sexta-feira, julho 29, 2016

Os fantasmas



Deveria os fantasmas habitar no mundo da ficção, contudo, na verdade, eles habitam nas entranhas do mundo que carregamos dentro de nós. E, por vezes eles aparecem aterrorizando os pensamentos, e nos perguntamos, de onde essas ideias vieram? É mesmo estranho esse mundo que carregamos dentro da gente. 

Quando os fantasmas aparecem, o coração que antes estivera tranquilo, se vê abalado com o que não consegue compreender, e por alguns instantes a sensação é de perder o norte. 



O olhar corre em todas as direções, e buscamos o chão, que antes firme, nos sustentávamos. E, ao sentir o chão abaixo dos nossos pés, percebemos que nada mudou fora, apenas dentro da gente. Porém, se algo muda dentro da gente, o mundo que está fora, nos parece completamente diferente. E o chão antes firme, nos dá a sensação de ser, agora, areia que se move. É que a realidade que antes nos parecia ser uma, apresenta-se de outra forma. 
E o mar bravio se faz diante do novo. Queremos porto. Controle. Segurança.


terça-feira, julho 26, 2016

Cansaço do que não conseguimos resolver

Depois de um dia inteiro no hospital, graças a Deus, para acompanhar meu pai em uma cirurgia simples e que foi um sucesso, ao sair fui visitada por uma dor de cabeça que nunca havia sentido antes. 
Como psicóloga que sou, fiquei buscando saber dentro dos limites que a mim é permitido, o que provocou tamanha dor de cabeça. E, após rasa investigação pude perceber que ela começou depois da conversa com meu irmão. Conversar com ele é sempre bom, mas o conteúdo do nosso diálogo foi sobre coisas que eu não consigo resolver, e que de verdade gostaria muito.
E me senti, o que sou, impotente diante das situações da vida. E minha alma cansada do que não consegue fazer, explodiu em uma dor de cabeça. 
Cheguei em casa exausta, e foi tão bom quanto tomar água quando se está com sede. Meu marido, com seu jeito doce e companheiro, logo preparou algo para que eu comesse. E deitar em minha cama e dormir foi o meu melhor remédio.
Hoje, ao acordar, fiquei pensando que viver é não resolver um monte de coisas. é aceitar que não controlamos nada. 
 Desculpe-me os humanistas que acreditam que o poder está dentro de nós, até creio na escolha humana, mas o humano depende de tantas coisas as quais nada tem haver com o seu poder de escolha. Tornando assim o poder de escolha utópico, nessa vida que nos trás e leva o que quer. 
E, quem sabe um dos segredos para viver bem seja aceitar os limites do que se pode ou não fazer.
Sei que minha dor de cabeça não retornou, e acredito que minhas reflexões me trouxeram de volta a leveza da alma. 
Nem sempre o pensar dói.

quarta-feira, julho 20, 2016

Com amigos eu sigo

Nesta vida tecida de cores e amores, a amizade é uma cor que se destaca. Ela faz a gente sorri com leveza, e dar gargalhadas sem medo de repreensão. É capaz de tornar os momentos tão mágicos como aquela cena mais extraordinária vista na televisão.
A quem diga que amigos não existem. Eu penso que estes são os verdadeiros loucos. Em nada confiáveis, porque quem não acredita na amizade, certamente nunca conseguiu ser um amigo. Com estes, afirmo com veemência, tomem cuidado. E como deve ser triste passar pela vida sem a beleza da amizade.
Shakespeare diz que amigos é a família que a gente escolhe. Eu acredito. E a amizade nasce quando escolhemos e somos escolhidos na mesma fração do tempo, no colidir da nossa história com outra história. Nascendo ai a possibilidade de se construir momentos que serão eternos. 
Você reconhece um amigo quando a conversa nunca cessa, sendo necessário se despedir, para que ela chegue ao seu final. A verdade é que conversa entre amigos é tamanha, que a noite inteira não é suficiente para colocar o papo em dia. Como nunca ela acaba, sempre continua de onde parou quando os amigos se reencontram.
Para mim, os amigos são braços que nos permitem repousar em meio a um turbilhão de cansaços. Até a voz deles, de tão reconfortante, soam como canção de ninar. E, nossa alma encontra alívio da competição que parece não querer nos abandonar.
Com os amigos velhos e novos eu sigo, e como é bom tê-los!



segunda-feira, julho 11, 2016

Agora casados, que alegria.

Assim começamos nossa vida juntos,sorrindo, sorrindo e sorrindo. Sempre prontos para uma palavra leve e brincadeiras que enfeitam a relação.
Gosto do jeito que nosso amor nasceu. Sem máscara ou maquiagem, mas com o rosto limpo mostramos nossa face um ao outro, e assim, as nossas almas encontraram um no outro um lugar de repouso. Estar com você é estar em casa, agora é estar também na intimidade do quarto, onde o amor se faz tão concreto, nos beijos e carícias que trocamos.

 Que coisa boa é acreditar na vida. Ainda que um dia nós dois afirmamos que nossos barcos naufragaram, fomos salvos pelo Autor da vida, Aquele que joga tudo no mar do esquecimento, nos permitindo começar novo.

Meu querido amor apenas uma oração trago no peito, que o Senhor me capacite fazer você feliz, como você já me faz com esse seu amor tão doce.
E não se esqueça: Te amo.

segunda-feira, julho 04, 2016

Eliack, 53 anos. Quanta saudade.

Quatro de julho. Hoje o Eliack, meu primeiro marido, iria completar 53 anos de vida se estivesse entre nós, porém ele partiu em 1998, aos 35 anos. Sua passagem foi curta pela terra, mas ele, sendo tão amoroso, deixou saudade demais. O Arlen, nosso filho, hoje, com 20 anos, o perdeu quando tinha 2 anos e 8 meses, e nem imagina o quanto seu pai era um homem maravilhoso. Sempre que posso conto suas histórias, afinal sua memória é para ser mesmo cultivada. 
Ele, um homem de Deus cheio do Espírito Santo. Nossa casa era um lugar alegre, cheio de missionários e pastores que sempre hospedávamos. Ele era servo de todos.  Eu o admirava profundamente.
Os finais de semana eram maravilhosos porque ele estava em casa e fazíamos tudo juntos, e depois que ele morreu demorei recuperar minha alegria com a chegada do final de semana.
O justo jamais será abalado; para sempre se lembrarão dele. Salmo 112:6
Graças a Deus, o tempo tão rápido passou, e a dor amenizou. A vida continuou com Jesus trazendo a alegria que só Ele pode dar. E eu sigo feliz, reconstruindo minha vida, mas sempre agradecida pelo privilégio de ter tido na vida alguém como ele. A Deus toda glória, por tudo que nos permite viver.


