivesse nenhum modelo, conseguiu cumprir bem sua missão de ser pai.
As críticas advindas da adolescência perderam todo o sentido quando fui capaz de visitar sua história para compreendê-lo, em mim brotou um profundo respeito, ficando mais fácil obedecer ao princípio bíblico de dar a ele a honra.
Sei que não é um processo fácil nos depararmos com as escolhas dos pais que nos feriram. É muito difícil deixar de lado o juiz que habita dentro da gente. Temos costume de sermos implacáveis com os erros dos nossos pais, os apontamos sem nenhuma empatia. Sem tentar compreender, gritamos nossas dores e fazemos nossas cobranças sem prestar atenção que eles também têm os seus gritos, pois também foram feridos, e muitas vezes, muito mais do que nós.
E, quem sabe talvez marcados por algum transtorno psiquiátrico, algum abuso sexual ou psicológico, pela vida dura que não permitiu eles serem crianças, pela ausência dos seus pais... e tantas outras possibilidades neste mundo, onde o caos tantas vezes se instala, eles tomaram caminhos que não conseguimos aceitar.
Eles são culpados? Sim!
Entretanto, quem pode atirar a primeira pedra?
Eles erraram, nós erramos e erraremos, nossos filhos errarão, e somos todos culpados.
Entretanto, Jesus Cristo nos ensinou: ‘Não julgueis¹’.
Sei que suas palavras são tão fáceis de compreender como complicadas de obedecer. Mas, quem busca obedecer este ensino, experimenta a misericórdia pelo outro, tornando-se livre da amargura, da ingratidão e do não reconhecimento.
O maior resultado que vejo em mim desta visita a minha história, é a recuperação da minha segurança interna. Sempre sonhei ser psicóloga e escritora, contudo, trazia um medo terrível de não conseguir, entretanto, quanto mais dou a meus pais a honra, mais confiante me torno diante da vida.
Portanto, quando somos restaurados na confiança interna do que podemos ser e fazer, nada mais nos segura e nos tornamos capazes de recriar a nossa própria história.
Por esta razão, vá em busca deste caminho onde o julgamento não impera, onde a aceitação é instrumento certo que te ajudará a cada dia dar a seus pais, a honra.
E para quem honra os pais, há uma promessa de que o caminho será bom. Creia.
 Roseli de Araújo
 Psicóloga clinica
(62) 982385297

sexta-feira, agosto 10, 2018

As crônicas da academia - Quando a pressa é perigosa




Entrei no CT Skill Box em 16 de janeiro de 2018.
Eu estava com duas coisas que me incomodavam muito, a depressão e 13 quilos a mais. Sendo eu de baixa estatura, este peso faz uma diferença enorme.
Até aqui muitas foram as batalhas para não engordar, e nesta guerra, sem tréguas, já perdi várias. Entretanto, por me achar muito feia quando engordo, nunca desisti de me manter no peso que sinto bem.
Confesso, eu gostaria de ser o tipo de pessoa que é de bem com o seu corpo, esteja ele como estiver.  Admiro quem gosta de si mesmo, e não se rende ao padrão de beleza imposto, mas quando engordo fico muito chateada com o espelho.
O momento de trocar e comprar roupa se torna um tormento. Começo a não querer me maquiar e vou ficando desleixada, piorando ainda mais minha imagem. Entretanto, quando estou bem com o meu peso, vejo-me com outros olhos, sinto-me bonita, e o padrão de beleza imposto não me incomoda.
Hoje, faz 6 meses e 19 dias que estou no CT Skill Box. Até aqui, graças a Deus, eu nunca quis desistir. Primeiro, porque os exercícios me fizeram e fazem vencer o mau humor, o pior sintoma da depressão para mim. Segundo, encontrar uma atividade física que gostasse não foi fácil, e a muitos anos vinha orando ao Pai que me ajudasse, afinal para quem tem depressão e deseja vencê-la, a atividade física não é uma opção.
As vezes não sei bem se gosto mais do treino ou dos coaches da CT Skill Box, porém uma coisa eu tenho certeza, perseverar no que se propõe vale a pena. O gosto de conseguir fazer algo que se quer produz alegria que fortalece.
Hoje estou sete quilos a menos. Voltei a gostar do espelho, a me maquiar. Foi uma emoção o dia em que desci as roupas que estavam guardadas a mais de um ano no maleiro, e ao experimentá-las, descobri que mais de 50% delas já estavam me servindo.
Entretanto, não é fácil e nem rápido o processo.
Afinal, somos a geração da pressa. Queremos perder peso rápido com dietas mágicas, ainda que elas sejam insustentáveis no decorrer do tempo. Cobiçamos entrar na academia e logo conseguir fazer tudo, como alguém que já está a mais tempo. Temos tanta pressa que nos atropelamos e perdemos a capacidade de compreender o que damos ou não conta de fazer.
O resultado disto pode ser a desistência antes de tentar. E o perigo é você cair no conto de todo dia começar algo novo por não aguentar a frustração que faz parte do processo para quem quer emagrecer com saúde.
Cuidado para não acumular fracassos em coisas as quais na verdade você desistiu rápido. Com o passar dos anos você corre o risco de ficar preso na terrível e angustiante cadeia do “eu não dou conta”.
Tenho aprendido, que é preciso desprezar a pressa, ela pode até nos trazer conquistas rápidas, porém, quase tudo que vem rápido vai embora rápido.
Pense nisto.
Roseli de Araújo
Psicóloga clínica



