As poderosas crenças

Este é meu amigo Moacir. Ao seu lado, a Lilia, sua esposa. Nossa querida.

 

Aprendi, também, com o meu amigo Moacir, o provérbio que diz: Não se aperte em lugar folgado. Uau! Que frase divertida, e, ao mesmo tempo, profunda.

Sendo as palavras, estradas que nos levam ao mundo misterioso que guardamos dentro da gente, fiquei a pensar... O que significa ficar apertado em um lugar folgado?

A palavra que brotou foi crença. Sim! Elas têm o poder de nos fazer ficar apertado em lugar folgado. Por exemplo:

Se você crer que não merece ser amado, terá dificuldade para se relacionar com as pessoas, se tornará desconfiado, agressivo ou passivo demais;

Se você crer que nasceu para ser um fracasso, vai deixar de estudar, de ser organizado, de cumprir as tarefas dadas, de tentar novos projetos, e... ;

Se você crer que não pode dizer não, viverá a vida de outras pessoas e não cumprirá seu propósito;

                Se você crer que não pode ser feliz no amor, vai buscar relações impossíveis;

                Se você crer que a culpa é sempre do outro (pais, cônjuges, filhos, irmãos, parentes, colegas), vai deixar de aprender com seus erros e se tornará uma pessoa a repetir sempre, o mesmo do mesmo;

Se você crer que os sentimentos não podem ser dominados, vai deixar de usar a razão - a força que distingue os seres humanos de todos os outros seres - e, se tornará escravo, deles.

Se você crer que não tem nada bom em sua vida, vai se tornar amargo e murmurador;

Se você crer que 'os dias passados são melhores do que o hoje’¹, perderá o que tem de bom, no aqui e agora.

Mantém-se apertado em lugar folgado, quem não contou as bênçãos; quem decidiu não perdoar; quem perdeu oportunidades; quem não aceitou a ajuda que precisava; quem não tomou o remédio receitado; quem passa todo tempo no celular; quem não levanta da cadeira para ver o céu estrelado; quem não pisa na grama; quem não se movimenta; quem desprezou a graça e creu no merecimento pelas obras; quem creu no mito da felicidade; quem deixou sua família por uma aventura; quem não creu na Palavra de Deus (este se apertou por inteiro).

O estranho é que se manter em lugar apertado é mais fácil do que parece. E, antecedendo a todas as escolhas que fazemos, as crenças podem nos fazer mover ou parar.

Portanto, ao fazer suas escolhas, considere qual é a sua crença. Ouse questionar.

Fomos feitos para alçar voos mais altos. E, se sem Jesus, ‘você nada pode fazer’², com Ele, não há limite neste vasto universo. Viverá folgado, até em lugar apertado.

            Você crer?

Roseli de Araújo

Escritora e Psicóloga

Referências:

1.        Eclesiastes 7:10

2.        Evangelho de João 15:5

 

 “Daqui pra frente é só pra trás”. Que frase divertida.

      A primeira vez que a ouvi, foi numa conversa com meu amigo Moacir.

Mas, a verdade contida nela, acende uma luz de alerta. Pense comigo. 

Há quem estava bem na vida de solteiro. Sossegado (a). Encontra um “novo amor”, e a vida, vira brigas, ciúmes, inseguranças, ansiedades.

Há quem estava num casamento bem estruturado, feliz. Conhece uma mulher que encanta, faz dela sua amante, e a esposa descobre...

Há quem comprou um imóvel, gastando toda sua poupança. Logo, descobriu que a documentação era falsa.

Há quem vendeu um imóvel na hora errada, e perdeu muito dinheiro.

Há quem conheceu uma pessoa, fez dela uma amiga, e por causa dela, muitos amigos se desfizeram.

Há quem começou um novo projeto e parou. Agora, acreditando não conseguir ter disciplina, frustrado consigo, paralisado, se tornou.

Há quem tirou o tempo de brincar com sua criança, perdendo a construção de memórias tão importantes na relação. E na adolescência, o filho querido, sem afeto se formou.

Há quem decidiu viajar sem ter seguro e sem fazer a revisão do carro, e teve que voltar de guincho.

Há quem comprou um carro sem documentos, confiando só na palavra do vendedor. E sem dinheiro e sem carro ficou.

Há quem não mediu as palavras, e relações preciosas foram desfeitas.

Há quem não confiou naquele que ao lado estava, e perdeu companheiro fiel de estrada.

Este “daqui pra frente é só pra trás” pode até parecer uma frase divertida. Contudo, aponta o poder de uma decisão em nossas vidas.

Por isso, separe tempo para pensar em seus próximos passos.

Se o time está ganhando, muita cautela em buscar reservas. Para que o daqui pra frente, para frente seja.

Mas, se hoje, perceber que para trás andou, não hesite, caia fora. Todo dia é uma oportunidade para seguir em frente.

Roseli de Araújo

Escritora e Psicóloga

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O fim do começo

 

Foto do passarinho tombado

Era bem cedinho quando as mulheres foram ao túmulo de Jesus.

Também, era cedo, quando fui para área de serviço buscar uma vassoura, e vi um passarinho tombado na calçada.  Seus olhinhos estavam abertos, mas sem o brilho da vida, aquele ser tão pequenino, me pareceu tão sem beleza.

Eu precisava retirá-lo de onde estava. Fiquei hesitante. Peguei a pá, e algo dentro de mim jorrou pelos olhos.  Não contive. Já aprendi a conversar com o que não entendo.

