Estou escrevendo meu segundo livro. Um pequeno trecho do primeiro capítulo.
.... Para nós criados
em cidade grande, é complicado entender que Deus fala na natureza. Estamos cada
vez mais cercados por concreto e asfalto. Entretanto, “os céus proclamam a sua glória ”xSl.19:1.
E rodeados pelo
cinza, e sem folga por causa do nosso ritmo de vida, a pouca natureza que nos
circunda é roubada. É que a práxis urbana - o correr de um lado para outro - sufoca com a falta de
tempo.
Na cidade em que
moro, ocupada, nem sempre consigo contemplar o céu azul, a noite caindo e
trazendo as estrelas. E ainda que tento diariamente molhar as plantas, nem
sempre desfruto das flores que nascem nos vasos que insisto em ter no meu
quintal cimentado.
A tecnologia,
vilã disfarçada da mais bela mocinha, também seduz. Sua maldade é refinada,
sutil. Prometendo facilitar a vida, se alia a cidade. O que ela faz? Todos nós
sabemos. Suga o tempo cada vez mais escasso.
Abrimos o
Facebook, só queremos gastar 10 minutos, coisa rápida, ver os amigos não
vistos. Nos assustamos quando, 30 minutos se foram. WhatsApp, só ver uma
mensagem, estamos na mesa com a família, com os amigos – era só ver, não
resistimos, respondemos. Gasta-se o tempo, o pouco tempo, que se tem com quem
está do lado.
E a tecnologia
vai nos deixando cada vez mais órfãos... Mesmo assim, nós a amamos, como amamos
os atores que representam os mais cativantes vilões.
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