terça-feira, junho 28, 2016

Quando o vi


Ele chegou arrastando seu cansaço. Suas roupas maltrapilhas indicavam de onde não vinha. Sua casa a muito fora perdida. Ele não soube contar o exato momento, contudo se lembrava com saudade do tempo que suas paredes e tetos o aqueciam.
Em sua bagagem um cobertor puído, mas, andava encurvado com o peso de tudo que perdeu. Sentou-se a minha frente, e procurei ver os seus olhos, mas ele cabisbaixo se mantinha. O tempo passou rápido para mim. Considerei que para ele talvez fosse uma eternidade. Ao erguer finalmente os olhos, vi a tristeza que o seu coração carregava, e assustei. Não imaginava que alguém pudesse trazer no olhar tamanha ferida, e me perguntei, cicatrizaria algum dia?
Assim, tentando esconder-me na postura profissional, seguir fazendo as perguntas de sempre. Ele respondeu com voz fraca, quase inaudível, tentando ainda manter em seu peito a esperança que brigava para ir embora.
Naquele momento me vi em seu lugar, e o meu peito apertado ficou. Perguntei a mim mesma, ‘o que gostaria de ouvir de alguém que me atendesse se estivesse nessas condições’? 
Balancei a cabeça me chamando a atenção. Eu já havia aprendido que cada ser humano tem sua própria forma de lidar com suas dores. E fiquei travando uma luta invisível de tentar descobrir o que fazer para amenizar a dor daquele homem. Quando me dei conta que estava perdendo-o. Ele estava ali. Tudo que precisava era de ser visto por mim. Tudo que urgentemente necessitava era de ser ouvido após sua longa jornada cheia de monólogos sem platéia.
Ele falou por minutos. E na medida em que falava sua força retornava. Era como se o peso que o encurvou fosse lançado para fora daquela sala que nos abrigava.
O relógio me acenou que seu tempo havia terminado, contudo permaneci ouvindo-o. Sua necessidade era pungente de falar, falar e falar... Naquele momento era isso que ele precisava. Vi seus lábios acenarem um sorriso pálido enquanto chegava no final das suas palavras. Sorri largamente dentro de mim porque me parecia impossível no início daquela sessão ver qualquer esboço de alegria. Senti-me com o dever cumprido.

Ele me disse, ‘o que a senhora fez comigo? Aqui falei coisas que nunca disse a ninguém’. Continuei sorrindo. Fiz apenas o que devia ser feito. Abandonei a ideia de ser deus, para ver o humano que estava diante de mim.

segunda-feira, junho 27, 2016

Receita de Jesus



Observar a natureza que nos cerca faz parte da receita de Jesus para vencermos a tão presente e insistente ansiedade. Ele nos diz: Observem as aves dos céus: não semeiam nem colhem nem armazenam em celeiros; contudo, o Pai celeste as alimenta. Não tem vocês muito mais valor do que elas? Quem de vocês por mais que preocupem podem acrescenta uma hora que seja à sua vida? ( Mateus 6:26,27 Tradução NVI). 
Este exercício proposto por Jesus para vencermos a dor que a ansiedade nos traz, por vezes é como aquele remédio que não está sendo mais fabricado. Em vão vamos de farmácia em farmácia na busca de encontrar uma que tenha em estoque. Quando encontrado, nos alegrarmos, porém ficamos ansiosos por saber que agora é preciso que o outro remédio seja receitado. Contudo, a receita de Jesus para ansiedade segue sendo a mesma. Jesus não muda seu remédio porque sendo quem Ele é, Ele sabe que é disso que precisamos. Cabe a nós nos desvencilharmos da cidade com seus prédios, carros, semáforos, lojas, pessoas e das propagandas que nos distrai do olhar que deveria se dirigir para cima e ver os pássaros.
É fato, a cidade nos roubou a beleza dos seus voos. E tantas vezes é preciso sair, ir para os campos, contemplar a vida além de nós mesmos para voltamos a perceber o que já sabemos, que Deus segue sendo o mantenedor da vida.

quarta-feira, junho 22, 2016

Meu vestido de noiva

Novamente me olhei no espelho. A costureira entrou na sala com aquele belo vestido nas mãos e, o pouco dourado em suas rosas, parecia brilhar com mais força. Ao despi minha roupa para experimentá-lo, minhas mãos o pegaram comovida. A seis meses atrás não parecia possível que eu fosse outra vez vestir um vestido de noiva. 

O vesti com todo cuidado possível,  como se fosse a primeira vez, custando conter o sorriso de quem recebe força para recomeçar. E mirando minha imagem refletida no espelho, meus pensamentos visitou os momentos antes vividos. E esse vilão mascarado que é o meu coração, por uma fração de segundo me cobriu de tristeza ao repetir para mim, 'mais uma vez'?
Então encontrei meus olhos no espelho e respondi, 'Sim! Porque não?  
E sussurrei sem palavras, 'coração, coração malvado você não irá roubar a alegria do meu presente, eu já aprendi que embora não se apague as histórias vividas, é possível aprender com elas'. Então, a tristeza sorrateira se despediu com a mesma pressa que chegou. Afinal, o que é o passado frente ao presente que posso abraçar?

E frente aquele espelho, vi o sorriso do noivo, senti seus braços e o carinho dos seus beijos, ouvi sua voz tão terna. Confesso, que perdida fiquei na beleza de contemplar as antigas talhas vazias, agora cheias do melhor vinho. Mas, a costureira me retirou do devaneio por ser hora de fazer os ajustes. Era preciso ver novamente o vestido.
Porém não resisti, olhei-me no espelho mais uma vez sorrindo da menina ainda tão viva dentro de mim, festejando com esperança a reconstrução de um sonho que parecia perdido pelas escolhas que um dia fiz.



terça-feira, junho 21, 2016

A dor do culpado

Quem pode medir a dor do culpado? Ouso afirmar que ninguém.
Ela estrangula a alma até ao ponto de fazer com que o corpo cheire a morte, ainda que seja aos poucos.
E, como assistir um filme que nos comove por inteiro, assim olhar para o passado que a gente mesmo não compreendeu o porque construiu, mas que gostaríamos tanto de apagar, nos faz chorar copiosamente. E o coração de tão dolorido, seco se transforma pelas tormentas que os sentimentos levantam, e quebrados vemos nossa alegria de viver derramada.
Ficamos atordoados. Se não construímos o que queremos, como podemos confiar em nós mesmos? Então, o chão antes tão firme, se torna  areia que nos traga. E seguimos não como antes. O sorriso se perdeu ou amarelo ficou frente o que antes trazia contentamento.
Sentimos como se nada que fizemos tivesse algum valor, e nossos frutos maduros e bonitos, agora são vistos como podres. 
Ai como machuca ver nossos passos nas estradas da nossa história  pelas ruas que não queríamos caminhar, tanto quanto nos feri as pessoas que se erguem frente as nossas quedas. Infelizmente, para muitos é a oportunidade que terão de se apresentarem como modelo, então, não nos poupam. Com crueldade tentam arrancar de nós tudo que foi bom de nossas mãos. E ficamos aterrizados com os holofotes que nos lançam, ampliando assim o que fizemos.
Fere também nosso coração quando contemplamos seus erros que não foram computados, mas que  socialmente são aceitos, nos deixando amargurados ao perceber que o principio da queda fora o mesmo. E a dor aumenta, agora somos culpados e também injustiçados, porque afinal, quem pode bater no peito que nenhum pecado carrega?
Ai como doí a hipocrisia dos santos que não guardam a língua. Sem nenhuma misericórdia seguem... se esqueceram de quem é o juiz.
Porém, o pior juiz que carregamos é aquele que habita em nós mesmos. Esse tantas vezes despreza o perdão que é dado a quem confessar o seu pecado, assinando contra si mesmo a sentença de morte.
E assim o culpado segue sem descanso, não porque não haja rede para seu coração cansado, mas porque se recusa deitar e aquietar seu peito na justiça daquele que sem pecado, "se fez pecado por nós para que nele fossemos feitos justiça de Deus"
(II Coríntios 5:21).

