No Big Brother da Vida

O menino que a mãe não queria que saísse porque era tarde, não obedeceu. 

Agora, com a fratura dos braços e a perna esquerda queimada pela queda no asfalto, gritava de dor no corredor de um hospital público. A mãe, lá estava sem saber o que fazer. Plano de saúde era um sonho não alcançado, e o que ganhava, mal dava para manter a casa. E o seu sofrimento era tão concreto, quanto o do seu filho acidentado.

O menino saiu do hospital depois de longa internação, e por dois meses ficaria de repouso. Sua mãe teria que deixar de trabalhar para ajudá-lo, mas, se assim ela fizesse eles passariam fome. Seu irmão mais novo, teria que se desdobrar para atender suas necessidades mais básicas, e o seu tempo para estudar ficaria escasso. O pai que não morava mais na mesma casa, teve que ser procurado para ajudar com os remédios, e a mãe, teve que submeter a angústia de lidar com seu ex-marido, que não gostava de ser incomodado.

A mãe e o irmão, não plantou aquela situação, mas o menino acidentado, com sua desobediência, semeou tempestade que atingiu a todos.

Por vezes, ficamos apalermados em colher o que outros plantaram, enquanto, descobrimos que nossas escolhas, também, se tornam colheitas para outros.

E no big brother da vida, vamos descobrindo que não somos meros expectadores, antes, somos participantes de um jogo, onde sonhos e projetos são plantados e desplantados, na colheita das sementes das vontades lançadas.

Eita papo furado, este tal de individualismo!

Venham conhecer

Trabalhamos, trabalhamos, trabalhamos...

e ainda falta alguns detalhes.

O está corpo cansado da correria dos últimos dias, 

mas, a alma leve com a alegria de um novo caminho. 

Aos amigos do blog, fica um convite para que conheçam a 

Orlando Barbearia e C&A. 

Barbeiro responsável: Orlando Rodrigues

Formação: Na Escola Ávila de Cabeleireiro

Cortes masculinos e femininos, química em geral, barboterapia, hidratação.

Fica situada na Rua 8E quadra 43 lote 10 

Garavelo Residencial Park - Aparecida de Goiânia

Ponto de Referência: O Hospital do Garavelo

Esperamos por vocês.

Obrigado a todos os amigos e irmãos 

pela companhia sempre no blog.

Fica aqui coragem

Está semana um sonho abrigado no peitou  começou a tomar forma. O salão da Orlando Barbearia ficou pronto. Eu, que não sei viver sem filosofar, espiei o passado próximo, pela janela da lembrança.
E, não pude deixar de visitar as longas conversas com meu marido, sobre qual era o melhor caminho a seguir, as orações de súplicas a Deus para não tomar nenhum desvio em relação a sua vontade, a decisão de ir para Goiânia que nos pareceu um pulo sem paraquedas, mas, diante do coração que encontrou paz, a aventura pareceu a única coisa sensata a fazer.
Descobri que a coragem é um artigo de luxo que alma requer a cada nova direção a seguir, onde o presente com toda sua não possibilidade se apresenta, e os conselhos daqueles os quais nada dará certo, faz todo o sentido, nos desafiando a considerar a realidade, sem perder a capacidade de crer em milagres.
É preciso coragem para viver a travessia com leveza, diante do barco lançado na dúvida se ele achará porto seguro para se atracar. 

E nestes momentos, em que seguramos nas mãos um sonho em formação, a coragem é ainda mais necessária, diante do tempo que não diz o que trará.
Só sei que é bom aqui estar, a sonhar com os pés chão, a viver o milagre de acreditar, ainda que o coração esteja espremido pelo "se". 
Onde chegaremos não sei, mas, hoje o coração está feliz. 
Peço a Deus que Ele jamais permita, que eu deixe de exalar o perfume da coragem que sobrepõe o cheiro da vontade não satisfeita. 

Quero viver sempre tentando um novo caminho, tenho pavor de contemplar a vida sentada no meio fio. 

A Deus, que nos dá sempre tantas oportunidades, toda honra e toda glória.

Feliz aniversário

Fiz um ano de casada ontem.

Em nossa curta trajetória, já mudamos duas vezes - de Anápolis para Cocalzinho e de Cocalzinho para Goiânia. Compreendemos que o nosso Deus estava nos direcionando para um novo trabalho e um novo caminho ministerial.

Ao chegarmos em Goiânia, prestamos um concurso, meu marido passou, mas, por causa de uma grave inflamação no seu olho esquerdo, que nos fez passar noites escuras, trabalhou um mês e quinze dias e ficou quase dois meses de atestado.

O tão sonhado projeto da barbearia, ficou também, adiado por algum tempo, e nós dois ficamos sem compreender nada, afinal, sendo Deus quem dirige o nosso caminho,  a rota muda conforme a vontade dEle.

