quarta-feira, junho 27, 2018

Mais eu me mordo de ciúmes ou me deixo morder? (IV)



Os seres humanos, desde do nascimento, carecem de múltiplas relações. Mãe, pai, filhos, irmãos, avós, tios, primos, sobrinhos, amigos de infância, de escola, professores, colegas de trabalho, irmãos de fé e a maioria das pessoas precisam de um parceiro para dividir a vida. Contudo, para quem deseja a relação amorosa, é imprescindível saber que deve apenas ocupar o lugar a ela destinado, e não o todo da vida, porquê nenhuma relação humana tem em si o poder de suprir de forma completa a necessidade que temos de nos relacionar.
Portanto, não duvide, um namorado (a), um marido, uma esposa, não pode atender todas demandas e expectativas que temos. Esperar que a pessoa que escolhemos para dividir a vida ocupe todos os espaços do nosso coração, tão sedento de afeto, é condenar a relação amorosa ao fracasso.
E como saber se estamos condenando a relação amorosa ao desmoronamento? Quais são as atitudes que revelam que uma pessoa fez do parceiro, o responsável para suprir suas carências afetivas? Talvez, a pergunta mais difícil de ser respondida seja: Eu posso saber se sou ou não um ciumento adoecido? Responder a estas perguntas com sinceridade é de suma importância para avaliar se o ciúme em nosso relacionamento é uma expressão saudável de cuidado ou doente de controle.
É comum a pessoa adoecida de ciúmes vasculhar o celular do parceiro sem autorização, proibi-lo de ter amigos e tentar o isolar do convívio social e até dos seus familiares mais próximos. Também costuma escolher suas roupas, decidir onde a pessoa amada pode ir, e, se julga não correspondido ao que espera do seu parceiro, o ameaça com palavras e gestos.Em casos mais graves, imagina que seus parceiros o trai e passa a ter certeza disto, ainda que não tenha nenhuma evidência, se ao dormir sonha que a pessoa amada está com outra, briga como se ela tivesse culpa.
Se você tem algumas destas atitudes citadas acima, saiba que necessita de forma urgente repensar o que espera da sua relação, suas expectativas sobre o seu parceiro e avaliar sua autoestima.
Como fazer isto? Converse com uma pessoa mais madura que confie e que conheça sobre o assunto. Caso tenha identificado com a maioria das atitudes, e percebe que não tem domínio sobre o ciúme que sente, é importante procurar ajuda de um profissional da psicologia.
Semana que vem sigo falando do ciúme e suas consequências na relação amorosa.
Roseli de Araújo
Psicóloga clínica
62 982385297