sexta-feira, julho 27, 2018

As crônicas da academia - Academia, academia, por que pode ser tão chata?


Sempre detestei academia. Até o cheiro me incomodava.
Porém, na época que fiz psicologia, estudava em média dez horas por dia, de segunda a sábado. Era de se esperar, que a coluna de uma jovem senhora perto dos 40 anos começasse a reclamar.
Como uma boa menina, fui ao médico, e ele fez o que eu desejava ao receitar algo para dor. Mas, me informou que sem exercícios físicos, o remédio era um paliativo, que se tomado por muito tempo poderia atacar o fígado. E me indicou fazer musculação.
Voltei para casa com um “bico” tão grande quanto o bico de um tucano na alma. Consternada, tentei fazer em casa acompanhando vídeos de treinos na internet. Não deu certo. O jeito foi me render a minha realidade de precisar de gente de carne e osso para manter a disciplina, e mesmo muito chateada, fui para academia.
O primeiro mês foi terrível. E o maior desafio foi os” Personal Trainers”... Um não me dava a mínima atenção, nem bom dia recebia, mas quando chegava uma mulher de corpo bem malhado... aquelas que os homens dizem que são “gostosas”, toda atenção do mundo era dada. Ficava indignada, afinal, se estava malhada, então precisava de menos atenção do que uma gordinha com a coluna encrencada. O outro “Personal”, queria colocar mais peso do que eu aguentava, e não adiantava lhe explicar que nunca havia feito nenhum exercício utilizando peso.
Também não aguentava a musculação. Nada pessoal contra ela, reconheço toda sua eficácia. Entretanto, com o passar do tempo tornou-se, para mim, tão monótona... Quinze exercícios, descanso, quinze, descanso, quinze, descanso.... De tanto repetir tomei birra...
Este tirando o selfie é o coach Hugo
Porém, quando cheguei no Skill Box, o sorriso aberto do coach Hugo, acompanhando de “como você está”, deixou-me mais confortável no novo ambiente. Fiz a aula experimental e no final o outro coach, o Pedro, também me cumprimentou.
Pode parecer bobagem de uma psicóloga, mas minha última experiência com academia, havia me deixado a impressão que educação não era um comportamento muito comum neste meio. E nos dias que se seguiram fiquei a observar o tratamento dos Coaches com os alunos, vendo que era igual para todos, logo me senti em casa.
No centro de treinamento Skill Box, nunca fui cobrada a fazer algo que não dou conta. Sempre que tenho dificuldade para fazer um exercício, os Coaches ensinam outros que vão me preparar para fazê-lo, o que tornou o treino possível para mim. Além, de produzir a vontade de me esforçar para alcançar aquele que não estou conseguindo fazer.
Eu pergunto a você: Não suporta academia? Não atura gente julgando arrasar com seus corpos malhados, sem ter nenhum treino na educação? Não tolera ser desrespeitado na sua condição física? De fato, é mesmo insuportável um lugar assim.
Então, se não gosta de academia, eu compreendo, mas é preciso encontrar o seu caminho para cuidar-se, afinal a vida só se faz bela em movimento.
E se quiser conhecer a família do Skill Box, tenha certeza, será bem-vindo.
Na porta da Skill após um treino. Turma animada
Roseli de Araújo
Psicóloga clínica





