quarta-feira, setembro 25, 2019

As consequências do orgulho na vida da igreja – O terceiro conselho de Jesus para nos livrar da autossuficiência



         ‘Compre de mim colírio para ungir os seus olhos e poder enxergar’1, é o terceiro e último conselho de Jesus para a igreja que vivia em Laodicéia, e tão difícil de compreender quanto o primeiro e o segundo.
A cidade era famosa pela medicina oftalmológica por causa da descoberta de um colírio, contudo, os membros desta igreja tinham uma cegueira que só o colírio de Jesus poderia resolver.
É mesmo impressionante a diferença dos olhares.
As visões que tinham sobre si mesmo em nada se assemelhavam a descrição feita por Jesus. Retratados por Ele como miseráveis, pobres, cegos e nus, se viam ricos e sem nenhuma necessidade.
         Para Jesus, o que eles precisavam enxergar?
O texto nos dá a resposta: A autossuficiência que dominava seus corações.
Diz o escritor de Gênesis2 que Adão foi criado à imagem e semelhança de Deus, e colocado no Jardim do Éden para reger, a partir dele toda a terra. Dos muitos atributos que recebeu de Deus, dentre eles, Adão recebeu a capacidade de exercer a sua vontade – fazer escolhas.  Para que pudesse exercê-la em toda sua plenitude, a única coisa exigida de Adão foi não comer do fruto do conhecimento do bem e do mal, o qual lhe foi avisado que se dele comesse, morreria2.
         Ao dar essa ordem à Adão, Deus o coloca na possibilidade de exercer sua vontade na relação com Ele através da confiança em sua Palavra.
         É importante ressaltar que pela sua Palavra Deus criou o universo3 e por sua Palavra Deus sustenta todas as coisas3. Logo, a relação entre Ele e Adão também tinha como estrutura, fundamento e ambiente, a sua Palavra.
         Entretanto, ao ser apresentado à Adão outra palavra - a palavra da serpente - Adão se encanta com o fruto do conhecimento do bem e do mal, e também com a possibilidade de ser igual a Deus. Todavia, ao concordar com a serpente e comer do fruto, Adão despreza a Palavra dada por Deus.
 Assim estava a igreja de Laodicéia. Encantada com sua riqueza e a segurança que julgavam que ela proporcionava, desprezava a Palavra de Deus – O Verbo – Jesus. Ele mesmo é quem nos informa que está do lado de fora da igreja e não dentro.
Ao deixar de ver o pecado da autossuficiência, passaram a alimentar em suas vidas a confiança nas riquezas, e estavam perdendo a oportunidade de desfrutar da maior riqueza dada à igreja, ‘Cristo neles, a esperança da glória’4.
Contudo, Jesus insiste para que percebam o que estão fazendo. Ele diz: Repreendo e disciplino aqueles que amo. Por isso, seja diligente e arrependa-se5.
Creio que o desafio de Jesus na igreja de Laodicéia é estendido a todos que se denominam cristão hoje. Devemos nos arrepender da confiança que temos depositado no dinheiro, bens, títulos, conhecimentos, beleza, pessoas – marido, filhos, pais, irmãos, amigos, etc. A Palavra é o instrumento de Deus para sustentar todas as coisas. Ela é o único fundamento da vida cristã e só nela podemos colocar a nossa confiança.
Roseli de Araújo
Escritora e psicóloga clínica
Referencia:
1.   Apocalipse 3:18 (NVI);
2.   Gênesis 1,2,3;
3.   Hebreus 1:3;
4.   Colossenses 1:27;
5.   Apocalipse 3:19

quarta-feira, setembro 18, 2019

As consequências do orgulho na vida da igreja – O segundo conselho de Jesus para nos livrar da arrogância