Sentei no chão, próximo de onde estava. Não queria jogá-lo no lixo. Fiquei imaginando-o minutos antes, voando pelo céu azul. Enfeitando. Se abrigando das chuvas em algum telhado. Espalhando sementes... Depois que entramos na meia idade, o fim se torna um lugar bem perto. E por mais que a cultura nos impõe não falar deste assunto, o fim, se torna concreto.

Pensei nos queridos que foram. Nas boas conversas, em abraços apertados, em mãos dadas, nas mesas compartilhadas, nos sorrisos, no tom das vozes ... E a saudade que chegou sorrateira, se instalou, quase por inteira.

Fiquei ali por alguns minutos, e me lembrei que era cedo quando as mulheres viram o túmulo, vazio, de Jesus.

Que consolo! Que promessa!

Naquela manhã, Ele fez do fim,  o começo. E o passarinho, mesmo tombado, não mais me pareceu tão feio.

Roseli de Araújo

Escritora e Psicóloga

O vazamento

 

 

Um filetinho de água escorre molhando o piso...  

No início fiquei incomodada. Gastar água sem ser por uma causa nobre, faz um mal a alma. Água é riqueza. Não deve ser perdida, sem nenhum propósito.

Busquei ajuda. Falei com marido, o administrador da casa. Falei com profissionais para consertar. O primeiro não deu certo, o segundo também, não. Fique sem indicação.

Os dias começaram a passar na velocidade de sempre.

O filetinho de água continuou molhando o piso...

Tentei de novo, falei com dois profissionais da área, não conseguiram resolver. Pedi outras indicações. Nada.

Senti-me impotente e ao mesmo tempo com raiva, por não encontrar solução para um filetinho de água, a escorrer toda vez que a válvula é acionada.

Será esta a razão? O vazamento ser apenas um filetinho de água?

Tenho percebido que pequenos problemas, tendem a não ter soluções. O fácil, é fácil de ser adiado. Entretanto, problema pequeno cresce...

Não sei quando desisti de encontrar solução.  Acho que comecei ignorando o piso molhado atrás do vaso. De tanto fingir não ver, fui me acostumando.

Mas, o filetinho de água continuou molhando o piso... E o ano virou.

Refletindo sobre as metas de 2024, entrei no banheiro. Só que desta vez ao ver o fio de água escorrendo... O incômodo voltou. Tentei afastá-lo com o pensamento: ‘Fiz a minha parte para resolver o problema’. Não adiantou, a paz não veio.

Enquanto pensava sobre o assunto, uma pergunta me saltou ao coração:

Corro o risco de tratar a Palavra de Deus como fiz com o vazamento? Deixá-la escorrer pela alma sem gerar propósitos, como deixei por meses, a preciosa água se perder, em meu banheiro?

Só de pensar, estremeço. Não quero apagar o Espírito, calando a única voz que pode me fazer viver, com V maiúsculo. Não quero me acostumar com uma vida menor. Já aprendi que ignorar a Palavra é engabelar eu mesma. Pois, somente um filetinho diário da Palavra, a vida, grande se torna.

No banheiro, o filetinho de água continua escorrendo... Entendi. É hoje o tempo.

Roseli de Araújo

Escritora e Psicóloga

Chuva

 

2024 começa.

A chuva cai onde moro. Fico a pensar no bom conselho que ‘quem sai na chuva é pra se molhar’.

Quando eu era criança, amava tomar banho de chuva no quintal e na rua do bairro que cresci. Com o passar do tempo esqueci do sabor da roupa molhada no corpo, e passei a evitar o frio. Quanta bobagem!

Ainda hoje, quando chove, fico tentada. Pergunto: Cadê minha coragem espontânea de entrar na chuva?  Isso é coisa da idade, ou, estou me deixando envelhecer?

Contudo, ainda amo a chuva de jeito apaixonado.

Já me falaram que é porque nunca precisei sair para trabalhar, em um dia chuvoso.  O que não é verdade. Já tive os pés molhado, num dia de chuva, por causa de um tênis furado. E não deixei de amar a chuva.

Parece estranho saber que chuva não existia quando o planeta foi criado. E que sua chegada foi marcada pela destruição. Acho que penso assim, porque cheguei neste planeta, depois da queda. Perdão Senhor, não sei o que escrevo.

Só sei que quando o tempo a anuncia, fico com a sensação que a vida vai ficar mais bela. Quero beber cappuccino, pegar a coberta e um bom livro, ou ligar a Tv e ver Netflix, com o meu negão, ao lado.

Não sei bem que memória é essa que trago da chuva. Sei que é quentinha no coração.

E como é bom sentar em silêncio para ouvir e vê-la cair. Tenho a impressão da mais rica melodia com ré maior.

Fico ainda a pensar que a chuva faz a pausa do sol ser rica. Não que eu despreze a luz do dia. Amo a luz que dá o tom amarelo... É que hoje a chuva me fala de assuntos que lavam a minha alma: Da água que mata a sede - Jesus, da água que limpa - A Palavra, da água que lava o verde- Esperança.

Gosto tanto de chuva que trago um sonho de ter um lago em casa, com aquele motor a movimentar e imitar o barulho de uma chuva bem calma... Só de pensar que um dia vou realizá-lo, o meu coração, chuva.

E a chuva continua caindo...

Preciso aceitar o bom conselho: Quem sai na chuva é para se molhar.

04.01.2024

Roseli de Araújo

Psicóloga e escritora