Nestes meses de maio, junho e julho, o Orlando recebeu alta do tratamento do olho, terminou o curso de barbeiro, e tivemos que decidir entre ele permanecer no trabalho ou investir na barbearia, uma vez que os horários não se encaixavam. Decisão difícil! Ficamos com o projeto da barbearia, e se Deus quiser, ela fica pronta esta semana.

Quando o curso do nosso planejamento foi desviado, ficamos confusos, entretanto, seguimos com a certeza de que estávamos nos braços do Criador do universo. Tínhamos orado por 5 meses para sabermos qual a sua direção, e era palpável a sua presença conosco.

E a maior alegria, e a mais doce aventura deste ano, foi encontrar um bom companheiro para essa viagem tão surpreendente que é a vida.

Estar ao lado do Orlando, com os seus bilhetes falando de amor, que me faz começar o dia com um sorriso na alma; Seus dotes culinários, onde o que é gostoso é sempre feito para ser repartido comigo; Sua compreensão quando não consigo acompanhar o seu ritmo, que é meio frenético; Sua hospitalidade com os meus amigos, como se eles fossem seus; Suas respostas brandas a desviar minha ira nos dias de TPM; Seu bom humor mesmo em dias complicados; O chocolate quente preparado em uma noite fria e levado na cama; O carinho que trata meu pai e minha mãe;  A paciência com o Arlen, fez deste ano uma experiência feliz, leve e doce.

Ele segue me estragando... e já tenho me esquecido de como fazer café rsrsrs.

E me deleitando nesta viagem ao seu lado, sigo tendo em mim a confirmação, de que nada é mais gostoso na vida, do que ter bem junto, um bom companheiro de viagem.

Ao nosso Deus, que em seu projeto não deixa de fora a bondade e a misericórdia por nós, toda honra e toda glória, por tão doce amor.

Invisível? Ninguém devia ser!

Ao entrar em uma loja com o meu marido em um final de tarde, cansados, desejávamos encerrar aquele dia com esta última compra. Ficamos ali vendo os produtos, e embora os vendedores estivessem desocupados, fomos tão ignorados que pensei ser invisível.

Perguntei para o meu marido: ‘Estamos com cara de pobre?’ Meu marido sério e indignado me olhou dizendo: ‘Vamos sair daqui agora’. Sendo ele negro, sabe quando a discriminação se apresenta. E, não acostumada com a pobreza da alma daqueles que fazem diferença entre os seres humanos, sai consternada.

Descobri, o já descoberto, que ser invisível dói!

Tal foi a indiferença daqueles vendedores, que tomamos a decisão de nunca mais pisar lá. Mas, fiquei encafifada com aquele tapa que recebemos sem luva de pelica.

Afinal, quem tem o direito de negar ver o outro a sua frente? Ou de tentar produzir a falta de identidade, roubando o valor do humano, por causa do seu bolso ou da sua cor?

Provei uma gota do racismo que meu marido sofreu a vida inteira.

Fiquei ainda mais sua fã. Ele é mesmo um vencedor, pois não se deixou dominar pelo gosto da solidão do Ser não aceito.

É mesmo uma tragédia o preconceito!!!

Uma carta para o Eliack que vive em minhas lembranças

Eliack,

Certa vez, uma grande amiga me perguntou, ‘como eu imaginava que seria a nossa vida juntos, se você não tivesse partido tão cedo para o céu’. Confesso, que poucas vezes pensei nisto, talvez, porquê as doces e gostosas lembranças do que vivemos, tomaram o meu coração de tal forma, que não me ocupei de um futuro não vivido.

Mas, hoje, eu acordei pensando em muitos momentos, os quais desejei intensamente a sua presença. Lembrei-me do Arlen ainda bem pequeno não querendo ir as reuniões dos pais, das suas festas de aniversário, do acampamento que ele voltou dizendo que queria ter um pai como seus amigos de igreja, da sua primeira formatura na quarta série, da competição de karaté que participou no ginásio olímpico, do seu primeiro trabalho no programa jovem aprendiz - que quase me deixou maluca por suas crises de choro, porquê não queria trabalhar, mas, isto passou, graças a Deus, hoje ele é um homem trabalhador.

Ele, o Arlen, se parece com você, é um homem bonito, e pela bondade de Deus, sempre tão saudável. É verdade que não gosta de estudar, mas é muito inteligente, e quando decidir, será o que quiser ser. Ele é a nossa herança! E, o Senhor da Vida, que nos presenteou com sua vida, é o mesmo que o conduzirá conforme a sua vontade. Por muitas vezes, quando o olho, penso o quanto você teria gostado de vê-lo crescendo.

