Olá amigos, após um período de férias do blog, retorno hoje, a continuação da série "Amor romântico". Estou pensando no amor eros na perspectiva do livro de Cantares. Conto com a companhia de vocês.
A noite toda procurei em meu leito aquele a quem o meu coração ama, mas não o encontrei.
2
Vou levantar-me agora e percorrer a
cidade, irei por suas ruas e praças; buscarei aquele a quem o meu coração ama.
Eu o procurei, mas não o encontrei.
3
As sentinelas me encontraram quando
faziam as suas rondas na cidade. "Vocês viram aquele a quem o meu coração
ama? ", perguntei.
4
Mal havia passado por elas, quando
encontrei aquele a quem o meu coração ama. Eu o segurei e não o deixei ir até
que o trouxe para a casa de minha mãe, para o quarto daquela que me concebeu.
5
Mulheres de Jerusalém, eu as faço
jurar pelas gazelas e pelas corças do campo: Não despertem nem incomodem o amor
enquanto ele não o quiser.
Cantares 3:1-5
Neste trecho,
acredita-se que Sulamita teve um sonho com o seu esposo, pois em sua época as
mulheres não podiam transitar sozinhas e nem se dirigir a nenhum homem. Vemos
aqui, Sulamita percorrendo a cidade a procura do seu amado, e perguntando a
guardas se eles o viram. Logo depois, o encontra e o leva para casa e para o
quarto da sua mãe.
Sonho ou realidade, o que sabemos com
certeza é que Sulamita expressa o desejo de estar o tempo todo com seu amado, revelando a força do amor eros em desorganizar uma
pessoa, levando-a romper com a sua própria
cultura.
Romper com uma cultura
significa abrir mãos dos princípios internalizados. É muito comum vermos
uma pessoa considerada sensata, ter atitudes as quais jamais tomaria se
não estivesse apaixonada.
Contudo, dentre as muitas coisas que este amor é capaz de desorganizar na vida de uma pessoa, considero a pior consequência da paixão, a perda da
capacidade da leitura da intenção do outro na relação.
Muitas vezes a pessoa perde tempo em investir em quem não tem nenhuma intenção de levar a relação a sério, e acaba entrando em aventuras que lhe trarão muitos prejuízos.
Não é à toa que
novamente Sulamita adverte ‘as mulheres de Jerusalém que não acordem e nem
despertem o amor antes que este o queira, pois, esta
força vivida fora do tempo e do modo errado pode deixar marcas dolorosas e difíceis de se desfazer.
Por isso, cuidado.
Roseli de Araújo
Psicóloga clínica
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