Eu me
sento, mas não tranquilamente. Percebo nos sons que me rondam uma opressão. Sobre
ou dentro do peito? Não sei bem.
Carros
lá fora, geladeira a tinir um ruído constante, pássaros cantando do outro lado
da casa, uma mosca zumbindo a perturbar, a moto passando, um caminhão a frear...
Dentro
de mim a urgência, ainda que eu não tenha compromisso com hora marcada.
Pensamentos
vem... há tanta coisa a fazer e o relógio parece correr sem preocupar-se em deixar-me
para trás.
Ao
lado, o telefone, portão amado e cúmplice das minhas fugas, a me convidar ao
vasto mundo que entro através dele. Digo não!
Quero
ouvir o barulho que só se escuta no silêncio, e abraçar a calma que posso
encontrar no Espírito que habita em mim.
Volto
para dentro. Encontro agora o coração mais livre da pressa que o instiga a
fazer, fazer e fazer, a se confortar, no momento do agora.
E me
lembro das palavras de Jesus, ‘observai os pássaros, observai os lírios’, e me
dou conta que a vida não é hoje, a vida é agora.
Li pela
manhã um post que diz que o professor se cala durante a prova, e está é minha
sensação diante das ansiedades que me sobrecarregam. Como o silêncio de Deus
parece assombroso, penso.
Mas, sei que Deus vai abaixando seu tom até o
silêncio diante de mim, como alguém com calma, vai falando cada vez mais baixo
diante de quem grita.
Neste
instante, sei que preciso mais uma vez ponderar a partir do silêncio que fala
mais do que 10 mil palavras. Deixar a consciência se tornar mais consciente. E provar
do jugo suave e do fardo leve daquele que habita em mim.