quarta-feira, agosto 15, 2018

Sou quem eu quero ser? Aceitar os pais não é fácil


Meus ascendentes conhecidos:
Meu pai é este com o cigarro na boca,
 minha mãe está ao seu lado.
Ao lado de minha mãe, minha avó paterna com o dedo no queixo.
Eu sou está menina de boca cheia e aberta kkkk...

Se desejas conhecer-se, não podes negar seus ascendentes, antes, é urgente acolher a história deles para compreender quem você é.
Quando fui de encontro a minha história familiar, descobri que meu pai quase nada sabia do meu avô, e pude compreender que embora não tivesse nenhum modelo, conseguiu cumprir bem sua missão de ser pai.
As críticas advindas da adolescência perderam todo o sentido quando fui capaz de visitar sua história para compreendê-lo, em mim brotou um profundo respeito, ficando mais fácil obedecer ao princípio bíblico de dar a ele a honra.
Sei que não é um processo fácil nos depararmos com as escolhas dos pais que nos feriram. É muito difícil deixar de lado o juiz que habita dentro da gente. Temos costume de sermos implacáveis com os erros dos nossos pais, os apontamos sem nenhuma empatia. Sem tentar compreender, gritamos nossas dores e fazemos nossas cobranças sem prestar atenção que eles também têm os seus gritos, pois também foram feridos, e muitas vezes, muito mais do que nós.
E, quem sabe talvez marcados por algum transtorno psiquiátrico, algum abuso sexual ou psicológico, pela vida dura que não permitiu eles serem crianças, pela ausência dos seus pais... e tantas outras possibilidades neste mundo, onde o caos tantas vezes se instala, eles tomaram caminhos que não conseguimos aceitar.
Eles são culpados? Sim!
Entretanto, quem pode atirar a primeira pedra?
Eles erraram, nós erramos e erraremos, nossos filhos errarão, e somos todos culpados.
Entretanto, Jesus Cristo nos ensinou: ‘Não julgueis¹’.
Sei que suas palavras são tão fáceis de compreender como complicadas de obedecer. Mas, quem busca obedecer este ensino, experimenta a misericórdia pelo outro, tornando-se livre da amargura, da ingratidão e do não reconhecimento.
O maior resultado que vejo em mim desta visita a minha história, é a recuperação da minha segurança interna. Sempre sonhei ser psicóloga e escritora, contudo, trazia um medo terrível de não conseguir, entretanto, quanto mais dou a meus pais a honra, mais confiante me torno diante da vida.
Portanto, quando somos restaurados na confiança interna do que podemos ser e fazer, nada mais nos segura e nos tornamos capazes de recriar a nossa própria história.
Por esta razão, vá em busca deste caminho onde o julgamento não impera, onde a aceitação é instrumento certo que te ajudará a cada dia dar a seus pais, a honra.
E para quem honra os pais, há uma promessa de que o caminho será bom. Creia.
 Roseli de Araújo
 Psicóloga clinica
(62) 982385297

sexta-feira, agosto 10, 2018

As crônicas da academia - Quando a pressa é perigosa




Entrei no CT Skill Box em 16 de janeiro de 2018.
Eu estava com duas coisas que me incomodavam muito, a depressão e 13 quilos a mais. Sendo eu de baixa estatura, este peso faz uma diferença enorme.
Até aqui muitas foram as batalhas para não engordar, e nesta guerra, sem tréguas, já perdi várias. Entretanto, por me achar muito feia quando engordo, nunca desisti de me manter no peso que sinto bem.
Confesso, eu gostaria de ser o tipo de pessoa que é de bem com o seu corpo, esteja ele como estiver.  Admiro quem gosta de si mesmo, e não se rende ao padrão de beleza imposto, mas quando engordo fico muito chateada com o espelho.
O momento de trocar e comprar roupa se torna um tormento. Começo a não querer me maquiar e vou ficando desleixada, piorando ainda mais minha imagem. Entretanto, quando estou bem com o meu peso, vejo-me com outros olhos, sinto-me bonita, e o padrão de beleza imposto não me incomoda.
Hoje, faz 6 meses e 19 dias que estou no CT Skill Box. Até aqui, graças a Deus, eu nunca quis desistir. Primeiro, porque os exercícios me fizeram e fazem vencer o mau humor, o pior sintoma da depressão para mim. Segundo, encontrar uma atividade física que gostasse não foi fácil, e a muitos anos vinha orando ao Pai que me ajudasse, afinal para quem tem depressão e deseja vencê-la, a atividade física não é uma opção.
As vezes não sei bem se gosto mais do treino ou dos coaches da CT Skill Box, porém uma coisa eu tenho certeza, perseverar no que se propõe vale a pena. O gosto de conseguir fazer algo que se quer produz alegria que fortalece.
Hoje estou sete quilos a menos. Voltei a gostar do espelho, a me maquiar. Foi uma emoção o dia em que desci as roupas que estavam guardadas a mais de um ano no maleiro, e ao experimentá-las, descobri que mais de 50% delas já estavam me servindo.
Entretanto, não é fácil e nem rápido o processo.
Afinal, somos a geração da pressa. Queremos perder peso rápido com dietas mágicas, ainda que elas sejam insustentáveis no decorrer do tempo. Cobiçamos entrar na academia e logo conseguir fazer tudo, como alguém que já está a mais tempo. Temos tanta pressa que nos atropelamos e perdemos a capacidade de compreender o que damos ou não conta de fazer.
O resultado disto pode ser a desistência antes de tentar. E o perigo é você cair no conto de todo dia começar algo novo por não aguentar a frustração que faz parte do processo para quem quer emagrecer com saúde.
Cuidado para não acumular fracassos em coisas as quais na verdade você desistiu rápido. Com o passar dos anos você corre o risco de ficar preso na terrível e angustiante cadeia do “eu não dou conta”.
Tenho aprendido, que é preciso desprezar a pressa, ela pode até nos trazer conquistas rápidas, porém, quase tudo que vem rápido vai embora rápido.
Pense nisto.
Roseli de Araújo
Psicóloga clínica



