Como eles encantam!
E sem nenhuma sutileza os humanos se devoram por eles.
Em casa, o marido pensa,’sou o rei deste lar’ e pensar assim,
já o transformou em selva, criando a falta de espaço para a alegria, a troca, o
carinho de graça...
No trabalho, os chefes com um tom baixo despedaça ou com
gritos assustam aqueles que o obedecem, mas não sabe ele, que por dentro se rebelam.
E na sua ausência, ou no silêncio dos pensamentos, se tornou aquele que ninguém
quer ver.
No trânsito, os motoristas se impõem, e as ruas que antes é
meio para chegarmos onde queremos, se tornou em campo aberto para todas as
indelicadezas, deixando de ser caminho para serem temidas.
Os pequenos poderes são buscados, desejados, cultivados, e
por eles toda força é gasta, porque se acredita que tê-los é lugar de honra,
tornando troféus que os humanos ambicionam. E como temem perder o lugar que
nunca tiveram quem por eles assim se desgastam.
Os pequenos poderes estendem suas mãos para quebrar outras
mãos que estendidas se fazem, decompondo em dor e distância, um gesto que fez
sem nenhuma maldade, fazendo com que os oprimidos se perguntem,’ até quando’?
A verdade é que com as mãos quebradas seguimos... não
escrevemos mais, não pegamos mais nada, não abraçamos, não lavamos o que é
sujo, não tiramos mais as pedras do meio do caminho. Ficamos imobilizados! Uma
sensação de grade invade a alma...
Até que olhamos para o Cristo crucificado... Seu calvário, suas lágrimas de sangue...
Ficamos a ver Aquele que se fez carne, sendo tão grande... E nos admiramos do Perfeito
se fazer imperfeito por nós. E vemos que Ele se fez oferta sendo o dono de
todas as coisas, e nos calamos ao perceber que por nós Ele suportou na cruz a
distância do Pai.
Diante dEle quem não fica constrangido?
E aqui a contemplar sem voz...extasiada com o conforto que jorra
de ser por Ele amada, minha alma antes tão farta...se aquietar. É que
compreendo que nesse estreito caminho, Ele segue comigo de mãos dadas.