quarta-feira, julho 25, 2018

Mais eu me mordo de ciúmes ou me deixo morder? Último texto da série

O ciúme é uma realidade deste vasto mundo emocional dos humanos. É uma manifestação de cuidado especial em relação a uma pessoa que desejamos ter ao nosso lado. Entretanto, quando se torna instrumento de controle, deixa de ser saudável e passa a ser adoecedor, tornando-se densa sombra no coração daqueles que os aceita.
Sabemos que a sombra é uma região escura formada por um obstáculo que se interpôs ao caminho da luz, fazendo com que esta diminua no espaço a qual está projetada, assim também acontece com o ciúme que adoece nas relações amorosas. Ele reduz a luz necessária na relação a dois, fazendo com que a realidade não seja vista como ela é.
Diante do não visto, existe o risco de viver no perigoso mundo da fantasia, da negação e da não compreensão do que é a vida.
No mundo da fantasia vivemos o que não existe, acreditamos nas estórias de um amor perfeito, da alma gêmea a nossa imagem e semelhança. Construímos um castelo sem portas e janelas, para colocarmos nossos príncipes e princesas, e muitas vezes nem nos damos conta de que eles são claustrofóbicos por natureza.
No mundo da negação, não lidamos com quem somos, nossa história, nossas dores. Não somos capazes de reconhecer nossas próprias sombras para buscarmos remover os nossos obstáculos e deixar de colocar no outro o que é o nosso.
No mundo da não compreensão do que é a vida, nos perdemos na falsa ideia de fazer da relação amorosa o nosso grande propósito Entretanto, a vida só se faz em sua plenitude quando estamos abertos para todas as outras relações humanas.
Talvez, o mais dolorido da realidade da vida, seja o fato de que ninguém é de ninguém. Oswaldo Montenegro diz que nada que interessa se pode guardar... eu concordo. Vivemos a possibilidade da morte que nunca pede licença, e que dentre tantas coisas, pode nos levar o que tanto amamos.
Não falo apenas da morte física, mas da morte da paixão no coração do outro, do fim do desejo de estar conosco. Tudo irá partir nesta nossa existência tão breve, e a nós, cabe nos rendermos ao que não podemos dominar.
Quem sabe assim, aceitando a vida com a possibilidade da morte, a gente consiga remover muitos dos obstáculos que nos impede ter mais luz em nosso caminho. Quem sabe a gente encontre descanso para nossa alma ao deixar de tentar controlar o outro, e assim, provamos da alegria de saber que se o outro está, é porque deseja ficar.
Nada é mais gostoso nesta jornada da vida, do que a experiência de ter pessoas que caminham conosco porquê gostam de estar ao nosso lado, e muitas vezes, apesar de quem somos.
Se o ciúme adoecido ameaça a sua relação, é urgente olhar para si mesmo e observar os obstáculos que trazem as sombras sobre a sua relação amorosa. Estarão eles no seu coração? Ou no coração da pessoa amada?
É que sem luz suficiente em si mesmo para sua jornada, você corre o risco de se perder e destruir com suas próprias mãos o que teria potencial de ser algo bom em sua vida. Se falta luz pra pessoa amada, é necessário que reconheça e aceite ajuda.
Entretanto, Aquele que nos criou para sermos pessoas felizes e plenas, é Luz, e pode retirar o obstáculo do ciúme adoecido do nosso coração por maior que seja. Para isto, é preciso que dele nos aproximemos com sinceridade e com a certeza de que há luz suficiente para nossas vidas.
Somos a imagem e semelhança dele, trazemos a possibilidade de fazer escolhas que trarão alegria ao coração.
Portanto, não se conforme. Não deixe para amanhã o que pode fazer hoje. Busque ajuda para vencer este gigante que faz densas sombras sobre sua relação amorosa.
    Eu finalizo esta série desejando-lhe que viva uma história de amor com muita luz e bem feliz.

segunda-feira, julho 23, 2018

Coisa de  TPM

A porta do guarda roupa quebrou. Ele disse que consertaria... O tempo passou.
Ela, com calma falou para consertar umas dezenas de vezes e de tanto insistir, ele ficou cansado. Suplicou para que não mais falasse sobre o assunto, senão desistiria de fazê-lo. Então, ela se calou..
E a porta...
Um dia, ela caminhou para o guarda roupa apressada para não se atrasar em seu compromisso, porém, esquecida da porta quebrada do guarda roupa, esta caiu sobre seus pés.
Para tristeza do procrastinador, era um daqueles dias em que a TPM sem ser convidada a visitava com toda sua gana.
Irada caminhou com passos firmes e deu a intimação, seria hoje e nem mais um dia, ou a porta seria consertada ou pessoalmente iria arrancá-la e jogá-la fora.
Em silêncio, ele pegou a ferramenta, foi até o guarda roupa e em dois minutos a porta estava sem nenhum defeito.
Esperando que ela se acalmasse, avisou que a porta estava consertada, entretanto, se assustou com o aumentar da sua raiva.
Ao ver que o conserto tinha sido rápido, não compreendeu o porquê de todo desconforto vívido, e teve vontade de pular em seu pescoço.
Afinal,  na TPM as mulheres podem ficar perigosas tanto quanto os homens podem ser procrastinadores.