quarta-feira, agosto 08, 2018

Sou quem eu quero ser? Conhecendo para conhecer quem sou




O bebê humano precisa de pais, e na ausência deles, necessita de outros que cumpram sua função de cuidar. Sem cuidados, sua vida cedo será ceifada, e ele não será presente de Deus ao mundo.
Eu e você só atravessamos os primeiros e cruciais anos de nossas vidas porque houve pessoas que dispensaram a nós cuidados, os quais sem eles, não teríamos chegado a nenhum lugar.
É lamentável perceber que vivemos em uma sociedade que perdeu o respeito pelos pais e cuidadores. Em tempos modernos, eles não são vistos como os mais honrados heróis a quem devemos nossa vida.
Neste mundo dominado pelas imagens, o cinema faz os heróis da ficção mais admirados e amados do que esses que gastaram por nós o seu tempo, dinheiro, energia física e emocional.
Entretanto, foram os cuidadores (pais ou não), responsáveis pela manutenção da nossa vida e a estruturação da nossa personalidade. Portanto, cabe a eles o reconhecimento por tudo que por nós fizeram.
Talvez se pergunte: o que tem isso a ver com quem sou e com quem quero ser? A resposta está no fato de que para chegar a ser quem eu quero, necessito conhecer a história de vida, biológica, cultural e social destes homens e mulheres que foram por nós responsáveis, pois na história deles está parte da nossa, e nada pode mudar esta realidade.
Porém, para conhecermos nossa verdadeira identidade, teremos que nos despir dos julgamentos a respeito do mundo dos nossos pais, e com humildade de quem não compreendeu nada, deixar as impressões de lado, tantas vezes vista como verdade, para compreendê-los a partir do mundo em que foram criados.
Isto exigi respeito e coragem.
Respeito, por terem sido eles os instrumentos do Criador para nos dar a vida e também pelas escolhas que deram conta de fazer.
Coragem, pois poderá ser uma viagem difícil para a criança ferida que está dentro de cada um de nós.
Sabemos que os humanos trazem a beleza de serem a imagem de Deus, como também as marcas do pecado¹, luzes e trevas, amores e ódios, vitórias e dores.
A psicanálise nos explica os conflitos que nascem da relação com os pais. A teoria sistêmica também reconhece o lugar dos pais na solução dos conflitos psicológicos. Qualquer que seja abordagem psicológica, ninguém ousa discordar da importância deles em nossa formação.
Contudo, o movimento psicológico mais libertador está contido na ordem bíblica de que os pais devem ser honrados². Honrar os pais é reconhecer o lugar importante que ocupam em nossas vidas, independente do que fizeram. Pessoas que seguem a vida sem aceitar os pais como são, não poderão experimentar a cura da criança ferida que está dentro deles.
Se anseia mergulhar no misterioso mundo que existe dentro de você, comece agradecendo pela vida que recebeu deles. E quando a gratidão calar as amarguras, verás que tua vida se revestirá de maior sentido e alegria.
Semana que vem continuamos a nossa jornada ainda neste tema.
Roseli de Araújo
Psicóloga clínica

segunda-feira, agosto 06, 2018

Lágrima dolorida

Como é difícil respeitar o que não conseguimos compreender! 
Entretanto, é necessário acolher a dor provocada por aqueles que não conseguiram ver que as chaves das grades que o prendem estão em suas próprias mãos.
Nestes momentos, é urgente aceitar o que não se pode mudar, e reconhecer que as milhas à frente não poderão se trilhadas, ainda que o coração reclame a saudade do outro.  
Quem sabe ao olhar para trás com respeito ao que se viveu juntos, um bálsamo se faz, enquanto uma lágrima cai mansamente dolorida.