segunda-feira, junho 20, 2016

Tudo foi dito

De longe vi os ventos a tocar seus cabelos brancos. Fiquei a imaginar que o tempo em breve tingiria os meus e, tive medo. Não da cor de neve a cobrir minha pequena cabeça no futuro breve, mas de ter perdido tempo em viver o que não desejava. Talvez fosse um medo imaginário, sem nenhuma possibilidade de se fazer no real, mas que me abraçou com força.
Peguei minha caneta, já um tanto esquecida e sai em busca da escrita. Assustada percebi que não encontrei as palavras. E gritei quase em desespero, 'palavras onde estão? Foi quando percebi que minha alma se negava a soltar para os dedos os seus segredos. E, senti-me só de mim mesma.
De repente você se levantou e veio em minha direção. Fiquei a contemplar seus cabelos já bagunçados pelos ventos. Sentou-se ao meu lado como que compreendendo a minha inquietação, embora palavra alguma fora proferida por mim. Em silêncio ficou frente ao turbilhão da minha alma. 
Então não contive minhas lágrimas. E a alma antes tão distraída, se fez presente. 
Você silenciosamente me olhava. Pensei em lhe narrar onde estava meu coração aflito, mas as palavras me pareciam tão desnecessárias, frente a ternura com que me embalava.
Sem saber o tempo que passara, vi que meu coração se acalmou frente a falta de pergunta em seus olhos e lábios. Compreendi que os ventos que impelem os barcos ao mar alto, sopraram com toda sua força, mas estranhamente me levaram ao porto invisível dos seus braços, ainda que seus braços não me abraçaram.
E ali ficamos juntos. Nada falamos.Tudo foi dito.
E você com seus cabelos brancos se despediu sem nenhuma palavra. E fiquei vendo-o sumir na multidão das pessoas que me cercam sem me ver. E o medo se desprendeu do meu coração. Descobri que viver é se deixar levar pela beleza da ternura dos olhos daqueles que nos amam sem nenhuma amarra.



domingo, junho 19, 2016

Amigos existem?

Estou a observar a capacidade humana de dissimular. Acho que sinto inveja de quem consegue vestir duas caras, eu custo a dar conta de uma só. Sempre acreditei que ser transparente fosse o melhor caminho, contudo, hoje, penso que pode ser um caminho perigoso a trilhar, se ao nosso lado nos vemos cercados de "amigos" que se dizem tão preocupados com a nossa situação.
Na verdade, estou acreditando menos na amizade. Me desculpe o tom negativo. Sou otimista por natureza, mas o tempo, esse que corre célere, me aponta outras realidades. 
E, vou descobrindo que as relações são frágeis... pessoas que pensávamos jamais perder, sumiram pelo caminho, nos deixando suspensos na alma, da razão que não se faz presente. 
Sempre ouvi falar que a solidão a dois é pior que a solidão que sentimos quando estamos sozinhos, pensava não ser verdade, porem, é bem melhor estar sozinho do que ser traído.
Ao ser traído ficamos como quem anda em campo minado. Desconfiados ficamos a imaginar que a qualquer momento uma bomba esperada vai explodir, o problema é que não sabemos o poder da potência, qual o estrago que fará em nossa alma e, nessa tentativa de não sermos surpreendidos, vamos perdendo a leveza daqueles que um dia acreditaram na amizade.
Contudo, os amigos existem, graças a Deus! E são os verdadeiros amigos que nos consolam das sequelas que em nós são feitas pelos desleais.


sábado, junho 11, 2016

Vida presente

No meu peito rios correm.
Nos meus olhos fontes brotam.
É a vida um presente!
E ainda que o corpo sofra com as mudanças do tempo, carrega o espírito que se renova a cada novo amanhecer.

E, assim a vida corre, com sorrisos e lágrimas, pra mostrar a minha alma que o controle tão buscado, é apenas uma corrida sem nenhuma possibilidade de chegada.
Mas o descanso, esse sentir tão raro, é o que o meu coração anseia, por saber que nessa vida, o que vale mesmo é viver a cada dia. Na certeza de que não importa o que virá no futuro, o presente é sempre certo com a Presença de Jesus Cristo.

A Ele quero dar todo o meu coração, vivendo dia a dia seu projeto, através das minhas decisões.
E quando chegar aquele dia em que para casa irei voltar, cantarei alegremente a vitória com aqueles que nEle souberam esperar.

sexta-feira, junho 10, 2016

Luz no fim do túnel





Atendi um paciente que me disse: Sou egoísta. Fiquei encantada com sua coragem de olhar para si mesmo. Certamente é mais fácil olhar para os que estão ao nosso redor e neles, encontrar erros, e sem nenhuma empatia, apontar o dedo. Mas ser capaz de admitir que exite algo muito adoecido em nós e não no outro, é atitude heroica pouca contemplada. 
Contudo, se o outro é o nosso problema, nos tornamos reféns dele porque não podemos mudá-lo, e sendo assim, não teremos nossos problemas solucionados.
Mas, não é verdade, não somos reféns dos outros, as escolhas da nossa vida não podem ser terceirizadas. Se o outro é problema, é porque nós não temos conseguido encontrar um caminho melhor para lidar com ele. Sei que o que escrevo é complicado... viver não é fácil, e as relações humanas é o nosso grande desafio. Mas, não vencemos encontrando no outro a culpa da vida que levamos. Vencemos na medida em que buscamos caminhos melhores para os nossos pés trilharem.
Viver é mesmo complicado. Trazemos tanta coisa dentro de nós! Somos o nosso maior desafio e nem sempre queremos encarar essa realidade. Dói muito deixar com que a verdade sobre nós venha a tona, ver o que somos por vezes nos desanimam, somos ambíguos demais. Mas a máxima de Sócrates, 'conhece-te a ti mesmo', é ainda o caminho para encontramos a solução para muitos dos nossos contratempos.
Por isso, não tenha medo. Você e eu trazemos a maior de todas as capacidades, a de fazer escolha
, e com ela, podemos encontrar novas formas de viver nossa vida. Fácil? Não será! Como não é fácil viver sem sentido, sem esperança, sem possibilidade de ver a luz no fim do túnel.  