quarta-feira, agosto 08, 2018

Sou quem eu quero ser? Conhecendo para conhecer quem sou




O bebê humano precisa de pais, e na ausência deles, necessita de outros que cumpram sua função de cuidar. Sem cuidados, sua vida cedo será ceifada, e ele não será presente de Deus ao mundo.
Eu e você só atravessamos os primeiros e cruciais anos de nossas vidas porque houve pessoas que dispensaram a nós cuidados, os quais sem eles, não teríamos chegado a nenhum lugar.
É lamentável perceber que vivemos em uma sociedade que perdeu o respeito pelos pais e cuidadores. Em tempos modernos, eles não são vistos como os mais honrados heróis a quem devemos nossa vida.
Neste mundo dominado pelas imagens, o cinema faz os heróis da ficção mais admirados e amados do que esses que gastaram por nós o seu tempo, dinheiro, energia física e emocional.
Entretanto, foram os cuidadores (pais ou não), responsáveis pela manutenção da nossa vida e a estruturação da nossa personalidade. Portanto, cabe a eles o reconhecimento por tudo que por nós fizeram.
Talvez se pergunte: o que tem isso a ver com quem sou e com quem quero ser? A resposta está no fato de que para chegar a ser quem eu quero, necessito conhecer a história de vida, biológica, cultural e social destes homens e mulheres que foram por nós responsáveis, pois na história deles está parte da nossa, e nada pode mudar esta realidade.
Porém, para conhecermos nossa verdadeira identidade, teremos que nos despir dos julgamentos a respeito do mundo dos nossos pais, e com humildade de quem não compreendeu nada, deixar as impressões de lado, tantas vezes vista como verdade, para compreendê-los a partir do mundo em que foram criados.
Isto exigi respeito e coragem.
Respeito, por terem sido eles os instrumentos do Criador para nos dar a vida e também pelas escolhas que deram conta de fazer.
Coragem, pois poderá ser uma viagem difícil para a criança ferida que está dentro de cada um de nós.
Sabemos que os humanos trazem a beleza de serem a imagem de Deus, como também as marcas do pecado¹, luzes e trevas, amores e ódios, vitórias e dores.
A psicanálise nos explica os conflitos que nascem da relação com os pais. A teoria sistêmica também reconhece o lugar dos pais na solução dos conflitos psicológicos. Qualquer que seja abordagem psicológica, ninguém ousa discordar da importância deles em nossa formação.
Contudo, o movimento psicológico mais libertador está contido na ordem bíblica de que os pais devem ser honrados². Honrar os pais é reconhecer o lugar importante que ocupam em nossas vidas, independente do que fizeram. Pessoas que seguem a vida sem aceitar os pais como são, não poderão experimentar a cura da criança ferida que está dentro deles.
Se anseia mergulhar no misterioso mundo que existe dentro de você, comece agradecendo pela vida que recebeu deles. E quando a gratidão calar as amarguras, verás que tua vida se revestirá de maior sentido e alegria.
Semana que vem continuamos a nossa jornada ainda neste tema.
Roseli de Araújo
Psicóloga clínica

segunda-feira, agosto 06, 2018

Lágrima dolorida

Como é difícil respeitar o que não conseguimos compreender! 
Entretanto, é necessário acolher a dor provocada por aqueles que não conseguiram ver que as chaves das grades que o prendem estão em suas próprias mãos.
Nestes momentos, é urgente aceitar o que não se pode mudar, e reconhecer que as milhas à frente não poderão se trilhadas, ainda que o coração reclame a saudade do outro.  
Quem sabe ao olhar para trás com respeito ao que se viveu juntos, um bálsamo se faz, enquanto uma lágrima cai mansamente dolorida.

sexta-feira, agosto 03, 2018

As crônicas da academia - Comparação, comparação porquê me persegue?