sexta-feira, agosto 03, 2018

As crônicas da academia - Comparação, comparação porquê me persegue?



Comparação é um problema sério! E em relação a academia pode ser determinante. Deixe-me explicar.
No CT Skill Box, no primeiro e segundo mês, era comum eu sair frustrada quando não conseguia fazer o que eu julgava simples, porém, meus colegas de treino pareciam fazer sem nenhum “esforço”. Pensava com certo pessimismo ‘acho que este exercício eu nunca darei conta’. E foram muitas as vezes que fui para casa chateada comigo.
Certa manhã, após um treino, conversando com o coach Pedro, a respeito da minha dificuldade com certos exercícios, ele me disse que achava interessante, pois as pessoas sempre ficavam chateadas com o que não davam conta de fazer, entretanto, costumavam não se alegrar com que conseguiam.
Sua observação atingiu meu coração como uma flecha. Ele tinha razão. Para completar ainda me disse,  "olha você, chegou aqui a pouco tempo e já está conseguindo fazer muita coisa".
Bom, apesar de toda dificuldade com os exercícios, haviam alguns que de fato eu conseguia fazê-los corretamente, como por exemplo, o push up (que eu conhecia pelo nome de apoio rsrsrs...). Para minha  surpresa e dos coachs, rapidamente passei a fazer uma sequência de oito repetições sem precisar colocar os joelhos no chão.
Fui informada que as mulheres têm dificuldade com os exercícios que exigem força dos braços, mas, surpreendentemente eu dava conta, e, não tinha celebrado até então esta facilidade.
Naquela manhã sai com outro olhar sobre os exercícios físicos. Eu que ensinava meus pacientes a celebrar suas conquistas passo a passo, tive que ser lembrada, que eu também podia celebrar no CT Skill Box cada avanço meu.
Agora, eu não deixo passar nada mais sem comemorar, a cada evolução, digo para mim mesma, ‘quem diria hein, você chegou até aqui’.
A primeira vez que fiz um exercício de equilíbrio (que contei no primeiro texto desta série) sem precisar apoiar o pé no chão, foi após seis meses, fiz festa. É minha conquista mais recente. E sigo fazendo a festa a cada evolução, por mínima que seja.
O Pedro havia me lembrado uma lição já aprendida: Quem não comemora as pequenas vitórias perde a alegria do processo. E sem alegria é possível perder a força necessária para continuarmos perseverando no desafio proposto.
Está é minha amiga Rosângela, ela tem o dom
 de fazer a gente sorrir.
Por esta razão, minha amiga Rosângela, quem me inspirou fazer este texto, não desista de encontrar o seu caminho na conquista de mais saúde.
Aos leitores do CT Skill Box, lembrem-se das palavras da nossa coach Márcia: “O treino funcional de alta intensidade é bom porque cada pessoa é boa em alguma coisa”, e assim vamos descobrindo nossas diferenças, nos alegrando com quem dá conta de fazer o que não damos e celebrando sempre nossas facilidades.
Aos demais leitores, que ainda não chegaram na academia por causa da comparação, abandone-a, não deixe que nada te impeça de chegar onde deseja.
Roseli de Araújo
Psicóloga clinica
(62) 982385297
Eu fazendo "push up" e descobrindo que as coroas dão conta rsrsrsr....






