Um dia novo de trabalho se iniciava. Eu estava feliz. Comecei meus atendimentos, e a manhã correu normalmente, até que entrou em minha sala um jovem de 24 anos. Vi a alegria que eu tinha trazido naquela manhã ser arrancada do meu coração, na medida em que a entrevista transcorria. Era triste demais encontrar um jovem com apenas 24 anos sem esperança.

Fiquei ali a buscar compreender aquele jovem, mas nada parecia fazer o menor sentido para ele. Sua fala era de alguém que a muito tempo já tinha envelhecido.

Com minha alma agitada, busquei em mim todos os argumentos possíveis para despertar naquele jovem uma fresta de esperança. Ele me olhava com seus olhos sem brilho, como se não me enxergasse. Contudo, não desisti, algo em mim ardia. Não era possível que alguém pudesse estar sem esperança, assim tão jovem. Sim, é claro, sei que existem milhares neste nosso país, mas aquele jovem estava diante de mim, e era preciso fazer algo. Entretanto, todas minhas tentativas foram vãs. E, aquele jovem aguentou ficar apenas por pouco tempo, como eu previa, ele havia perdido a esperança de que havia solução para sua vida. Sua saída doeu. A equipe onde trabalhava que o atendeu, sentiu o mesmo que se passara em minha alma. Uma sensação de morte ficou no ar.
Eu aprendi que nada temos a fazer com quem não tem mais esperança. Por isso, é preciso não deixarmos nossa esperança morrer. Sem esperança não temos como avançar na vida. 
O apóstolo Paulo afirma em I Corintios 13:13 que a esperança é uma realidade que permanece, que resisti ao tempo, é eterna.  A Esperança é uma graça que recebemos para dar conta da vida com toda a sua complexidade. Por isso, vamos alimentar a Esperança que recebemos. Ela nos manterá avançando rumo a nossa morada celestial.
Certamente que teremos noites escuras... Mas, ainda que o nosso coração esteja com uma dor tão grande que não conseguimos ver adiante, não vamos desistir de olhar para o autor e o consumador da nossa fé, Jesus (Hebreus 12:2), porque é certo que a esperança sempre encontraremos nEle.