segunda-feira, junho 06, 2016

Tão grande amor



Sentada junto ao poço com os pés descalços eu aguardava as respostas das minhas perguntas. A minha alma sedenta continuava viajando nesse planeta que habito no mundo da minha imaginação. Percebi que neste mundo só meu, eu me reencontrava com o que sempre desejava todo dia. Mas, o sol escaldante da realidade queimava. E mesmo sentada junto ao poço sentia seco meu coração.
Levantei os olhos em busca de um balde para jogar no poço e assustei-me que não havia cordas para lançá-lo. Meu peito se apertou diante da água tão perto, porém impossível de ser alçada.
Sentei desconsolada. Ser saciada talvez fosse para outros em sua jornada. Lamentando fiquei ali a minha falta de corda. Quisera eu ter feito uma outra estrada, mas o que vivi foi o que eu dei conta.
Então... eu estava a lutar com minha alma. Quando você se aproximou com as cordas em suas mãos. Seu olhar meigo, seu sorriso franco e seus gestos educados me fizeram pensar que tudo não passava de uma miragem. Mas, sem nenhuma pergunta, amarrou a corda no balde e içou a tão desejada água. Depois a colocou em uma cuia e me ofereceu.
Bebi sofregamente. A sede já doía na alma. E a vida tão desejada retornou ao meu coração árido.
Então as forças foram recobradas e me levantei para ver onde iria. E ao me levantar você estava com suas mãos estendidas em minha direção. E sustentou minha decisão de ficar de pé.
Contemplei então uma outra vida. Uma que pensava não existir. Percebi que meu mundo imaginário com todas as suas cores jamais poderia supor algo tão grandioso. E vi a cruz, este caminho doloroso que cruzou para me libertar desta natureza pecadora que carrego. Vi as marcas dos cravos, vi a testa ferida pela coroa de espinho. Vi seu amor em seus olhos e encontrei o maior amor que alguém pode ter.
E com sua voz terna me disse: Eu sou o Caminho, e a Verdade e a Vida (Evangelho de João 14:6).

E assim, tornou-se meu Caminho, minha Verdade e minha Vida.

sexta-feira, junho 03, 2016

Pia suja

A xícara e o copo conversavam sobre a pia. Eles estavam chateados com o quanto a pia estava cheia.
Disse o copo:
- Eu não entendo os moradores desta casa, porque não vão nos lavando na medida em que nos usam? Assim não nos deixariam aqui tão apertados e, com todos esses alimentos em decomposição, aff.
Respondeu a xícara.
- Calma Sr. Copo, estes humanos são assim mesmos. Eles não gostam muito da organização...
- Calma? Isso é o que eles não tem em nenhuma medida, então porque me pede tal coisa Dona Xícara?
-Por que alguém tem que ter calma nessa casa - respondeu pacientemente Dona Xícara - E respira meu amigo que você melhora. Afinal, esta é outra coisa que os humanos não fazem como deveriam.
- Estes humanos. Vivem a correr de um lado para o outro. Certo dia, sentados a mesa até pensei que eles teriam alguma reflexão importante.  A dona da casa, a bela mulher, sentou-se na cadeira com a expressão cansada e, disse ao homem que ultimamente perguntava a ela mesma, se aquela correria toda a levaria em algum lugar que fosse realmente importante. O homem não aguentou nem ela concluir sua frase, levantou desdenhando e falando que a vida não é para os filósofos e, sim para os pragmáticos.
- Nossa que falta de educação Sr. Copo, nem deixou ela terminar de falar? - Dona Xícara falou assustada.
- É, isso é normal Dona Xícara entre os humanos. Educação eles já perderam faz tempo.
- Triste não é mesmo - Lamentou Dona Xícara - Porque as palavras mais belas que acho são: Obrigada, dá licença e por favor. E quase não as escuto mais. E, também uma boa conversa ao pé da mesa pode restaurar o coração. Que pena.
Sr. Copo balançou a cabeça concordando, porém desanimado. Dona Xícara se calou perdida em seus pensamentos. E o silêncio reinou naquela cozinha, tanto quanto reina a indiferença entre os humanos.

quarta-feira, junho 01, 2016

Teclar

Escrever eu quero.
Sei que me encontro quando brinco com as palavras.
E a vida rotineira  de teclar não me cansa. E mesmo na solidão da sala, eu viajo aos mais concretos e subjetivos lugares, conhecendo sempre um novo personagem, uma nova poesia, um novo texto, as letras do alfabeto. Como sou feliz nesse espaço tão meu, fazendo o que pulsa em meu coração.

segunda-feira, maio 30, 2016

Mais ou menos?


Tem gente de todo jeito. 
Porém, existe uma espécie de gente que é uma tristeza. São aqueles mais ou menos. Deixa eu explicar. 
Gente mais ou menos ao estudar se contentam com a média, o que importa é passar de ano. 
Gente mais ou menos também não estuda o que quer e, reclama que falta mercado de trabalho. Se vê alguém animado com alguma profissão diz logo, 'isso não tem futuro, não dá dinheiro'.
No trabalho ficam o tempo todo buscando desculpa para sua incompetência. Crítica os outros. Planeja derrubar o bom colega falando mal dele, diz que não lhe ensinaram o serviço. Eles nunca percebem que são eles que têm que melhorar.
Gente mais ou menos não gosta de ver casais apaixonados, vivem relações tão sem sal ( na verdade é assim que elas são) que desacreditaram que é possível que o amor maduro seja mais gostoso que a paixão. Algumas vivem casadas como se não fossem. E basta um olhar atento que logo percebemos que seus corações já estão solteiros faz tempo.
Gente mais ou menos não faz nada bem feito. Pedi um favor a eles é ficar chateado com certeza. E, normalmente nos arrependemos amargamente.
Gente mais ou menos ora diz uma coisa depois diz outra. Quando confrontados, saem pela tangente com a desculpa de não se lembrarem de ter falado tal coisa.
Gente mais ou menos tem sorrisos amarelos, parece não escovar bem os dentes. Seus sorrisos também são contidos, porque acham que não podem dar boas gargalhadas. 
Gente mais ou menos acredita na sorte. Ficam de pernas para o ar reclamando que dias melhores não virão. Desconfio que gente mais ou menos não é confiável. E você?
A bíblia diz que Deus não suporta os mais ou menos. Melhor seria ser quente ou frio, porque os mornos provocam o seu vômito (Apocalipse 3:15,16). Por essa razão, tenho horror de pensar que a vida, este bem precioso e único, seja vivida mais ou menos.


sexta-feira, maio 27, 2016

Trecho da Introdução



Às vezes vivemos noites tão escuras que nem a perspectiva do amanhecer parece trazer algum conforto para a alma. O sofrimento é tanto que em vão tentamos descrevê-lo! O corpo dói, o coração fica apertado no peito, como se estivesse seguro por mãos que o esmagassem com força, por vezes um suspiro é arrancado do íntimo e você se assusta com a intensidade dele. Às vezes, as lágrimas surgem espontaneamente; ainda que tentemos não chorar, elas, teimosas, molham o rosto; outras vezes, elas secam e em vão buscamos chorar a angústia que nos oprime, e descobrimos que estamos como nascentes cujas matas ciliares foram destruídas. Percebemos que muita coisa morreu dentro da gente, apesar de estarmos vivos, e a dor que experimentamos nos transforma em outra pessoa, ficando a sensação de desconforto. Agora convivemos com um estranho dentro de nós...