quarta-feira, agosto 01, 2018

Sou quem eu quero ser? O caminho do conhecimento pessoal



Quando fiz a enquete para que os leitores escolhessem assuntos os quais gostariam que eu trabalhasse no blog, foram indicados: depressão, ansiedade, perdão, ciúmes na relação conjugal e identidade versus relacionamentos a qual vou escrever nas próximas quartas-feiras.
Este é o Pastor Iran.
Atualmente voluntário
da Comunidade Terapêutica Nova Vida
A última indicação desta enquete, foi enviada para mim pelo Pastor Iran de Anápolis, um irmão de fé que tive a oportunidade de conhecer no curso de Aconselhamento em Dependência Química promovido pela Secretária de Desenvolvimento do Estado de Goiás. Naquela ocasião atuei como psicóloga da Missão Vida, entidade que me permitiu fazer o curso no meu horário de trabalho, oportunidade na qual, fui e sou muita grata.
Sua proposta foi que eu escrevesse sobre ‘o porquê as pessoas nunca estão satisfeitas com o que são e o que têm, desejando ser como os outros'.
Achei sua proposta instigante, e sei que será uma viagem tão agradável como foi escrever sobre os demais. A diferença é que para chegar ao destino indicado terei diferentes rotas a escolher.
Esse tema perpassa pela nossa identidade e a nossa relação com os outros. Quem sou? Quem é o outro para eu querer imitá-lo? Tenho pelo outro, admiração ou inveja?
Quem eu sou? É talvez a pergunta mais complicada para todos, se consideramos que a realidade de cada ser humano é um mundo complexo.
Quem é outro? Aquele que dependemos desde a mais tenra idade e que seguimos precisando do seu olhar pela vida a fora. Este é sempre um referencial para nos inspirar ou não. Mas, qual é o limite para imitá-lo? É mesmo um desafio encontrar estas respostas.
É possível saber quando admiramos ou invejamos uma pessoa? Uma vez que a linha dos sentimentos pode ser tênue, dependendo de como estamos. Pergunta nada fácil, e que exige sinceridade.
O caminho a frente não é muito claro para mim, entretanto, confio que não me faltará luz suficiente para concluir a caminhada. 
Espero que esta nova série responda as perguntas feitas pelo Pr. Iran e também as interrogações feitas pelos demais leitores, afinal, o humano carece de encontrar respostas para o universo que ele é.
Com a mochila nas costas, demos hoje o primeiro passo rumo a esta viagem.
Aguardo você nas próximas quartas-feiras.


Roseli de Araújo
Psicóloga clínica
Atualmente atendendo no Instituto Eu - (62) 39960091
e no
Departamento de psicologia da Igreja Assembleia de Deus- Rio Formoso -(62) 982385297Whatsapp

sexta-feira, julho 27, 2018

As crônicas da academia - Academia, academia, por que pode ser tão chata?


Sempre detestei academia. Até o cheiro me incomodava.
Porém, na época que fiz psicologia, estudava em média dez horas por dia, de segunda a sábado. Era de se esperar, que a coluna de uma jovem senhora perto dos 40 anos começasse a reclamar.
Como uma boa menina, fui ao médico, e ele fez o que eu desejava ao receitar algo para dor. Mas, me informou que sem exercícios físicos, o remédio era um paliativo, que se tomado por muito tempo poderia atacar o fígado. E me indicou fazer musculação.
Voltei para casa com um “bico” tão grande quanto o bico de um tucano na alma. Consternada, tentei fazer em casa acompanhando vídeos de treinos na internet. Não deu certo. O jeito foi me render a minha realidade de precisar de gente de carne e osso para manter a disciplina, e mesmo muito chateada, fui para academia.
O primeiro mês foi terrível. E o maior desafio foi os” Personal Trainers”... Um não me dava a mínima atenção, nem bom dia recebia, mas quando chegava uma mulher de corpo bem malhado... aquelas que os homens dizem que são “gostosas”, toda atenção do mundo era dada. Ficava indignada, afinal, se estava malhada, então precisava de menos atenção do que uma gordinha com a coluna encrencada. O outro “Personal”, queria colocar mais peso do que eu aguentava, e não adiantava lhe explicar que nunca havia feito nenhum exercício utilizando peso.
Também não aguentava a musculação. Nada pessoal contra ela, reconheço toda sua eficácia. Entretanto, com o passar do tempo tornou-se, para mim, tão monótona... Quinze exercícios, descanso, quinze, descanso, quinze, descanso.... De tanto repetir tomei birra...
Este tirando o selfie é o coach Hugo
Porém, quando cheguei no Skill Box, o sorriso aberto do coach Hugo, acompanhando de “como você está”, deixou-me mais confortável no novo ambiente. Fiz a aula experimental e no final o outro coach, o Pedro, também me cumprimentou.
Pode parecer bobagem de uma psicóloga, mas minha última experiência com academia, havia me deixado a impressão que educação não era um comportamento muito comum neste meio. E nos dias que se seguiram fiquei a observar o tratamento dos Coaches com os alunos, vendo que era igual para todos, logo me senti em casa.
No centro de treinamento Skill Box, nunca fui cobrada a fazer algo que não dou conta. Sempre que tenho dificuldade para fazer um exercício, os Coaches ensinam outros que vão me preparar para fazê-lo, o que tornou o treino possível para mim. Além, de produzir a vontade de me esforçar para alcançar aquele que não estou conseguindo fazer.
Eu pergunto a você: Não suporta academia? Não atura gente julgando arrasar com seus corpos malhados, sem ter nenhum treino na educação? Não tolera ser desrespeitado na sua condição física? De fato, é mesmo insuportável um lugar assim.
Então, se não gosta de academia, eu compreendo, mas é preciso encontrar o seu caminho para cuidar-se, afinal a vida só se faz bela em movimento.
E se quiser conhecer a família do Skill Box, tenha certeza, será bem-vindo.
Na porta da Skill após um treino. Turma animada
Roseli de Araújo
Psicóloga clínica