         O segundo conselho que Jesus dá à igreja de Laodicéia é em relação as suas vestimentas. Ele diz ‘comprem de mim vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifestada a vergonha da tua nudez1.
         Este conselho deve ter soado tão estranho aos laodicenses quanto o primeiro. Afinal, ricos e donos do polo industrial da lã famosa da época,deviam vestir as melhores marcas e serem reconhecidos por sua classe social ao saírem com suas belas roupas.
         Contudo, novamente a ordem é: Comprem de mim - Jesus - vestes brancas.
         Na bíblia, vestes brancas apontam para a santidade.
E a santidade nasce da consciência de que sem Jesus podemos nos apresentar bem aos homens, causar uma boa impressão por causa do status social revelado no valor de nossas belas roupas, porém, na presença de Deus estamos nus.
De acordo com a Palavra de Deus, ‘não foi mediante coisas corruptíveis, como prata e ouro, que fomos resgatados do nosso fútil procedimento que nossos pais nos legaram, mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo2’.
Pedro nos informa que ao crermos em Cristo e confessarmos Ele como Senhor e Salvador, fomos resgatados para uma outra dimensão de vida.
No evangelho de João 15, Jesus nos dá uma pista de qual vida agora fomos chamados para viver, ao nos informar que fomos enxertados nEle. Logo, se estamos em Cristo, vamos produzir de suas características. Sendo Ele santo, santo seremos. Contudo, também nos informa que para produzir suas características, necessitamos de permanecer nEle.
Preste atenção. A igreja de Laodicéia sabia disso, entretanto, em sua jornada na vida cristã, deixou de permanecer em Cristo ao perder Jesus como referência. Agora, apoiados em suas riquezas, se esqueceram que a única veste a qual podiam se apresentar diante de Deus era com as vestes de Jesus. Se esqueceram também que essas vestes só são possíveis de serem possuídas por causa do sangue derramado na cruz por Ele.
É por meio de Jesus que podemos nos apresentar. Ele é quem satisfez a plena vontade do Pai. Só Ele tem vestidura branca – santidade. Ele é o único mediador entre nós e Deus Pai e apenas através dEle somos recebidos por Deus.
Ao perder a consciência de qual era o critério de Deus para se apresentar a Ele, os laodicenses deixaram de reconhecer a graça de Deus doada - a eles - por meio de Cristo, passando a viver como se tivessem algo para apresentar a Deus.  Então, ficaram nus diante de Deus Pai, pois a única roupa exigida é a santidade. Por essa razão, Jesus os informa que devem comprar dEle para que não seja manifesta a vergonha da sua nudez 3.
Ao utilizar o termo comprar, Jesus fala a única linguagem que os laodicenses poderiam compreender naquele momento, uma vez que seus corações estavam tomados pelo sofisma de que ter é mais do que ser. Todavia, as vestes brancas já foram compradas pelo seu precioso sangue.
O que eles precisavam era reconhecer a nudez que estavam quando o deixaram do lado de fora.
Toda igreja de Cristo sempre é chamada para reconhecer que só nEle podemos viver a vida cristã a qual fomos chamados, nos apresentando com a dignidade dEle diante do Pai.
Roseli de Araújo
Escritora e Psicóloga clínica
Referência;
1.   Apocalipse 3:18;
2.   Primeira Pedra 1:18,19


terça-feira, setembro 10, 2019

As consequências do orgulho na vida da igreja – O primeiro conselho de Jesus para nos livrar da arrogância



A autossuficiência de Laodicéia e a confiança em suas riquezas fizeram com que perdessem a visão correta de si mesma. ‘Nada precisavam’1, pensavam. Contudo, Jesus estava ‘ a bater na porta’2, do lado de fora da igreja.
Tal era a sua arrogância que não foram capazes de perceber que embora estivessem reunidos em seu nome, Jesus não estava dentro dela – entre eles.
            Jesus então dá três conselhos:
O primeiro, ‘compre de mim ouro refinado no fogo, e você se tornará rico3.
          Os laodicenses tinham um grande poder de compra. Viviam em uma cidade que era rota comercial. Os produtos vinham de longe. Além de serem os produtores da lã mais cara da época, estavam sempre diante de novos produtos.
            A despensa deles era farta do necessário e seus guarda-roupas e armários das novidades da época.
Sabemos que comprar é algo pró-ativo. Demanda tempo, conhecimento do produto, pesquisa de preço e pensar na melhor estratégia de pagamento. E a compra para suprir a necessidade precisa ser feita com um bom planejamento, o que eles seguramente faziam bem.

Para não terem falta de nada e ainda estarem abastados, possuíam também uma poupança gorda e aplicações em vários outros rendimentos. Se vivessem em nossos tempos tinham investimentos em ações, no tesouro direito, LCI e LCA, CDB e outros.

