segunda-feira, dezembro 11, 2017

O Deus que se entrega?

                        Quem pode entender o Deus que se entrega?

Ele havia curado pessoas, ressuscitado a filha de Jairo, o filho único da viúva de Naim e a Lázaro depois de quatro dias da sua morte.
Porém, não usou o seu poder nem para livrar seu corpo das chibatadas. Ele em silêncio levando sua cruz, foi sem ter culpa nenhuma.
E os discípulos estavam confusos. Eles ouviram falar da crucificação, leram sobre ela, mas, não puderam compreender, e pensaram que Jesus jamais se entregaria a morte. A expectativa é que usaria todo o seu poder para libertar Israel do domínio romano. Mas, Ele se entrega.
Como alguém que ressuscita mortos se submete a morte? Afinal, com o seu poder poderia secar os mares, inundar desertos, pintar o universo de cores nunca antes vista. Ele poderia fazer bonecos de barro e dar vida a eles. Poderia fazer o que quisesse, mas, se entrega.
É mesmo confuso compreender o Deus que não se poupa. Ainda mais quando nós o conhecemos. Quando provamos o seu poder em nossa própria vida, ou quando o vimos usar o seu poder com outros.
Sabemos que Ele curou aquele irmão que testemunhou na igreja. Que salvou aquele que ninguém podia imaginar que tinha alguma possibilidade. Que fez o milagre da solidariedade, e dispôs o coração de alguém para suprir as necessidades de outro. Mas, Ele por alguma razão que não compreendemos, se entregou.
Num momento não esperado Ele nos cura de um doença que não sabíamos ter, em outro, oramos fervorosamente, mas Ele insiste em nos deixar doentes. Num momento, nos dá o que não esperamos, em outro, nos mantém carentes do que lhe pedimos a anos. Em nossas lutas, nos dá amigos que nos ajudam, mas, permite tantas vezes que os de casa nos tratem como inimigos.
É mesmo confuso o Deus que se entrega. Ele é misterioso em seus caminhos. Não presta continência a ninguém. Não recebe ordens humanas, e tem a sua própria agenda.
Sim, Ele ouve e responde as nossas orações, mas, conforme a sua vontade (IJoão 5:14).
E a nós que não o entendemos, vale a pena considerar sua resposta a João Batista (Mateus 11:1-6). Diante da angústia de estar preso, nosso irmão que anunciou o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, parece duvidar da identidade do messias, ao enviar seus discípulos a perguntar ao próprio Cristo, se Ele era aquele que havia de vir ou se devia esperar outro.
É estranho que o escolhido de Deus para preparar o caminho da chegada de Cristo, aquele que viu o Espírito Santo descer sobre Ele e ouviu a voz do Pai, dizendo: ‘Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo’ (Mateus 3:13-17), tenha tido dúvida quanto à sua identidade.
 Mas, sendo João humano, não é tão bizarro assim, não é mesmo? Quem pode entender o Deus que não se curva as agendas pessoais?
A verdade é que os seus discípulos, em qualquer tempo, nem sempre o compreende. 
Porém, atraídos por seu amor, sabem que experimentaram do seu maior poder, e aprendem que Ele não negocia sua glória com ninguém.
Boa semana a todos.

Lucas 24:13-27