quarta-feira, julho 25, 2018

Mais eu me mordo de ciúmes ou me deixo morder? Último texto da série

O ciúme é uma realidade deste vasto mundo emocional dos humanos. É uma manifestação de cuidado especial em relação a uma pessoa que desejamos ter ao nosso lado. Entretanto, quando se torna instrumento de controle, deixa de ser saudável e passa a ser adoecedor, tornando-se densa sombra no coração daqueles que os aceita.
Sabemos que a sombra é uma região escura formada por um obstáculo que se interpôs ao caminho da luz, fazendo com que esta diminua no espaço a qual está projetada, assim também acontece com o ciúme que adoece nas relações amorosas. Ele reduz a luz necessária na relação a dois, fazendo com que a realidade não seja vista como ela é.
Diante do não visto, existe o risco de viver no perigoso mundo da fantasia, da negação e da não compreensão do que é a vida.
No mundo da fantasia vivemos o que não existe, acreditamos nas estórias de um amor perfeito, da alma gêmea a nossa imagem e semelhança. Construímos um castelo sem portas e janelas, para colocarmos nossos príncipes e princesas, e muitas vezes nem nos damos conta de que eles são claustrofóbicos por natureza.
No mundo da negação, não lidamos com quem somos, nossa história, nossas dores. Não somos capazes de reconhecer nossas próprias sombras para buscarmos remover os nossos obstáculos e deixar de colocar no outro o que é o nosso.
No mundo da não compreensão do que é a vida, nos perdemos na falsa ideia de fazer da relação amorosa o nosso grande propósito Entretanto, a vida só se faz em sua plenitude quando estamos abertos para todas as outras relações humanas.
Talvez, o mais dolorido da realidade da vida, seja o fato de que ninguém é de ninguém. Oswaldo Montenegro diz que nada que interessa se pode guardar... eu concordo. Vivemos a possibilidade da morte que nunca pede licença, e que dentre tantas coisas, pode nos levar o que tanto amamos.
Não falo apenas da morte física, mas da morte da paixão no coração do outro, do fim do desejo de estar conosco. Tudo irá partir nesta nossa existência tão breve, e a nós, cabe nos rendermos ao que não podemos dominar.
Quem sabe assim, aceitando a vida com a possibilidade da morte, a gente consiga remover muitos dos obstáculos que nos impede ter mais luz em nosso caminho. Quem sabe a gente encontre descanso para nossa alma ao deixar de tentar controlar o outro, e assim, provamos da alegria de saber que se o outro está, é porque deseja ficar.
Nada é mais gostoso nesta jornada da vida, do que a experiência de ter pessoas que caminham conosco porquê gostam de estar ao nosso lado, e muitas vezes, apesar de quem somos.
Se o ciúme adoecido ameaça a sua relação, é urgente olhar para si mesmo e observar os obstáculos que trazem as sombras sobre a sua relação amorosa. Estarão eles no seu coração? Ou no coração da pessoa amada?
É que sem luz suficiente em si mesmo para sua jornada, você corre o risco de se perder e destruir com suas próprias mãos o que teria potencial de ser algo bom em sua vida. Se falta luz pra pessoa amada, é necessário que reconheça e aceite ajuda.
Entretanto, Aquele que nos criou para sermos pessoas felizes e plenas, é Luz, e pode retirar o obstáculo do ciúme adoecido do nosso coração por maior que seja. Para isto, é preciso que dele nos aproximemos com sinceridade e com a certeza de que há luz suficiente para nossas vidas.
Somos a imagem e semelhança dele, trazemos a possibilidade de fazer escolhas que trarão alegria ao coração.
Portanto, não se conforme. Não deixe para amanhã o que pode fazer hoje. Busque ajuda para vencer este gigante que faz densas sombras sobre sua relação amorosa.
    Eu finalizo esta série desejando-lhe que viva uma história de amor com muita luz e bem feliz.