Em relação a Deus, podemos pensar: ‘bem que Ele poderia ter nos livrado daquela situação, não é Ele poderoso e soberano?’... Porém, não ousamos falar! O temor que nos resta diante de um Ser Poderoso sem misericórdia não nos permite verbalizar, e em sociedade seríamos certamente repreendidos.
Passamos então a conviver com uma raiva mantida sob um véu de tule, que na verdade não a oculta – embora seja essa a sensação psicológica – e, na medida em que assim vamos seguindo, desenvolvemos uma indiferença que nos torna tão frios como os túmulos de mármore nos tempos de inverno.  E vamos ficando secos da vida abundante prometida4, porque os rios de águas vivas que correm dentro daqueles que creem em Jesus, como dizem as Escrituras5, estancaram-se em nós “de repente”.
 A morte, essa indesejável, torna-se um anseio não confessado. Contudo, o que se revela nas entrelinhas das nossas palavras é que morrer é muito melhor do que viver, e se o Todo-Poderoso nos permitisse, ah... se Ele nos consentisse... que alívio seria!
A igreja, antes tão importante, agora perde o valor, deixamos de ir ou, se continuamos a frequentar os cultos, é por causa do hábito religioso adquirido e por ser o único meio social a que estamos acostumados, porém não queremos comunhão: na verdade, a tememos. É claro que isso também não expressamos, certamente escandalizaria muitos.
E adoecidos seguimos, sufocando o choro, a angústia seca de lágrimas e a raiva disfarçada de ironia. Mas, se assim nos encontramos, precisamos de forma urgente – “pra ontem” – buscar ajuda.
Esse livro foi escrito por quem assim já viveu, mas que voltou a beber na fonte das águas vivas. E eu o convido a essa leitura, que não precisa ser sequencial, pois cada capítulo trata de um tema, com o único desejo de que A Vida prometida por Jesus volte à sua vida. 

*Caso queira adquirir o livro é só entrar em contato por what'sapp 62 82385297(tim) no facebook e na fan page.


quarta-feira, maio 25, 2016

Quem é você?

Todos os dias o espelho me lança a pergunta.
Quem sou?
 Sou um universo preso a um corpo pequeno.
Sou travessia nessa vida que se faz a minha revelia, ao mesmo tempo que sou escolha que dá contorno a minha frágil existência.
Sou a menina de 44 anos que traz no peito a dor de saber que o tempo passa, Sou adulta lutando pra não deixar que a infantilidade me vença.
Sou bela, mas sei que não estou a corresponder nenhum padrão de beleza.
Sou raiva do que não compreendo. Sou amor, constrangida pelo Eterno que me amou primeiro.
Sou esperança fortalecida, ao mesmo tempo que sou guerreira vestida da armadura, para lutar contra a desesperança.
Sou choro.
Sou riso.
Sou pulso.
Sou coração de pedra e de carne. Sou filha de Adão e Eva.
Sou filha de Deus comprada por alto preço.
Sou em Cristo adotada e, por Ele foi feita amiga e irmã.
Sou uma mulher feliz, por ser pássaro escolhido a voar no céu por mim conquistado.
E você quem é?

terça-feira, maio 24, 2016

Saudade

A saudade é a dor ou cicatriz da alegria que um dia se fez presente. É menina má, que nos faz lembrar dos momentos faceiros só pra nos ver chorar.

Ela nos faz sofrer pelo que é bom, nos fazendo desejar fechar os olhos e, ir para além de onde estamos, na busca do objeto ou do sujeito amado, só para mantê-los em nossos braços.

Ela nos conta o quanto importante é alguém em nossa vida, quando surgi na ante véspera da viagem, nos levando ao abraço mais apertado e, ao suspiro mais profundo, só de pensarmos na ausência que se fará no amanhã. E, basta o amor não ser mais mirado, ela surge e, nos faz agasalhar em mais espaço, o amor, que o coração já vive.

Estranha é essa saudade de alguém que está perto, que nos segreda que todo tempo é ínfimo, quando estamos com quem amamos.

Saudade... gosto de tê-la. É maldade que nos lembra o bem que vivemos. É flecha a marcar

a alma com a certeza do vivido ter sido bom e valer a pena.

segunda-feira, maio 23, 2016

A caverna que precisamos

Seria o meu e o seu coração uma rocha onde cavernas pudessem ser abertas? 
Caverna é uma cavidade profunda e extensa aberta em rocha. Ela permite a entrada de luz para o interior da rocha e também serve de abrigo aos animais e humanos.
Se o coração é rocha, luz e vida não o adentram.
Se o coração é rocha podemos até ser chão seguro, mas não seremos consolo nunca.
Se o coração é rocha perderemos a flexibilidade. Destruiremos as nossas relações.
Se o coração é rocha precisaremos que cavernas se formem para que luz e pessoas possam adentrar.
Na verdade se o coração é rocha, então insensível torna-se para com Deus e os outros. Então, necessário se faz que cavernas sejam abertas em nós.
E como as cavernas poderiam ser abertas em nós, seres duros de coração?
Quem sabe o sofrimento, este vilão constante na história humana ao visitar e revisitar o tempo todo, fazendo na vida de muitos morada permanente e, na de tantos outros morador de aluguel sem data de mudança, pode ir abrindo fendas, cavidades profundas e extensas, nos tornando pessoas que ao passarem por alguns problemas ficam bem mais maleáveis ao falar, julgar e ouvir os outros. 


Quem saber ao experimentarmos a solidão de não ser ouvido quando a dor rasgou o nosso coração, aprendemos de que no tempo da dor o que precisamos é de silêncio recheado com abraços sinceros.
E frente a dor do outro, agora, com a caverna que foi aberta em nosso coração, nos tornamos profundos, permitindo assim que pessoas encontrem em nós lugar de descanso e abrigo.






domingo, maio 22, 2016

As pessoas que não estão nos meus sonhos

Naquela tarde em que o sol já estava mais frio, senti meu coração gelar. E, mais uma noite chegou trazendo sua beleza. Vencida pelo cansaço adormeci cedo, e, os sonhos povoaram minha mente. Sonhei mais uma vez vivendo tantas coisas corriqueiras e outras tantas extraordinárias, indo sempre de um lugar para o outro, mas sempre só. Porém, ao acordar daquela noite que fora igual a todos as outras com os meus sonhos não acompanhada, uma pergunta que a muito tempo grita em meu ser saltou no meu coração. Por que nunca sonho com as pessoas do meu dia a dia?
Qual a razão de não sonhar com meu filho, pais, irmãos, amigos e amor?
Certamente que a razão que nunca dá a mim explicações de como minha alma se comporta, não explica o que faz com que os meus sonhos sejam sempre sozinha, ainda que no real estou sempre acompanhada. 
O dia seguiu. No coração a inquietação de não compreender porque os meus sonhos me falam o tempo todo que só eu estou. Ou seria na verdade eu que levo aos sonhos o que guardo no coração? Teria eu medo de perder os que estão comigo? Teria eu medo de viver sem uma mão a me afagar e confortar? Teria eu medo de perder o colo que no momento posso desfrutar, o conforto que agora me alegra a alma?  
Essas perguntas brotaram com força na alma.
E relembro aquele dia em que recebi a notícia da morte do Eliack, meu marido, e de toda solidão que se instalou no cotidiano. Sua morte me trouxe dores que jamais pensei viver. Sua morte me trouxe a dor de acreditar que ninguém ficará comigo por muito tempo. Que a vida me reserva a solidão dos que amo. 
É estranho o mundo interno que carregamos. Ele se interpõem no presente feliz, nos abraços que recebo, no olhar de amor que me comove e, ainda que não me tira a alegria do que vivo, me deixa na sensação de alerta, de que não se pode ser feliz nesta terra. 
Mas, olho para o sol que está novamente frio... e meu coração encontra descanso no criador que o sustenta. O Deus dá bíblia é o Deus que se faz presente. E, que nos promete que estará conosco todos os dias até a consumação dos séculos. Sua presença nos garante que não nos faltará mãos que  se estendam em nossa direção. Ele se fez socorro presente quando o Eliack se foi, Ele nunca me deixou  ainda que minha fé enfraquecesse. Ele nunca desistiu de mim quando fiz escolhas erradas. Ele nunca me deixou sem amigos, amor e trabalho. Creia nele. Ele faz feliz o nosso coração no presente e no futuro.

