No CT Skill Box sempre converso com
a coache Márcia sobre minha vontade de emagrecer e a importância de mudar o
olhar sobre a comida. Ela me influenciou muito na busca de uma alimentação
saudável. E, embora esteja longe de ter a sua disciplina, concordamos que a
melhor dieta é a reeducação alimentar.
Entretanto,
são poucos os lugares em que encontro pessoas que não estão malucas por dietas.
E, por onde vou escuto falar das mais miraculosas. Delas, nem ouso escrever
seus nomes, para não correr o risco de dar algum incentivo a quem
desesperadamente quer emagrecer. Afinal,
todo mundo sabe que na busca da perfeição do corpo faz-se loucuras.
Durante
minha vida sempre lutei com o peso. E penso que o corpo leve e bem trabalhado
pelos exercícios deve ser bom, contudo, a questão que me inquieta não é a busca
por ter um corpo bonito, mas a falta de alegria por ter o corpo que se tem.
Conheço
mulheres belas, algumas delas convivo na academia. Mas, são poucas as mulheres que
encontro na minha rotina, felizes com sua imagem no espelho. É como se beleza nenhuma pudesse faltar neste
mundo onde o completo não existe.
O
interessante é que todas sabem que as belas modelos necessitam do fotoshop para
irem para as capas de revistas, e mesmo assim o fardo de ser como elas, não é
questionado.
Depois
que a indústria da beleza disse que há um modelo, um padrão, e que para ser
feliz precisamos conquistar o corpo perfeito, nasceu à insatisfação.
E
se estar dentro do padrão estabelecido é o que nos fará felizes, o que vamos
fazer com a história do Elvis Presley e Marilyn Monroe? Ícones de beleza, ambos
terminaram suas vidas de forma trágica.
Não
te inquietas que a beleza deles não o salvaram? Além de belos, eram ricos e famosos,
mas descontentes com suas próprias vidas.
Diante
da trágica história de Elvis e Marilyn, ainda resta uma pergunta: O que é mesmo
que eu e você precisamos para ser feliz?
Quando
minha mãe amputou parte de sua perna esquerda em 2008, sofri em imaginar qual
seria sua reação em perder algo tão importante para sua imagem corporal.
Contudo, diferente de mim, minha mãe estava preocupada em ficar sem dor, em
manter sua vida. Ela lutava por algo maior e nunca vi minha mãe chateada com
sua imagem ou acanhada em sair de casa.
No
dia em que saiu do hospital após a sua amputação, eu estava receosa de como
iria enfrentar os olhares por onde passaria, entretanto, ao entrar no quarto,
ela me pediu um batom e saiu cumprimentando e dando tchau as pessoas pelos corredores.
Confesso,
senti vergonha por estar preocupada com algo tão pequeno. Afinal, ela estava
viva e sem a dor que a perturbou por cinco longos anos.
Ela
me ensinou que nada é mais belo que a vida que recebemos pra viver. E que não
podemos ficar bitolados a uma causa tão pequena, enquanto a vida clama pelo seu
próprio reconhecimento.
O
que temo é que na busca insana do padrão imposto, vivamos a tragédia de
estarmos o tempo todo insatisfeitos, e nos tomamos suscetíveis aos transtornos
alimentares e de ansiedade.
Por está razão, vá a academia, faça reeducação
alimentar e busque viver com alegria a vida que bondosamente recebeu.
Roseli
de Araújo
Psicóloga
clínica.
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