sexta-feira, julho 20, 2018

As crônicas da academia -Meu segundo dia no CT Skill Box


Naquela manhã, ao sair para academia fui pensando que só mesmo um milagre me levaria até lá, pois até conversar parecia uma missão complicada.
Cogitei que talvez houvesse algo mais fácil do que o treino funcional de alta intensidade, afinal, onde eu estava com a cabeça ao decidir buscar um exercício considerado tão pesado, estando tão sem energia física?
Nessa luta íntima cheguei na academia, acompanhada pelo meu filho Arlen, quem me indicou a Skill Box.
           Hugo, o coach (que hoje já não trabalha mais na Skill), começou a aula com seu jeito animado, entretanto, o meu desejo era voltar para casa. Tal era o meu cansaço físico que achei a primeira etapa do treino, chamada “warm up de preparação, tão difícil quanto a última etapa, o “WOD”, a qual é considerada a mais difícil. 
         E, para piorar ainda mais minha sensação de que não daria conta de nada, um exercício simples de equilíbrio, em que apoiamos o corpo em uma perna levemente flexionada, enquanto a outra é balançada, me irritou muito. Sem conseguir equilibrar, tive que colocar o pé no chão a cada movimento, e fiquei desconcertada com a descoberta de que a minha falta de equilíbrio era muito mais séria do que eu podia imaginar...
Já muito chateada comigo por não conseguir acompanhar o treino, brigava contra o diálogo que se instalou dentro de mim sem nenhum otimismo. O que eu estava fazendo? Por que havia escolhido um desafio tão grande estando deprimida? Não seria aquela atividade física para pessoas mais jovens do que eu?
Nesta altura do treino já estava com a sensação de exaustão, e o estômago embrulhado. Tentei me concentrar no objetivo que tinha de encontrar a leveza da alegria perdida, e briguei tentando argumentar com todos aqueles pensamentos que eu estava ali para vencer aquele gigante da depressão.
Quase vencida, fui até o bebedouro, embora não estava com sede, precisava fazer uma pausa. Foi quando o Pedro, também coach, se aproximou de mim e disse ter tido muitas dificuldade com certos exercícios no início. Parecendo ter lido meus pensamentos, olhou-me com seus olhos verdes tranquilos e falou ‘não se preocupe, faz o que der conta, e logo conseguirá acompanhar o treino'.
Não sei se ele conseguiu ler em minha face a angústia de não acompanhar o treino, o que sei é que suas palavras me fortaleceram para o meu propósito de encontrar a alegria novamente. Elas foram como flechas de ânimo ao meu coração. Pensei, ele tem razão, estou no meu segundo dia. E mesmo exausta fisicamente, com a sensação da missão ser impossível, relembrei o que já sabia, a depressão é bruxa a roubar os bons sentimentos. Então repeti o restante da aula, ‘eu posso tentar’.
Com uma certa alegria, vi a bruxa má da depressão perder o segundo round para mim naquela semana, no momento que confrontei com otimismo a visão negativa que ela me impunha. Afinal, eu sabia do que vivia, e estar na academia já era uma grande vitória.
Sei que a depressão costuma ser muito presente nas manhãs, porém, nessa sexta feira, confronte-a. Não aceite ela roubar nada de você. Se não estiver conseguindo sozinho, deixe o orgulho e a vergonha de lado e vá em busca de ajuda. Não desista da sua vida, ela é o maior presente que já recebeu.
  Agora, se está pensando que é velha (o) demais, que bobagem! Não aceite está cultura burra que o mundo é dos mais jovens. É claro que tem certas coisas que é mais fácil para eles por causa da idade em que estão, porém, isto não significa que só eles dão conta. Diga a você, ‘eu posso tentar’.
E verá que é muito mais forte do que pensa que é. E o mural da CT Skill Box do dia 18.07.2018, fará  todo o sentido para você.
Roseli de Araújo
Psicóloga clínica
Contatos: 62 982385297






quarta-feira, julho 18, 2018

Mais eu me mordo de ciúmes ou me deixo morder?(VII)


 Quarta-feira. Sigo escrevendo sobre o ciúme. Se não acompanhou o estudo da série visite o blog e leia os textos postados.