sexta-feira, maio 20, 2016

Salmos 34:12-14

Quem quer amar a vida e deseja ver dias felizes?
Quem quer, nesta geração, onde a vida parece ter perdido o significado?
Não celebramos mais o mistério da vida, não celebramos mais a realidade de que somos seres criados e, existimos para um propósito.
Quem quer amar a vida, no meu dia a dia, tenho encontrado poucos, mas se perguntarmos quem quer ser feliz, essa geração gritará em uníssono, 'só se for agora'.
Contudo, vivemos insatisfeitos o tempo todo! 
O conselho bíblico para sermos felizes parece simples, porém como seres contaminados pela maldade obedecer a ordem de refrear a língua do mal e não falar com falsidade, parece a você tarefa impossível? Eu pergunto: Como obedecer a essa orientação se o mal está em nosso coração e a boca fala do que o coração está cheio? 
É muito interessante perceber que o conselho bíblico para felicidade está intimamente relacionado com as nossas relações com as pessoas e,

nada define mais nossas relações do que nossas palavras.
Já observou o que domina nossas conversas? Estamos sempre falando mal das pessoas, ainda que seja de uma forma sutil, ainda que a gente comece assim, " é que a pessoa não viu, não estava bem", mas estamos falando mal e. na maioria das vezes nos defendendo. Temos uma necessidade urgente de nos fazer belos aos olhos dos outros e, na maioria das vezes precisamos pintar o outro com a cor mais triste. E como somos capazes de fraudar o outro com as nossas críticas o tempo todo. Falar com má-fé revestida de uma voz doce e em tom baixinho tantas vezes, mas capaz de despedaçar o outro. Que triste. Ao falar do outro, não nos damos conta, mas perdemos um pouco de nós mesmos. A bíblia é mesmo um livro que nos confronta.

Também em nossos lábios trazemos sempre uma palavra de amargura, de pessimismo, de tristeza, de fofoca e. vamos ficando azedos diante da vida. Pensamos, jamais admitimos, que Deus não é bom de verdade. E, somos tantas vezes como Adão, que ao ser perguntado por Deus sobre o fruto, jogou a culpa na Eva, a Eva por sua vez jogou na serpente. Nós seguimos fazendo o mesmo. Jogamos a culpa no outro, não somos felizes porque o outro não fez, fez errado ou fez mais ou menos, nunca o que vivemos tem haver com as nossas escolhas, com o que somos. Somos as vítimas e, como toda vítima não existe nada que possamos fazer. Mas, na medida em que não temos nada para fazer, nos sentimos imobilizados, e a vida se reveste de uma dor que não se estanca.
Imobilizados em nossas conversas maldosas, não temos como nos apartar do mal, buscar o que é bom, procurar a paz e empenhar por alcançá-la. A maldade do nosso coração nos tira do movimento do que é bom. Que triste realidade é a nossa! Somos seres contaminados pela maldade!

segunda-feira, maio 16, 2016

Uma carta as mães dos dependentes químicos


Sou psicóloga. Sou mãe. Meu filho hoje tem 20 anos. Lembro bem do dia em que fiz a primeira ultrassonografia e soube que ele era um menino. Eu , seu pai ( hoje falecido), e as famílias celebraram. Era o primeiro neto da minha família e, o primeiro neto homem da família do seu pai.
Eu o criei com todo amor que as mães têm. Eu o embalei no colo, o amamentei ainda que meu peito rachado ficou nas primeiras semanas. Eu, como toda mãe passei a comprar para ele sempre que tinha que optar entre minha necessidade e a dele. Eu vi aquele bebê crescer, seu primeiro passo, quando falou mãe pela primeira vez e, como toda mãe o achava lindo demais.
Seu primeiro uniforme, sua primeira escola foi um dia histórico pra mim. Pensava, vou dar a ele a melhor escola que puder, vou comprar todos os livros para incentivá-lo a ler. E como mãe de primeira viagem e de filho único, como sonhei com seu futuro. Eu também o criei na fé que tenho, levando-o a igreja, me empenhando para que participasse de tudo que a comunidade disponibilizava.
Quando fez 14 anos, coloquei ele no projeto jovem aprendiz, ele teve então o seu primeiro trabalho, não queria muito no início, mas depois tomou gosto pelo salário.
Mas, ele cresceu... cedo decidiu romper com a fé em que foi criado, estudar logo parou e, quase enfartei quando me disse que queria ir para escola pública porque não queria estudar para se preparar para o vestibular. Os meus planos para seu futuro brilhante, um a um, foi sendo derrubado por suas escolhas.
A sociedade, essa que não está quando dela precisamos, me acusou de culpada, afinal, eu não fora um bom modelo. Eu, pensei, eles tem razão, sou culpada por suas escolhas... então comecei a morrer...
Em vão busquei compreender o que acontecia nos livros, mas a dor não arrefecia. Eu só não enlouqueci nessa fase por causa do tratamento psicológico que estava submetida. As mães bem sabem que os problemas nunca veem sozinhos, vem sempre de mãos dadas com outros e, como é difícil lidar com todos eles de uma só vez.
Eu fiquei sem compreender nada. Eu gritei ao sagrado: Por quê?
O luto se instalara em minha alma. Até que comecei aprender que a escolha da vida dele, é dele. Eu só posso escolher pra mim. O filho que criei não é meu, e minha mãe tem razão, criamos filhos para viverem a vida deles, e não a que eu idealizei para ele.
Aprender isso não foi um caminho fácil. A razão é sempre rápida, mas as emoções... andam a passos de tartaruga, são lentas... Contudo eu segui minha vida, aquela que eu recebi para cuidar. Coloquei os pés na estrada da verdade, de que a vida de alguém só pode ser vivida por ela mesma, e que ser mãe não é ser responsável pela escolha que os filhos fazem. Então levantei minha cabeça.

