O que é mesmo o tudo quando o luto espreita na esquina da rua onde moramos e fixa sua residência?
Olho de um lado para o outro e nada parece mais como foi até aquele momento em que minha mãe partiu. E de um jeito desconcertante, “o tudo” parece se esvaziar diante da sangria da saudade, pois ferido foi o coração de um jeito como nunca antes.
Meu Deus! Como sentimos saudades daqueles amados que partiram.
Perguntas antes não invocadas nascem borbulhando, depois da perda da vida que tínhamos até a partida de quem amamos. E como elas não são fáceis de responder. Mas, se hoje pode, então me diz o que farei com a vida que ainda guarda o tudo?
A vida, ainda mantida com tudo que nos é dado, agora exige uma coragem antes não evocada: não deixar propósitos, nem pessoas que vivem ao lado, cultivar os sonhos e projetos e a fé que a vida, agora esvaziada da presença de quem amamos, ainda guarda muitas belezas.
E me pergunto: Qual foi o olhar do tudo que me cerca que o luto insiste em desvanecer?
Em meio ao caos da morte, evoco Aquele que a morte não pode deter, Jesus, meu Senhor. Nele encontro a esperança de seguir vivendo a vida com a alegria que não depende de nada que vivo aqui.
Sim, o consolo se torna realidade. O desespero não encontra lugar em meu peito. E as lágrimas que rolam não são sinal de fraqueza, é o grande recurso para que esta dor escorra pelo caminho enquanto eu caminho.
Sem movimento, não fico. O Espírito Santo sopra para onde quer e vou para onde Ele me enviar, até aquele dia em que a morte não mais existirá.
Quanto a você, mãe, que existe em mim, até lá.

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