Dentro das situações que podem ocorrer no aqui e agora das relações amorosas, o ciúme que adoece, também nasce da experiência da traição.
Pessoas que um dia foram feridas na confiança podem passar a crer que todo mundo é suspeito, logo, ao viver uma relação amorosa terá certeza que a qualquer momento poderá ser traído.
Não confiando mais nas pessoas, tenderá a crer que não vale pena ser honesto, podendo gerar um comportamento de trair o outro antes que seja traído, o que alimenta ainda mais a instabilidade da relação.
Outra postura interna que pode ocorrer é a pessoa perder a confiança em seu próprio valor, desenvolvendo baixa estima que até então não havia.
Ao não reconhecer o seu próprio valor como ser humano, pode desenvolver uma necessidade do outro, a ponto de sentir que não viverá sem ele (o que acho um movimento emocional interessante, uma vez que viveu por muitos anos sem conhecê-lo) e passa a exigir dele atenção constante, fazendo com que o parceiro se canse, afinal, nada que ele faz o preenche.
Pode ser que a pessoa se torne agressiva com quem cobra tanto amor. Nesta situação o ente amado é mergulhado numa angústia, pois não compreende aquele que pede amor, despertando em si a raiva. Como abraçar quem ofende com palavras? Como beijar quem dá tapas? Como ir para a cama com quem faz dela um ringue, ao invés de um ninho de carinhos?
 A pessoa amada uma vez fatigada, perde a alegria, ainda que goste muito do parceiro ciumento, o desejo de lutar pela relação vai esfriando no decorrer do tempo.
 Confirma-se então para a pessoa que temia perder por não se dar valor e não confiar nas pessoas, a crença de que ela realmente não merece nada de bom. O terrível é que normalmente, estas não conseguem perceber que o fato de serem feridas na confiança refletiram em suas atitudes, destruindo assim, a relação que tanto desejava.
E tudo começou porque um dia foi traído.
Se esta for sua realidade, não há outro caminho, é urgente perdoar quem o traiu. Seja aquela pessoa que o feriu no passado ou esta que se encontra hoje ao seu lado. Só o perdão nos cura para vivermos a beleza das relações e nos permite sempre recomeçar.
Não está conseguindo? Não se desespere. A raiz da amargura que nasceu em sua vida, que contamina todos ao seu lado, destruindo a possibilidade de construir uma relação amorosa feliz, pode ser arrancada pela bondade de Deus e por aqueles que ele irá colocar em seu caminho, caso de coração você decidir perdoar.
Este é o penúltimo texto desta série sobre o ciúme.
Até aqui foi bom demais ter a sua companhia. Espero por você semana que vem. Se gostou, compartilhe.
Roseli de Araújo
Psicóloga clínica
Whatsapp (62)98238-5297


segunda-feira, julho 16, 2018

A realidade é mal educada



A semana havia sido puxada, porém, a visita aqueles amigos era sempre um momento de comunhão deliciosa. No entanto, exigia ficar de olho no relógio, afinal, era tão bom estar juntos que o tempo se tornava um maratonista de cem metros.
Percebendo ser necessário contar as horas para não ser inconveniente, tocou suavemente o braço da pessoa amada e com uma voz branda, comunicou a passagem do tempo.
Porém, o outro embevecido com o momento mágico, não foi capaz de contemplar a realidade. Compreendendo estar ele cativado pela beleza da comunhão, deixou... Contudo, de olho no relógio.
E o outro dia anunciou que estava à porta. 
Tentou avisar novamente que já era hora de se despedir, foi ignorado, afinal, o momento era mágico.
O novo dia chegou, novamente tentou explicar que era necessário ir. Sem conseguir nenhum olhar de consentimento, levantou-se como tentativa de demonstrar que quem passa da hora, perde tempo, e quem sabe, de viver o melhor.
De pé no meio da sala, transparecia a mensagem clara de que já passava da hora de ir embora, entretanto, os momentos mágicos costumam “dar de ombros” a realidade.
 Sendo a realidade uma menina brava, que sabe o que quer, se impõs sem nenhuma educação à magia do momento, e na sala pairou um certo desconforto.
E o que era para ser uma coisa agradável se tornou cansativa, roubou o que a noite prometia...
 Roseli de Araújo
 Psicóloga clínica

sexta-feira, julho 13, 2018

As crônicas da academia

Começo hoje a série " As crônicas da academia". E nas próximas sextas-feiras estarei compartilhando o meu dia a dia neste mundo do treino funcional de alta intensidade que me tirou da depressão e do sobrepeso.
Será uma alegria ter a sua companhia.