Aprendi que respeitar escolhas humanas passa pela difícil realidade de que as pessoas podem escolher caminhos que eu jamais escolheria para mim.
Atualmente trabalho com homens acima dos 18 anos que são portadores da SPA- Síndrome de substância psicoativas, em outras palavras dependentes químicos.
Em minha rotina do trabalho é comum perceber que muitas mães estão morrendo pelo sofrimento imposto pelas escolhas dos seus filhos.
E os filhos as vezes escolhem cada caminho...
Atendi um aluno que me dizia, ‘Dra. Estou com tanta saudade do crack, mas não quero mais aquela vida pra mim’. E mesmo com saudade do prazer da droga, não desistiu do programa de recuperação e, se tornou voluntário no projeto que o acolheu. Outros são levados por suas mães, raramente os pais estão presentes e, muitos deles olham com deboche as lágrimas dessas guerreiras que suplicam por um vaga para que se trate. Estes, normalmente desistem do tratamento. Outros vem de longas distâncias, chegam a pé e cansados da vida que estão levando e dizem,’ não quero viver me destruindo mais’. Estes suportam com valentia a crise de abstinência e mesmo diante dos sintomas como nervosismo, paranoia, depressão e outros, não desistem, vislumbraram o que estão fazendo com suas vidas e, desejam construir uma história diferente. Outros, chegam arrogantes, pensam ainda dominar as drogas, quando já estão dominados por elas, esses não ficam mesmo e, nenhum argumento, por mais que o usemos, não os fazem mudar de ideia. Outros chegam querendo muito um novo caminho, e, como profissional percebo sinceridade em seus discursos, porém estão tão afetados, não sei se pela desesperança, ou pela consequência do uso das drogas que alteram o funcionamento cerebral, que não conseguem ficar e, os vemos sair pelo portão da frente... Nada podemos fazer como profissional e, um nó fica na garganta da equipe que o atende.
O que nos falta para ajudar? Eu me pergunto.
E vejo que as mães também trazem essa pergunta e tantas outras, tais como: Onde foi que eu errei? Meu filho vai morrer Dra. se eu o deixar em sua escolha? O que fazer se ele não quer ajuda?
Por vezes meu coração sangra... não acredito que o bom profissional é aquele que não se compadece... acredito que o bom profissional é aquele que faz, o que necessita ser feito, independente do quanto ele é marcado pelas dores que trata. Então, confesso que sofro com as muitas mães que atendo.
Por isso escrevo hoje, não como mãe, porque como mãe, estou marcada pela incompreensão dos caminhos trilhados por tantos filhos. Escrevo como psicóloga, por perceber que a psicologia pode apontar caminhos para aplacar os corações feridos.
E a primeira coisa que considero importante que uma mãe reflita, é que ela errou sim, como erra qualquer outra mãe. Errar é a realidade de quem educa humanos, afinal, sendo cada um tão único, não temos manual pronto. O que importa é identificar, e se houver tempo, mudar a rota. Uma mãe me disse, ‘eu pensava que o ajudava dando-lhe dinheiro, mas vejo que o ajudei a usar drogas’, a mãe que buscava tratamento, era a mesma mãe que mantinha seu vício, esse é um erro que precisa ser corrigido, de outra sorte a mãe que quer salvar, torna-se cúmplice dessa estrada de morte que está sendo construída por seu filho.
Certa mãe me disse, ‘se eu não pagar suas dívidas de drogas, os traficantes vão matá-lo’. Isso é certo, mas se ele não mudar de rota, ele vai morrer, é só uma questão de tempo, afinal, o mundo do tráfico é cruel e as drogas não poupa o corpo dos seus danos. Eu pergunto quem irá salvar aquele que se colocou na mira do revolver para ser acertado? Terrível ilusão as mães têm quando ocupam o lugar dos super-heróis, porque esses personagens criados pela ficção tem poderes mágicos, mas nós, pobres mortais mães, o que temos? Diante de uma sociedade injusta, onde a desigualdade social impera, o que pode fazer as mães com as drogas que são vendidas a cada esquina? O que pode fazer um mãe de filho adulto, onde a idade civil já foi alcançada?
Ninguém pode ajudar alguém que faz uso de drogas, se essa pessoa não se decidir tratar. Todas as técnicas que aprendi nesses anos de trabalho ajudam muito e, tantas vezes trazem o despertamento, mas quando a pessoa insiste em permanecer nesse caminho, o que nos resta é respeitar.
Mas, as mães nem sempre conseguem. Elas acreditam que tem que fazer algo para filhos adultos, os quais elas já perderam todo o domínio sobre suas vidas. Muitas vezes, eles mesmos as lembram de que não são mais crianças, gritam sua independência, saem de casa, anda com más companhias, matam aula que custam muito tempo de suor. Filhos... quem pode de verdade ajudá-los?
E nessa tentativa de salvá-los as mães vão morrendo, vão se abandonando, deixam os filhos saudáveis e, vão vivendo em função daquele que adoeceu, mas não quer tratamento. Quem dará remédio a quem não quer tomar? E ainda que você tente, eles os escondem na boca, para depois jogar fora. Creia, o adulto faz só o que quer.

Mães, os vínculos que nos unem aos filhos são profundos... nove meses, talvez nem nove vidas vividas poderão diluir esses vínculos, mas é preciso compreender e aceitar que os filhos cresceram. E o adulto que hoje contemplamos sem compreender, não é aquele bebê que a gente um dia carregou no colo, ele já anda com suas próprias pernas. É preciso deixar ir quem não quer se submeter a nenhuma regra ou conselho, é preciso desmamar o marmanjo que não quer trabalhar, é preciso permitir que as consequências das escolhas feitas sejam assumidas pelas pessoas que escolheram. É preciso viver a vida que recebeu e, se não está conseguindo sozinha, busque ajuda, não tenha vergonha, não foi você que escolheu o caminho das drogas. Levante a cabeça e cuide da sua vida. Você é preciosa e merece ser feliz. 

















sexta-feira, maio 13, 2016

O passáro

O pássaro sobrevoou a imensidão da terra. Trazia em seu peito um desejo intenso de encontrar um pouso que lhe fosse seguro. Ao longe avistou uma gruta entre as rochas e decidiu que lá seria o seu ninho. No seu coração uma alegria surgiu, era mesmo um lugar seguro. Por lá viveu por alguns anos e, foi feliz. Mas, a vida reserva surpresas, e um terremoto abalou as estruturas da rocha onde fizera o seu lar. O pássaro, atordoado ficou a bater suas asas e a ver a sua casa em ruínas. Por algum tempo sobrevoou aquele rocha que não mais existia na tentativa de segurar o que não tinha mais jeito. Seu coração ficou despedaçado... contudo não havia tempo para chorar sua dor, era preciso encontrar um novo lugar. E ainda que suas lágrimas por muito tempo insistiram em cair, ele voou, era preciso voar, voar e voar. 
E assim, o pássaro retornou a imensidão do céu na busca de um novo ninho. 
Ao voar avistou uma praia e falou consigo mesmo, 'vou pousar nos coqueiros que a rodeiam'. E embora não estava feliz como da primeira vez, ainda abrigava esperança no seu coração de ter um novo lar. E ali ficou a construir aquele ninho, mas os ventos não o deixavam concluir. Alguns meses se passaram, e uma onda atingiu a praia com tanta força que derrubou o coqueiro onde o pássaro, em vão tentava construir sua nova morada. E o pássaro novamente levantou voou, não porque quisesse voar. Já estava acostumando com os ventos que não o deixavam dar a forma que desejava naquela nova morada. 
Seu coração que ainda não havia curado da saudade do primeiro ninho e, nem do susto que levou ao perder seu segundo, ficou pequenininho dentro do peito, como se estivesse sendo espremido por mãos pesadas e fortes. 
Mas, quem pode desistir quando se tem asas para voar? E bravamente o pássaro ferido, voltou para o imenso céu na busca de um novo ninho. 
Novamente avistou o telhado de uma casa que parecia simples, e entre as madeiras que o sustentavam decidiu que ali faria o seu ninho com as poucas forças que lhe restaram, mas cansado demais adormeceu.
Já era fim de tarde quando acordou e viu que naquela casa havia um morador. Seu coração estremeceu, afinal, aprendera que os humanos não eram bons e nem hospitaleiros e, quando pensou em levantar voo, percebeu que suas asas estavam sem forças para voltar ao imenso céu. E ficou ali com o coração angustiado, contudo, impossibilitado, rendeu ao seu destino. 
O homem daquela casa ficou encantado ao ver seu novo visitante,  e ao contrário do que o pássaro pensava, ele desejou tê-lo por mais tempo. Não querendo espantar o pequeno hospede,  foi se aproximando devagarzinho. Embora temesse, o pássaro foi percebendo que o dono da casa não era um inimigo e, seu coração apreensivo foi encontrando sossego. 
Quando suas asas estavam fortes para voar, o pássaro percebeu que já não podia... acostumou com aquele homem de sorriso franco, gesto calmos e olhar cheio de ternura.
 É que dia após dia aquele homem colocava água e comida para alimentar o pássaro cansado,  e ficava ali a contemplar embevecido, o seu novo inquilino deitado sobre a madeira. Preocupado, o homem providenciou uma pequena e aconchegante almofada, e o pássaro sorriu ao ser colocado em um lugar diferente do seu ninho, contudo confortável. E, aquela casa antes tão ocupada por corações solitários, agora encontrou o único lugar que todos querem estar, o lugar de amar e ser amado.
