Sendo o nosso único filho, O Arlen, mesmo sem querer o mantém vivo em minha memória. Ele se parece muito com você! E mesmo tendo convivido apenas dois anos e oito meses ao seu lado, têm tanto dos seus gestos, sua forma de olhar, de rir, que eu ficava no início da sua adolescência, impressionada, agora, me acostumei.

Lembrei, também, da formatura da faculdade de psicologia, do dia em que o meu primeiro livro chegou em casa - pensei que iria derreter de tanta alegria, e do culto de lançamento que foi uma festa. Eu sei que você gostaria de estar nestes dias, porque o tempo que compartilhamos juntos,  sempre me desejou todo o bem.

Hoje, você completaria 54 anos. É estranha a morte. Se para onde foi o tempo não é contado, então, tem ainda seus belos 35 anos? Penso em cada coisa... quanta especulação da minha parte diante de tanto mistério.

Nestes quase dezenove anos de sua partida, eu passei por muitos momentos, lugares, situações. Fiz escolhas certas e erradas, mas, desde que você se foi, estes dois últimos anos, foram os mais felizes que vivi.

Quando partiu eu tive tanto medo da vida, mas o nosso Deus, numa manhã em que a angústia me apertava o peito, me disse que o meu marido tinha morrido, mas o meu Pastor, Ele, estava sempre comigo.

Contudo, suas lembranças, sim, elas seguem comigo, no sorriso do Arlen, nas fotografias guardadas nos álbuns na estante, e na memória. E como é bom tê-las. Elas me dizem que a vida vale a pena, ainda que a gente perca.

Bom, eu acho que está carta está ficando muito grande, preciso terminá-la.

Eu já ia dizendo, ‘fica com Deus’, entretanto, que bobagem! Você, Eliack, já está na morada que Jesus preparou, que coisa maravilhosa!!! Eu sigo na certeza de que também, um dia, ocuparei a morada preparada para mim.

A Ele, toda honra e toda glória, por sua tão grande salvação.

Meu palio, meu carro, uma lembrança.

 Cheguei na concessionária para comprar o tão esperado carro, o  coração estava animado depois de longo tempo andando a pé e de ônibus. 

O vendedor bem treinado para vender, me fez ver tantos carros que eu não estava buscando, que tive que interrompê-lo e ser contundente quanto ao valor que tinha, que só me permitia comprar a vista, um carro popular e mais velho. 

Encontrando o queria, decidi orar um pouco mais sobre o assunto, e fui informada que corria o risco de perder aquela oportunidade boa aos meus olhos, mas, eu tinha decidido em minhas devocionais, que não compraria nada sem falar com Deus primeiro. Foi um teste de fé, afinal, sou ansiosa e quero as coisas para ontem. Fui para casa naquele dia, lembrando Deus, como se Ele pudesse esquecer de alguma coisa, de que aquela carro me parecia muito bom. 

E, por quatros dias orei, fui em outras concessionárias, e compreendi que o Senhor estava me direcionando para comprar aquele carro. 

Era sábado, e fui a concessionária novamente. O vendedor me informou que ele tinha sido reservado para um cliente, e na segunda feira seria enviado para aprovação do financiamento no banco. Fiquei confusa... tinha compreendido que era Deus que estava me direcionando. Teria eu entendido errado? 

O final de semana passou, e pela manhã na segunda, o vendedor me ligou avisando que o carro estava disponível para mim, uma vez que o financiamento não tinha sido aprovado. Pulei de alegria, era mesmo Deus comigo naquele negócio.

Tenho 27 anos de fé, e acho bizarra a dificuldade que ainda possuo de descansar em Deus, depois de experimentar tantos milagres. Mas, cansada de ir a sua frente em minha vida, me sentei aos seus pés. Foi uma experiência única, porque pela primeira vez, esmurrei minha ansiedade, e fiz o meu coração serenar em Deus.

 Faz dois anos e 7 meses que comprei o palio. Sou a sua segunda dona, e não tive que fazer revisão quando o comprei. No final do primeiro ano, ao levá-lo para uma revisão antes das férias, o mecânico me disse que não tinha nada para fazer; no segundo ano, gastei com ele as revisões normais. É um carro simples, mas, muito bom, e atende a minha necessidade. 

E este carro, será sempre a lembrança de que vale a pena gastar tempo em oração, buscando de Deus o coração sábio.

Salomão nos diz que "o coração sábio, saberá a hora e a maneira de agir. Porquanto há uma hora certa e também uma maneira certa de agir para cada situação".Eclesiastes 8:5 ,6

Mas, o que não quero esquecer de jeito nenhum, "que é melhor ser empurrado por Deus, do que andar em sua frente", como já dizia o Pastor Ariovaldo.