O mural do CT Skill Box


Na minha luta para ficar mais leve na alma e no corpo, me propus ir pelo menos três vezes por semana no treino funcional, reunindo minha coragem para vencer a gigante da preguiça, caminhei naquele dia em direção ao centro de treinamento com passos lentos.
Para minha surpresa, a frase do dia, sempre colocada pela Márcia, nossa querida coach, era a seguinte:
Márcia pulando corda na CT
- Chega de desculpas, o que você realmente quer?
Eu que sempre leio a frase quando chego, dei meu grito: ‘Emagreceeeeeeer...
Porém, quando cheguei na academia em janeiro, minha motivação era o meu marido. O pensamento que me dominava era, ‘ele não merece viver com uma pessoa tão deprimida’ sendo doce e bem-humorado como é. E naquela manhã fui mais por ele do que por mim.
Eu carecia de voltar ao bom humor, a sorrir das pequenas coisas, regressar ao mundo das cores. Sentia saudade de me entusiasmar com as flores que brotam em meus vasos, de celebrar o amarelo da fachada da minha casa e correr atrás dos pássaros e das borboletas que sempre me visitam, porém, a depressão me assolava desde novembro.
Tinha feito muitas coisas para vencê-la até aquele momento, entretanto, seus sintomas estavam insistentes. Sem nenhum acorde maior1 na alma, uma tristeza sem fim comprimia o meu peito, fazendo com que eu sentisse vontade de chorar por qualquer coisa. Uma insegurança que não se despedia me fazia sentir medo de não conseguir trabalhar, e nos dias mais difíceis, acordava muito cedo com pensamentos suicidas. A sensação de fome me acompanhava mesmo após uma refeição reforçada, entretanto, a pior experiência era não ter nenhum olhar de alegria diante da vida que estava boa.
A primeira semana no centro de treinamento foi terrível, eu não me equilibrava para nenhum exercício, concentração quase zero, o que me fazia ter dificuldade de atender aos comandos. O coach dizia direita, eu ia para esquerda, e os primeiros dez minutos do treino me deixaram com a sensação de que não iria conseguir fazer mais nada o resto do dia.
Em muitos momentos, nos primeiros dias tive vontade de desistir, entretanto eu estava decidida a viver minha vida com alegria e curtir mais o meu negão charmoso.
Para minha surpresa, apesar de todas minhas limitações, minha melhora foi rápida, e no final da semana estava sem nenhum sintoma da “bruxa” da depressão.
Sei que a depressão nos leva para o mundo do eu não sinto vontade, e é difícil comprar a passagem de volta para o universo da alegria, contudo, hoje olho para trás e sinto uma alegria imensa por não ter desistido. Eu realmente queria encontrar a alegria novamente.
Descobri que nem sempre o que sinto vontade de fazer me leva para o que realmente quero, e no treino funcional aprendi que todos os exercícios, (até aqueles que não gostei no início), foram importantes para me trazer de volta para o mundo da alegria.
O que eu quero hoje é diferente do que fui buscar, mas algo não mudou, preciso continuar dia após dia deixando as desculpas de lado, ainda que sejam boas como minha depressão, e responder a mim mesma, ‘o que realmente quero? ’
O treino funcional de alta intensidade não é moleza, mas aprendi a amar pelo bem que me fez.
E a você eu pergunto: ‘O que realmente quer? ’


Roseli de Araújo
Psicóloga clinica
982385297


Referência:

  1. A maioria das bibliografias define “acorde” como a união de três ou mais notas tocadas simultaneamente. Geralmente as músicas que tem conotação mais alegre são feitas em acorde maior.


quinta-feira, julho 12, 2018

Hoje eu estou em festa.