segunda-feira, julho 23, 2018

Coisa de  TPM

A porta do guarda roupa quebrou. Ele disse que consertaria... O tempo passou.
Ela, com calma falou para consertar umas dezenas de vezes e de tanto insistir, ele ficou cansado. Suplicou para que não mais falasse sobre o assunto, senão desistiria de fazê-lo. Então, ela se calou..
E a porta...
Um dia, ela caminhou para o guarda roupa apressada para não se atrasar em seu compromisso, porém, esquecida da porta quebrada do guarda roupa, esta caiu sobre seus pés.
Para tristeza do procrastinador, era um daqueles dias em que a TPM sem ser convidada a visitava com toda sua gana.
Irada caminhou com passos firmes e deu a intimação, seria hoje e nem mais um dia, ou a porta seria consertada ou pessoalmente iria arrancá-la e jogá-la fora.
Em silêncio, ele pegou a ferramenta, foi até o guarda roupa e em dois minutos a porta estava sem nenhum defeito.
Esperando que ela se acalmasse, avisou que a porta estava consertada, entretanto, se assustou com o aumentar da sua raiva.
Ao ver que o conserto tinha sido rápido, não compreendeu o porquê de todo desconforto vívido, e teve vontade de pular em seu pescoço.
Afinal,  na TPM as mulheres podem ficar perigosas tanto quanto os homens podem ser procrastinadores.



sexta-feira, julho 20, 2018

As crônicas da academia -Meu segundo dia no CT Skill Box


Naquela manhã, ao sair para academia fui pensando que só mesmo um milagre me levaria até lá, pois até conversar parecia uma missão complicada.
Cogitei que talvez houvesse algo mais fácil do que o treino funcional de alta intensidade, afinal, onde eu estava com a cabeça ao decidir buscar um exercício considerado tão pesado, estando tão sem energia física?
Nessa luta íntima cheguei na academia, acompanhada pelo meu filho Arlen, quem me indicou a Skill Box.
           Hugo, o coach (que hoje já não trabalha mais na Skill), começou a aula com seu jeito animado, entretanto, o meu desejo era voltar para casa. Tal era o meu cansaço físico que achei a primeira etapa do treino, chamada “warm up de preparação, tão difícil quanto a última etapa, o “WOD”, a qual é considerada a mais difícil. 
         E, para piorar ainda mais minha sensação de que não daria conta de nada, um exercício simples de equilíbrio, em que apoiamos o corpo em uma perna levemente flexionada, enquanto a outra é balançada, me irritou muito. Sem conseguir equilibrar, tive que colocar o pé no chão a cada movimento, e fiquei desconcertada com a descoberta de que a minha falta de equilíbrio era muito mais séria do que eu podia imaginar...
Já muito chateada comigo por não conseguir acompanhar o treino, brigava contra o diálogo que se instalou dentro de mim sem nenhum otimismo. O que eu estava fazendo? Por que havia escolhido um desafio tão grande estando deprimida? Não seria aquela atividade física para pessoas mais jovens do que eu?
Nesta altura do treino já estava com a sensação de exaustão, e o estômago embrulhado. Tentei me concentrar no objetivo que tinha de encontrar a leveza da alegria perdida, e briguei tentando argumentar com todos aqueles pensamentos que eu estava ali para vencer aquele gigante da depressão.
Quase vencida, fui até o bebedouro, embora não estava com sede, precisava fazer uma pausa. Foi quando o Pedro, também coach, se aproximou de mim e disse ter tido muitas dificuldade com certos exercícios no início. Parecendo ter lido meus pensamentos, olhou-me com seus olhos verdes tranquilos e falou ‘não se preocupe, faz o que der conta, e logo conseguirá acompanhar o treino'.
Não sei se ele conseguiu ler em minha face a angústia de não acompanhar o treino, o que sei é que suas palavras me fortaleceram para o meu propósito de encontrar a alegria novamente. Elas foram como flechas de ânimo ao meu coração. Pensei, ele tem razão, estou no meu segundo dia. E mesmo exausta fisicamente, com a sensação da missão ser impossível, relembrei o que já sabia, a depressão é bruxa a roubar os bons sentimentos. Então repeti o restante da aula, ‘eu posso tentar’.
Com uma certa alegria, vi a bruxa má da depressão perder o segundo round para mim naquela semana, no momento que confrontei com otimismo a visão negativa que ela me impunha. Afinal, eu sabia do que vivia, e estar na academia já era uma grande vitória.
Sei que a depressão costuma ser muito presente nas manhãs, porém, nessa sexta feira, confronte-a. Não aceite ela roubar nada de você. Se não estiver conseguindo sozinho, deixe o orgulho e a vergonha de lado e vá em busca de ajuda. Não desista da sua vida, ela é o maior presente que já recebeu.
  Agora, se está pensando que é velha (o) demais, que bobagem! Não aceite está cultura burra que o mundo é dos mais jovens. É claro que tem certas coisas que é mais fácil para eles por causa da idade em que estão, porém, isto não significa que só eles dão conta. Diga a você, ‘eu posso tentar’.
E verá que é muito mais forte do que pensa que é. E o mural da CT Skill Box do dia 18.07.2018, fará  todo o sentido para você.
Roseli de Araújo
Psicóloga clínica
Contatos: 62 982385297