E Jesus os chama para continuar fazendo o que eles sabem fazer bem, comprar. Todavia, comprar dEle. Para atraí-los Jesus apresenta seu ouro refinado pelo fogo.
O fogo é quem tira a presença de outras substâncias e impurezas, logo, vale mais, muito mais do o ouro que estavam comprando.
 O que Jesus está dizendo em outras palavras, é que eles pensavam estar fazendo boas compras, bons investimentos, contudo, o ouro deles os contaminava ao produzir a crença de terem tudo enquanto Jesus estava do lado de fora.
Os membros da igreja de Laodiceia tão entretidos estavam com o quanto – suas riquezas, que deixaram o quem – o Senhor Jesus, assumindo a crença que ter é mais importante do que ser (como podem ver o que vivemos hoje é um velho sofisma).
Jesus os orienta a comprar da fonte certa: Comprar dEle. A fonte na qual eles compravam não era suficiente para produzir neles a vida abundante que acreditavam ter.
Os membros da igreja de Laodicéia se tornaram aos olhos de Jesus miseráveis. Não o miserável que provoca compaixão nEle, mas o miserável que provoca mal-estar.
E assim ocorre comigo e com você todas as vezes que medimos nossa vida pelo quanto - nossas riquezas: família, títulos, bens, ao invés do quem - O Senhor Jesus, sua presença em nós.
            Até semana que vem e veremos o segundo conselho.
Roseli de Araújo
Escritora e psicóloga clínica
Referência
1.    Biblia NVI. Apocalipse 3:17
2.    Bíblia NVI. Apocalipse3:20




quarta-feira, setembro 04, 2019

As consequências do orgulho na vida da igreja – O perigo da queda da temperatura espiritual



Somos chamados para sermos fervorosos de espírito1, entretanto, ao nos tornamos autossuficientes como os laodicenses a nossa temperatura espiritual cai, e ficamos mornos aos olhos de Jesus.
O que tornou os membros da igreja de Laodicéia mornos foi o fato deles se julgarem “honrados” e abençoados, ao ponto de não precisarem mais de coisa alguma. Entretanto, Jesus não se impressiona com o que eles pensam sobre eles mesmos e muito menos com o que acreditam possuir.
O que fica evidente, é o fato deles conseguirem transformar a benção recebida em algo que provocava mal-estar em Jesus ao ponto dEle os chamar de miseráveis, pobres, cegos e nus.
Certa vez em um shopping com uma amiga querida que perdeu seus filhos para uma doença grave, encontramos com uma irmã de igreja cuja filha havia tido a mesma doença, todavia, estava conseguindo vencer.  Entusiasmada a irmã começou a contar da sua filha, da vitória que o Senhor dava a ela, honrando-a, não permitindo que sua filha morresse. Ela sabia da história da minha amiga e na sua euforia não foi capaz de sequer considerar que suas palavras sugeriam que minha amiga havia sido desonrada por Deus.
 Achei sua atitude uma falta de respeito com a história de dor da minha amiga, contudo, minha amiga mais crente do que eu, disse: “Já estou acostumada com as pessoas que pensam assim”.  Confesso que não engoli aquela atitude e achei um absurdo que alguém que havia passado o medo de perder uma filha não fosse sensível o suficiente para considerar a dor do outro que perdeu.
Sentindo-se abençoada, se tornou como os laodicenses. Sua benção revelou sua autossuficiência. E ao invés de se tornar mais misericordiosa, ficou orgulhosa pelo que havia recebido ao ponto de acreditar que Deus a honrou por receber de Deus alguma resposta de oração.
Não duvide. Autossuficiência é pecado sutil, capaz de tirar de nós o olhar de Jesus diante do sofrimento do outro.
O grande desafio de Jesus era levar a igreja de Laodicéia a compreender que sua riqueza não estava no que havia recebido de Deus, e sim no que ela fazia de bom com que recebera em favor dos outros.
Laodicéia se tornara morna ao usar o que tinha para si mesma, negando assim o propósito para o qual foi chamada. Ao deixar de levar água fria - refrigério e água quente - cura ao próximo, se tornaram miseráveis, pobres, cegos e nus na presença de Jesus, ainda que se sentissem ou cressem que eram honrados, ao ponto de nada lhes faltar.
É lamentável que as pessoas chamadas para tornar o mundo melhor se tornem mornas – sem nenhuma ação de bondade.
Que Ele nos livre do pecado de Laodicéia.

Roseli de Araújo
Escritora e psicóloga clínica

Referência:
1.               Romanos 12:11,