quarta-feira, março 06, 2019

Saúde emocional e os ensinos de Jesus




Eu acredito que um dos grandes desafios que os seres humanos vivenciam é o de serem capazes de viver o que falam.
Como é fácil falar de gratidão e ao mesmo tempo ser ingrato, de amor e odiar muitas pessoas, de perdão e guardar magoas por anos, da importância da paciência e ser impaciente quase que o tempo todo. É impressionante como somos capazes de ofertar palavras de sabedoria aos que estão perto de nós e ao mesmo tempo estas palavras não servem para dar norte a nossa própria vida. 
A psicologia reconhece esta “loucura humana” ao afirmar que somos seres ambivalentes. E esta ambivalência tão bem descrita pelos psicólogos é “a existência simultânea, e com a mesma intensidade, de dois sentimentos ou duas ideias com relação a uma mesma coisa e que se opõem mutuamente”1. Em outras palavras, é a tendência que temos de amar e odiar ao mesmo tempo uma mesma pessoa, um mesmo lugar, uma mesma situação. É o querer e não querer, o desejo de ficar e ir, de fazer e não fazer andando de mãos dadas.
Contudo, para sermos saudáveis emocionalmente é preciso diminuir a distância entre o que falamos e vivemos. Falar aqui significa expressar o que cremos, o que trazemos como princípios para reger nossas vidas, nossos valores, nossa jornada.
Em minha jornada enquanto psicóloga, vou ficando intrigada com pessoas que parecem conseguir harmonizar o que fala com que vive. Considerando o contingente humano que já viveu e vive, foram poucas as pessoas que conseguiram serem fieis ao que falava. Dentre estas pessoas muito conhecida, sou fascinada por Jesus Cristo. Sei que ao mencioná-lo posso suscitar certo desconforto. Afinal, no Brasil, muitos que professam ser seus seguidores, tanto evangélicos como católicos, vivem tão distantes dos seus ensinos que muitas vezes podemos ficar impedidos de ver de fato quem ele é.
Porém, quando estudamos sua vida, fica clara a harmonia entre o que ele falava e vivia. E, seus conceitos uma vez aprendidos e praticados são capazes de nos tornar pessoas mais saudáveis emocionalmente. Digo isto, porque muitos dos conceitos propostos pela psicologia para desenvolvermos uma vida com mais qualidade nós encontramos no ensino e na vida de Jesus.
Portanto, não irei falar do Jesus da religião, vou me deter na ponte que vejo entre Jesus e a psicologia. E lhe convido a seguir comigo nesta série, e conhecer um lado de Jesus que os religiosos em todas as épocas impediram os homens de contemplar.
Sem nenhuma pretensão em dizer que tenha visto tudo, espero que o que vi desta pessoa tão importante na história da humanidade possa contribuir para refletirmos e encontrarmos mais vida em nossas vidas.
Aguardo você para esta nossa nova viagem. Estarei postando um texto todas as quartas feiras e espero ter a sua companhia.
Roseli de Araújo
Psicóloga clínica
  1. Dicionário de Psicologia APA.