quarta-feira, julho 18, 2018

Mais eu me mordo de ciúmes ou me deixo morder?(VII)


 Quarta-feira. Sigo escrevendo sobre o ciúme. Se não acompanhou o estudo da série visite o blog e leia os textos postados.

Dentro das situações que podem ocorrer no aqui e agora das relações amorosas, o ciúme que adoece, também nasce da experiência da traição.
Pessoas que um dia foram feridas na confiança podem passar a crer que todo mundo é suspeito, logo, ao viver uma relação amorosa terá certeza que a qualquer momento poderá ser traído.
Não confiando mais nas pessoas, tenderá a crer que não vale pena ser honesto, podendo gerar um comportamento de trair o outro antes que seja traído, o que alimenta ainda mais a instabilidade da relação.
Outra postura interna que pode ocorrer é a pessoa perder a confiança em seu próprio valor, desenvolvendo baixa estima que até então não havia.
Ao não reconhecer o seu próprio valor como ser humano, pode desenvolver uma necessidade do outro, a ponto de sentir que não viverá sem ele (o que acho um movimento emocional interessante, uma vez que viveu por muitos anos sem conhecê-lo) e passa a exigir dele atenção constante, fazendo com que o parceiro se canse, afinal, nada que ele faz o preenche.
Pode ser que a pessoa se torne agressiva com quem cobra tanto amor. Nesta situação o ente amado é mergulhado numa angústia, pois não compreende aquele que pede amor, despertando em si a raiva. Como abraçar quem ofende com palavras? Como beijar quem dá tapas? Como ir para a cama com quem faz dela um ringue, ao invés de um ninho de carinhos?
 A pessoa amada uma vez fatigada, perde a alegria, ainda que goste muito do parceiro ciumento, o desejo de lutar pela relação vai esfriando no decorrer do tempo.
 Confirma-se então para a pessoa que temia perder por não se dar valor e não confiar nas pessoas, a crença de que ela realmente não merece nada de bom. O terrível é que normalmente, estas não conseguem perceber que o fato de serem feridas na confiança refletiram em suas atitudes, destruindo assim, a relação que tanto desejava.
E tudo começou porque um dia foi traído.
Se esta for sua realidade, não há outro caminho, é urgente perdoar quem o traiu. Seja aquela pessoa que o feriu no passado ou esta que se encontra hoje ao seu lado. Só o perdão nos cura para vivermos a beleza das relações e nos permite sempre recomeçar.
Não está conseguindo? Não se desespere. A raiz da amargura que nasceu em sua vida, que contamina todos ao seu lado, destruindo a possibilidade de construir uma relação amorosa feliz, pode ser arrancada pela bondade de Deus e por aqueles que ele irá colocar em seu caminho, caso de coração você decidir perdoar.
Este é o penúltimo texto desta série sobre o ciúme.
Até aqui foi bom demais ter a sua companhia. Espero por você semana que vem. Se gostou, compartilhe.
Roseli de Araújo
Psicóloga clínica
Whatsapp (62)98238-5297


segunda-feira, julho 16, 2018

A realidade é mal educada



A semana havia sido puxada, porém, a visita aqueles amigos era sempre um momento de comunhão deliciosa. No entanto, exigia ficar de olho no relógio, afinal, era tão bom estar juntos que o tempo se tornava um maratonista de cem metros.
Percebendo ser necessário contar as horas para não ser inconveniente, tocou suavemente o braço da pessoa amada e com uma voz branda, comunicou a passagem do tempo.
Porém, o outro embevecido com o momento mágico, não foi capaz de contemplar a realidade. Compreendendo estar ele cativado pela beleza da comunhão, deixou... Contudo, de olho no relógio.
E o outro dia anunciou que estava à porta. 
Tentou avisar novamente que já era hora de se despedir, foi ignorado, afinal, o momento era mágico.
O novo dia chegou, novamente tentou explicar que era necessário ir. Sem conseguir nenhum olhar de consentimento, levantou-se como tentativa de demonstrar que quem passa da hora, perde tempo, e quem sabe, de viver o melhor.
De pé no meio da sala, transparecia a mensagem clara de que já passava da hora de ir embora, entretanto, os momentos mágicos costumam “dar de ombros” a realidade.
 Sendo a realidade uma menina brava, que sabe o que quer, se impõs sem nenhuma educação à magia do momento, e na sala pairou um certo desconforto.
E o que era para ser uma coisa agradável se tornou cansativa, roubou o que a noite prometia...
 Roseli de Araújo
 Psicóloga clínica