Cheguei a 60 mil e 218 visualizações


São quatros anos que inicie este projeto, e confesso que muitas vezes quis desistir por causa da dificuldade de transitar no mundo on line, algumas vezes por estar deprimida e outras tantas vezes por causa das correrias da vida. 
Entretanto, os muitos comentários de pessoas que visitam o blog, (os quais recebo por mensagem no whatsapp), dizendo que os textos os ajudam a refletir sobre suas vidas, me faz prosseguir. Gostaria de expressar minha gratidão citando nome por nome, porém o medo de esquecer alguém me domina. Decidi então, destacar aqui o meu marido que me acompanha fielmente, me incentiva diariamente e tem paciência com meu entusiasmo infantil de ouvir minhas leituras dos textos. 
Também quero deixar meus sinceros agradecimentos para meu novo revisor de português, o Gislean. Seu entusiasmo com os textos apesar de todos os seus olhares técnicos, me faz acreditar que estou no caminho de ser a escritora que desejo. Obrigada por tornar meus textos melhores (e este vai sem revisão rsrsrs... me desculpe os leitores).

A todos que gentilmente me visitaram e aos que seguem me visitando em minha casa on line, muito, muito, muito obrigada.


quarta-feira, julho 11, 2018

Mais eu me mordo de ciúmes ou me deixo morder?(VI)


Sejam bem vindos. É quarta-feira e sigo falando sobre o ciúmes.



É consenso entre os psicólogos, que o humano traz em si a possibilidade de carregar na vida adulta, uma criança ferida em sua autoestima na infância, por esta razão, até aqui olhei para o passado para falar sobre o ciúme. Contudo, o ciúme adoecido é também um sentimento que pode nascer no aqui e agora das relações amorosas.
Sabe-se que as pessoas no decorrer da vida vão formando suas expectativas de como deve ser a relação a dois. E o que para alguns não pode faltar, para outros não deve existir, fazendo com que o ciúme que cuida, (o qual é necessário nas relações saudáveis), encontre nestas diferenças a possibilidade de adoecer.
Estas expectativas nada têm a ver com certo ou errado, mas com as particularidades pessoais que cada um de nós trazemos. Por exemplo: Existe quem acredita que não há amigos, enquanto pessoas creem na amizade e a cultiva. Tem quem gosta muito de sair e quem gosta de ficar em casa. Muita gente ama viajar e um grupo grande se angustia só de pensar em pegar a estrada. Estas diferenças e tantas outras, podem estar presentes na relação, e dependendo de como são tratadas pelo casal, podem se tornar um terreno fértil para que o ciúme adoecido nasça.
Muitas vezes no início do relacionamento amoroso, para não causar nenhum desconforto, acolhe-se o que não concorda, no entanto, com o passar do tempo, vai ficando difícil negociar os valores, objetivos e a visão de mundo trazida, deflagrando as dificuldades. Uma vez que o diálogo sincero é adiado, cria-se um ambiente inseguro na relação, tornando possível que um dos parceiros ou ambos adoeça de ciúme.
Entretanto, sabe-se que é difícil manter-se aberto e com coragem para ouvir o outro, com o objetivo de avaliar se é possível caminhar com as diferenças. Todavia, onde não há verdadeiro diálogo não existe relação fortalecida. Portanto, o ciúme que antes manifestava cuidado, pode se tornar controle, na medida em que o diálogo sobre as diferenças é adiado.
É certo que as relações amorosas carecem de que os envolvidos vejam as diferenças, digam o que querem e reconheçam até onde podem ir.
Jesus, em sua sabedoria nos esclareceu a necessidade de sermos verdadeiros, de sabermos qual é o nosso limite, quando nos alerta para respondermos as questões da vida com o nosso ‘sim, sim’ e o nosso ‘não, não’, afirmando que o que passar disso vem do Maligno¹.
Cuide então de sentar-se frente a frente com que deseja construir uma relação. Seja claro no que espera receber e no que deseja ofertar ao outro. Só faça acordos que não fira seus princípios. Não negocie o que não terá condição de cumprir. Não tenha medo da sua verdade e da verdade do outro.
Toda relação amorosa necessita de acordos, e sem eles a caminhada está fadada ao fracasso.
A vida é breve demais para viver tentando sustentar o insustentável. Pense nisto
            Roseli de Araújo
Psicóloga clínica
Referência
1. Mateus 5:37



segunda-feira, julho 09, 2018

Aniversário de casamento



Já se passaram dois anos... E a pausa que se fez no tempo e cessou todo o meu pensamento, se transformou no amor que a cada dia fortalece nossa jornada juntos.
Você vai me deixando mau acostumada com seus carinhos e olhares sempre tão ternos, e é muito bom viver perto de alguém como você. 