Comparação é um problema sério! E em relação a academia pode ser determinante. Deixe-me explicar.
No CT Skill Box, no primeiro e segundo mês, era comum eu sair frustrada quando não conseguia fazer o que eu julgava simples, porém, meus colegas de treino pareciam fazer sem nenhum “esforço”. Pensava com certo pessimismo ‘acho que este exercício eu nunca darei conta’. E foram muitas as vezes que fui para casa chateada comigo.
Certa manhã, após um treino, conversando com o coach Pedro, a respeito da minha dificuldade com certos exercícios, ele me disse que achava interessante, pois as pessoas sempre ficavam chateadas com o que não davam conta de fazer, entretanto, costumavam não se alegrar com que conseguiam.
Sua observação atingiu meu coração como uma flecha. Ele tinha razão. Para completar ainda me disse,  "olha você, chegou aqui a pouco tempo e já está conseguindo fazer muita coisa".
Bom, apesar de toda dificuldade com os exercícios, haviam alguns que de fato eu conseguia fazê-los corretamente, como por exemplo, o push up (que eu conhecia pelo nome de apoio rsrsrs...). Para minha  surpresa e dos coachs, rapidamente passei a fazer uma sequência de oito repetições sem precisar colocar os joelhos no chão.
Fui informada que as mulheres têm dificuldade com os exercícios que exigem força dos braços, mas, surpreendentemente eu dava conta, e, não tinha celebrado até então esta facilidade.
Naquela manhã sai com outro olhar sobre os exercícios físicos. Eu que ensinava meus pacientes a celebrar suas conquistas passo a passo, tive que ser lembrada, que eu também podia celebrar no CT Skill Box cada avanço meu.
Agora, eu não deixo passar nada mais sem comemorar, a cada evolução, digo para mim mesma, ‘quem diria hein, você chegou até aqui’.
A primeira vez que fiz um exercício de equilíbrio (que contei no primeiro texto desta série) sem precisar apoiar o pé no chão, foi após seis meses, fiz festa. É minha conquista mais recente. E sigo fazendo a festa a cada evolução, por mínima que seja.
O Pedro havia me lembrado uma lição já aprendida: Quem não comemora as pequenas vitórias perde a alegria do processo. E sem alegria é possível perder a força necessária para continuarmos perseverando no desafio proposto.
Está é minha amiga Rosângela, ela tem o dom
 de fazer a gente sorrir.
Por esta razão, minha amiga Rosângela, quem me inspirou fazer este texto, não desista de encontrar o seu caminho na conquista de mais saúde.
Aos leitores do CT Skill Box, lembrem-se das palavras da nossa coach Márcia: “O treino funcional de alta intensidade é bom porque cada pessoa é boa em alguma coisa”, e assim vamos descobrindo nossas diferenças, nos alegrando com quem dá conta de fazer o que não damos e celebrando sempre nossas facilidades.
Aos demais leitores, que ainda não chegaram na academia por causa da comparação, abandone-a, não deixe que nada te impeça de chegar onde deseja.
Roseli de Araújo
Psicóloga clinica
(62) 982385297
Eu fazendo "push up" e descobrindo que as coroas dão conta rsrsrsr....






quarta-feira, agosto 01, 2018

Sou quem eu quero ser? O caminho do conhecimento pessoal



Quando fiz a enquete para que os leitores escolhessem assuntos os quais gostariam que eu trabalhasse no blog, foram indicados: depressão, ansiedade, perdão, ciúmes na relação conjugal e identidade versus relacionamentos a qual vou escrever nas próximas quartas-feiras.
Este é o Pastor Iran.
Atualmente voluntário
da Comunidade Terapêutica Nova Vida
A última indicação desta enquete, foi enviada para mim pelo Pastor Iran de Anápolis, um irmão de fé que tive a oportunidade de conhecer no curso de Aconselhamento em Dependência Química promovido pela Secretária de Desenvolvimento do Estado de Goiás. Naquela ocasião atuei como psicóloga da Missão Vida, entidade que me permitiu fazer o curso no meu horário de trabalho, oportunidade na qual, fui e sou muita grata.
Sua proposta foi que eu escrevesse sobre ‘o porquê as pessoas nunca estão satisfeitas com o que são e o que têm, desejando ser como os outros'.
Achei sua proposta instigante, e sei que será uma viagem tão agradável como foi escrever sobre os demais. A diferença é que para chegar ao destino indicado terei diferentes rotas a escolher.
Esse tema perpassa pela nossa identidade e a nossa relação com os outros. Quem sou? Quem é o outro para eu querer imitá-lo? Tenho pelo outro, admiração ou inveja?
Quem eu sou? É talvez a pergunta mais complicada para todos, se consideramos que a realidade de cada ser humano é um mundo complexo.
Quem é outro? Aquele que dependemos desde a mais tenra idade e que seguimos precisando do seu olhar pela vida a fora. Este é sempre um referencial para nos inspirar ou não. Mas, qual é o limite para imitá-lo? É mesmo um desafio encontrar estas respostas.
É possível saber quando admiramos ou invejamos uma pessoa? Uma vez que a linha dos sentimentos pode ser tênue, dependendo de como estamos. Pergunta nada fácil, e que exige sinceridade.
O caminho a frente não é muito claro para mim, entretanto, confio que não me faltará luz suficiente para concluir a caminhada. 
Espero que esta nova série responda as perguntas feitas pelo Pr. Iran e também as interrogações feitas pelos demais leitores, afinal, o humano carece de encontrar respostas para o universo que ele é.
Com a mochila nas costas, demos hoje o primeiro passo rumo a esta viagem.
Aguardo você nas próximas quartas-feiras.


Roseli de Araújo
Psicóloga clínica
Atualmente atendendo no Instituto Eu - (62) 39960091
e no
Departamento de psicologia da Igreja Assembleia de Deus- Rio Formoso -(62) 982385297Whatsapp