quarta-feira, maio 11, 2016

Jesus está

Ele está, ainda que seu coração não perceba.
Ele está, ainda que o diagnóstico não seja favorável.
Ele está, quando decepcionado você grita: estou sozinho.
Ele está, nas madrugadas em que as lágrimas não o abandonam.
Ele está, quando perplexo você diz: não entendo.
Ele está, quando a despensa está vazia.
Ele está, quando sua alma sangra.
Ele está, quando o absurdo o visita.
Ele está, quando você se encontra decepcionado com você mesmo.
Ele está, ainda que as pessoas digam que você não dará certo.
Ele está, ainda que seus pais o abandonaram.
Ele está, quando descobre que o amigo, era na verdade inimigo.
Ele está, quando a esperança parece dormir em seu coração.
Ele esta, quando a chuva não molha mais a terra.
Ele está, quando sentir vontade de ir embora.
Ele está, quando sentir vontade de ficar.
Ele está, quando os que amamos vão embora.
Ele está, segurando suas mãos marcadas pelo árduo trabalho.
Ele está.
E só essa certeza descansará seu coração.

segunda-feira, maio 09, 2016

O que quero fazer da minha vida?



Assim que me formei, esta pergunta angustiou muito meu coração. O tempo todo, pessoas bem intencionadas me davam conselhos e, muitos foram bons e úteis, mas, a resposta do que se quer é preciso buscar dentro da gente, afinal, a vida é título intransferível. 

Tentei estudar para concurso público, mas o que eu queria mesmo era escrever sobre minhas percepções sobre minha profissão aos meus irmãos de fé. Eu nunca vou esquecer quando peguei meu livro em minhas mãos, a alegria que me dominou e ainda domina toda vez que o abro, e toda vez que as pessoas me dão feedback de sua leitura. 
Montei consultório em Anicuns e, eu sabia que se insistisse o consultório iria prosperar, mas quando a Missão Vida me chamou para trabalhar decidi morar em Goiânia para ficar mais perto. Do ponto de vista financeiro não compensava, mas era lá que o meu coração estava.
Sempre escrevo para o blog, e por vezes me pergunto porque faço isto, porém esta minha casa online é um lugar que gosto de estar. Sentar frente ao computador e digitar minhas impressões, o que sinto, o que penso, é tão prazeroso que preciso marcar tempo para não me perder das outras atividades. Ao escrever minha alma se conforta, encontro uma alegria que me prende mais do que qualquer outro prazer.
Hoje, atendo consultório particular, trabalho na Missão Vida, escrevo para o blog, e, estou em fase de ler para escrever meu segundo livro. E nada se compara a alegria de viver o que se quer. O que eu faço, é o que eu desejei um dia, e estar feliz é certamente a maior recompensa que desfruto. 
Medo e insegurança quanto ao futuro são sentimentos que sempre se apresentam, é que a vida não é um conto de fadas e, a saga que nos é proposta é por vezes dura e contraditória, contudo, a alegria é uma possibilidade quando embarcamos nesta viagem de descobrir o que queremos fazer da nossa vida.
E o maior desafio que enfrento dentro de mim, é o de não delegar para outros as escolhas que vão mover minha história, revestindo-me a cada dia da coragem para assumir o que eu quero, não como quem joga dados ao vento, mas, como quem calcula o preço e assume as contas, porque estas são inevitáveis, tanto quanto é intransferível a vida que queremos viver.





quarta-feira, maio 04, 2016

Surjo





Surjo das cinzas.
Do fogo das decisões erradas, dos caminhos que não deviam ter sido trilhados. Do olhar que não era para ser visto. Das promessas que não deveriam ter sido feitas. Dos beijos que não me pertenciam. Dos abraços fora do tempo.



Eu surjo da descrença de mim mesma, da culpa que esmaga, do eco de vozes dizendo, 'de novo'?




Eu surjo da vergonha frente a acusação que grita... Mas, ainda que envergonhada eu esteja, levanto meus olhos e, encontro Jesus, a me dizer, 'mulher quem te acusa'?


Busco em vão ver quem me acusa, contudo, me deparo com meu próprio coração que se agita com as lembranças que trago do vivido... E percebo que o meu pior carcereiro é o meu próprio julgamento.
Mas, ouço a voz do Mestre, a ecoar com amor, 'Vai filha, recomece e, não peques mais'


.

segunda-feira, maio 02, 2016

Qual é o seu tempo?


A vida, assim como a terra, guarda as suas estações: Verão, outono, inverno, primavera. A vida tem mais estações, mas hoje, gostaria de pensar com vocês que há duas estações que vivemos que marcam muito nossas vidas: as estações da alegria e as estações das tristezas. As estações da terra ocorrem cada uma em um determinado período de tempo, mas as estações da vida, muitas vezes se mesclam, chegam juntas, nos levando a sorrir e chorar ao mesmo tempo.
Viver, talvez, seja também, saber conviver com estas duas realidades juntas, sem perder a capacidade de entristecer pelo que é preciso estar triste, assim como, sem perder o sorriso pelo que traz alegria.

O meu tempo hoje é de um amor novo chegando, e como esse amor me alegra! Mas, também é tempo de despedidas.
É tempo de novo começo, mas também é tempo de deixar para trás o caminho que estava sendo trilhando até ontem.
É tempo de aceitar desafios nunca imaginados, mas também é tempo de deixar o confortável que outrora fora instalado.
O desafio, penso, é alargar o coração... é não se perder em nenhuma possibilidade de anulação do que brota. Afinal, a vida é travessia no deserto cercado pelo oásis de Deus.
Por vezes sou lembrada que o riso passa, é verdade, certamente que nessa vida onde as dores residem até no riso, as lágrimas é uma realidade sem trégua.
Contudo, decido viver com alegria a dor que recebo e, com mais alegria, a alegria que abraço.