A Jesus toda glória por caminhar conosco, por sua eterna misericórdia a nos dá a oportunidade de sermos felizes um com o outro.

     

sexta-feira, julho 06, 2018

A inveja é meliante


A inveja é meliante

Aquela moça de corpo malhado e sem celulite, atraía os olhares por onde passava, provocando uma certa “raiva”...
Muitos não conseguiam esconder o que pensavam e diziam: “tem gente que nasce com sorte”, outras arrazoavam, “ela deve ter gasto com plástica, hoje em dia só é feio quem não tem dinheiro”.
Contudo, por onde a moça bonita passava não se ouvia suspiros de quem deseja pagar o preço da rotina dos exercícios físicos e da alimentação saudável que ela pagou.
A inveja é mesmo meliante... fica a roubar o olhar que admira a força de quem vence as dificuldades de todo dia, para chegar onde se quer. Ela também nos furta a energia para chegar onde desejamos. 
Aos invejosos só resta lamentar a falta de sorte e de dinheiro.
          

quarta-feira, julho 04, 2018

Mais eu me mordo de ciúmes ou me deixo morder?(V)


É Quarta feira. Eu sigo falando sobre o ciúme.


Se você é ciumento adoecido e reconhece ser o culpado por sua relação está tão desgastada, então deu o passo mais importante para encontrar o caminho de colocar na agenda da relação o que faz ambos felizes.
Porém, este não é um passo fácil, uma vez que o ciúme que adoece faz com que a pessoa amada seja vista como alguém que deva fazer tudo conforme a sua vontade, deixando assim, de respeitá-la em suas necessidades e vontades.
Alguns dominados por este sentimento dizem amar tanto que o coração dói, entretanto, o que prevalece na relação é o egoísmo - a capacidade de ver só a si mesmo.
O que faz com que a vida do parceiro se torne semelhante a uma caverna submersa, a qual tende a ter pouco oxigênio, suscitando assim, um sentimento de sufocamento, uma vontade de fugir ou de ir embora.
Por mais que goste da pessoa dominada pelo ciúme, quem convive com estas fica tão cansada do esforço gasto para se manter respirando na relação que busca o rompimento por não aguentar viver asfixiada. Outras, se submete a seu amor tirano – egoísta, entretanto, é só uma questão de tempo para adoecer.
Normalmente pessoas que aceitam tudo o que é imposto pelo parceiro ciumento tendem a se deprimir, e muitos desejam a morte para não ter que escolher pela separação.
Contudo, não basta gostar muito de uma pessoa, temos a necessidade de ser quem somos, de fazer escolhas e de conviver em outras relações. E, embora estejamos machucados pelo ciúme ou por pessoas adoecidas por ele, somos os responsáveis pela vida que escolhemos viver.
Talvez não ache justo depois de tudo que sofreu e me pergunte: Por que sou responsável? Afinal, não teve culpa da infância infeliz que viveu e que imprimiu em você a sensação de não ter valor e de não merecer ser feliz.
A resposta não é simples. O que sei com certeza é que agora, ciente da sua realidade, cabe somente a você reconhecer e aceitar as dores que traz, não para cultivá-las, mas para tratá-las.
Neste mundo de paradoxos, somos todos vítimas e culpados pelo que vivemos, cabendo a nós decidirmos qual identidade vamos sustentar.
Se escolher ser a vítima, o que resta então é lamentar, encontrar culpados, e se submeter a tragédia da vida. Se escolher ser o culpado, logo, é possível buscar o perdão, fazer algo para mudar sua história e aprender novas atitudes. Com as vítimas não há muito o que fazer, no máximo acolhê-la em sua dor e torcer para que sejam consoladas, mas aos que se declaram culpados, e desejam mudar de vida, é possível ajudá-los a encontrar novos caminhos.
Acredite.

Roseli de Araújo
Psicóloga clínica
62 982385297