Sentada junto ao poço com os pés
descalços eu aguardava as respostas das minhas perguntas. A minha alma sedenta
continuava viajando nesse planeta que habito no mundo da minha imaginação. Percebi
que neste mundo só meu, eu me reencontrava com o que sempre desejava todo dia.
Mas, o sol escaldante da realidade queimava. E mesmo sentada junto ao poço
sentia seco meu coração.
Levantei os olhos em busca de um
balde para jogar no poço e assustei-me que não havia cordas para lançá-lo. Meu
peito se apertou diante da água tão perto, porém impossível de ser alçada.
Sentei desconsolada. Ser saciada
talvez fosse para outros em sua jornada. Lamentando fiquei ali a minha falta de
corda. Quisera eu ter feito uma outra estrada, mas o que vivi foi o que eu dei
conta.
Então... eu estava a lutar com
minha alma. Quando você se aproximou com as cordas em suas mãos. Seu olhar
meigo, seu sorriso franco e seus gestos educados me fizeram pensar que tudo não
passava de uma miragem. Mas, sem nenhuma pergunta, amarrou a corda no balde e
içou a tão desejada água. Depois a colocou em uma cuia e me ofereceu.
Bebi sofregamente. A sede já doía
na alma. E a vida tão desejada retornou ao meu coração árido.
Então as forças foram recobradas
e me levantei para ver onde iria. E ao me levantar você estava com suas mãos
estendidas em minha direção. E sustentou minha decisão de ficar de pé.
Contemplei então uma outra vida.
Uma que pensava não existir. Percebi que meu mundo imaginário com todas as suas
cores jamais poderia supor algo tão grandioso. E vi a cruz, este caminho
doloroso que cruzou para me libertar desta natureza pecadora que carrego. Vi as
marcas dos cravos, vi a testa ferida pela coroa de espinho. Vi seu amor em seus
olhos e encontrei o maior amor que alguém pode ter.
E assim, tornou-se meu Caminho, minha
Verdade e minha Vida.
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