domingo, março 06, 2016

Eu não quero flores amarelas e medrosas.

Hoje é domingo. Dia de outros textos que mexem com minha alma. Carlos Drummond de Andrade nos fala de um dos sentimentos que mais paralisam o humano, o medo.

E está ai, um fim que não quero ter, flores amarelas e medrosas. 

Congresso Internacional do Medo

Provisoriamente não cantaremos o amor,
que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos.
Cantaremos o medo, que esteriliza os abraços,
não cantaremos o ódio, porque este não existe,
existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro,
o medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos,
o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas,
cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas,
cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte.
Depois morreremos de medo
e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas
Link: http://www.revistabula.com/391-os-dez-melhores-poemas-de-carlos-drummond-de-andrade/

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