Dependência Química, Doença Familiar?
Certamente, sim! Quando alguém se torna usuário de drogas, os membros da família passam a viver em torno do dependente químico: a vida, os sonhos, a felicidade, os prazeres, as alegrias, o futuro e tudo mais que se relacione a cada familiar passa a depender do comportamento do dependente químico. Como se isso já não fosse um problema em si mesmo, esse tipo de comportamento pode gerar a FACILITAÇÃO.
O QUE É A FACILITAÇÃO?
É qualquer comportamento que, mesmo vindo com boa intenção, serve para proteger o dependente químico das consequências do uso das drogas, contribuindo para que a doença do dependente e a situação desse familiar piorem. Isso, obviamente, adoece toda a família.
Sintomas de uma família doente
* Depressão;
* Insegurança;
* Baixa estima;
* Raiva;
* Impotência;
* Solidão;
* Doenças físicas;
* Transtornos emocionais etc.
Quando o comportamento é um comportamento facilitador?
* Negar que o uso da droga pode ser um problema;
* Evitar problemas e conflitos que, possivelmente, causem o uso do dependente;
* Minimizar (diminuir) o problema;
* Racionalizar : encontrar razão para o uso.
Seu comportamento é um comportamento facilitador? Se você tem na sua família um dependente químico, veja pelos itens abaixo se você, movido pelas melhores intenções, não está fazendo mais mal que bem ao seu ente querido. Tem comportamento facilitador quem:
* Protege o dependente das consequências do seu comportamento;
* Deseja e aguarda que a situação melhore – tendo “paciência”, quando o certo é agir;
* Pratica a regra do “não falar”.
Quais as consequências do comportamento facilitador?
* Aumenta a resistência do dependente químico em procurar ajuda porque ele deixa de perceber toda a extensão do prejuízo que a droga causa.
* Atrapalha o dependente quando este quer o tratamento.
O que a família pode fazer que irá ajudar o tratamento?
1º - Encarar que a dependência química é um problema grave que adoece o usuário e a sua família se esta tiver comportamento facilitador;
2º - Procurar ajuda especializada, mesmo quando os pacientes não queiram acompanhá-los;
3º- Frequentar grupos de autoajuda – NA;
4º- Estar preparado para ajudar o dependente químico, quando este demonstrar real interesse em ser ajudado. ( Para isso é necessário seguir os passos anteriores).
Roseli Araújo
Psicóloga Clínica
Psicóloga Clínica