sexta-feira, julho 13, 2018

As crônicas da academia

Começo hoje a série " As crônicas da academia". E nas próximas sextas-feiras estarei compartilhando o meu dia a dia neste mundo do treino funcional de alta intensidade que me tirou da depressão e do sobrepeso.
Será uma alegria ter a sua companhia.



O mural do CT Skill Box


Na minha luta para ficar mais leve na alma e no corpo, me propus ir pelo menos três vezes por semana no treino funcional, reunindo minha coragem para vencer a gigante da preguiça, caminhei naquele dia em direção ao centro de treinamento com passos lentos.
Para minha surpresa, a frase do dia, sempre colocada pela Márcia, nossa querida coach, era a seguinte:
Márcia pulando corda na CT
- Chega de desculpas, o que você realmente quer?
Eu que sempre leio a frase quando chego, dei meu grito: ‘Emagreceeeeeeer...
Porém, quando cheguei na academia em janeiro, minha motivação era o meu marido. O pensamento que me dominava era, ‘ele não merece viver com uma pessoa tão deprimida’ sendo doce e bem-humorado como é. E naquela manhã fui mais por ele do que por mim.
Eu carecia de voltar ao bom humor, a sorrir das pequenas coisas, regressar ao mundo das cores. Sentia saudade de me entusiasmar com as flores que brotam em meus vasos, de celebrar o amarelo da fachada da minha casa e correr atrás dos pássaros e das borboletas que sempre me visitam, porém, a depressão me assolava desde novembro.
Tinha feito muitas coisas para vencê-la até aquele momento, entretanto, seus sintomas estavam insistentes. Sem nenhum acorde maior1 na alma, uma tristeza sem fim comprimia o meu peito, fazendo com que eu sentisse vontade de chorar por qualquer coisa. Uma insegurança que não se despedia me fazia sentir medo de não conseguir trabalhar, e nos dias mais difíceis, acordava muito cedo com pensamentos suicidas. A sensação de fome me acompanhava mesmo após uma refeição reforçada, entretanto, a pior experiência era não ter nenhum olhar de alegria diante da vida que estava boa.
A primeira semana no centro de treinamento foi terrível, eu não me equilibrava para nenhum exercício, concentração quase zero, o que me fazia ter dificuldade de atender aos comandos. O coach dizia direita, eu ia para esquerda, e os primeiros dez minutos do treino me deixaram com a sensação de que não iria conseguir fazer mais nada o resto do dia.
Em muitos momentos, nos primeiros dias tive vontade de desistir, entretanto eu estava decidida a viver minha vida com alegria e curtir mais o meu negão charmoso.
Para minha surpresa, apesar de todas minhas limitações, minha melhora foi rápida, e no final da semana estava sem nenhum sintoma da “bruxa” da depressão.
Sei que a depressão nos leva para o mundo do eu não sinto vontade, e é difícil comprar a passagem de volta para o universo da alegria, contudo, hoje olho para trás e sinto uma alegria imensa por não ter desistido. Eu realmente queria encontrar a alegria novamente.
Descobri que nem sempre o que sinto vontade de fazer me leva para o que realmente quero, e no treino funcional aprendi que todos os exercícios, (até aqueles que não gostei no início), foram importantes para me trazer de volta para o mundo da alegria.
O que eu quero hoje é diferente do que fui buscar, mas algo não mudou, preciso continuar dia após dia deixando as desculpas de lado, ainda que sejam boas como minha depressão, e responder a mim mesma, ‘o que realmente quero? ’
O treino funcional de alta intensidade não é moleza, mas aprendi a amar pelo bem que me fez.
E a você eu pergunto: ‘O que realmente quer? ’


Roseli de Araújo
Psicóloga clinica
982385297


Referência:

  1. A maioria das bibliografias define “acorde” como a união de três ou mais notas tocadas simultaneamente. Geralmente as músicas que tem conotação mais alegre são feitas em acorde maior.