sexta-feira, abril 15, 2016

Beijo

Dia 13 de abril foi dia do beijo. E beijar de fato é melhor que escrever sobre o ato. Mas, eu não poderia deixar de escrever sobre.

Dizem que beijar acalma as dores...  E que os lábios ao tocar outros acende a paixão que está guardada. É que a boca guarda tantas estradas que nos levam ao abraço mais estreito, ao toque que se torna fogo. 
O beijo é o íntimo que se torna público, na busca de encontrar em si mesmo os lugares que se desejam partilhar com o outro uma vida inteira. Não é peça de um e noventa nove, é artigo raro e dado a quem se quer pagar todos os preços.
E, dos mistérios que o comum guarda, o beijo é o casamento de almas que se dedicam sem nenhuma reserva, fazendo da exclusividade a cumplicidade dos que se encontram na alma e nos lábios.
Mas, o beijo é também dado com as primeiras intenções. É a busca incerta da intimidade, que o humano anseia construir ao longo do caminho... é amizade, é fraterno, é ato que se faz com reverência diante do que nos é oferecido. É amor demonstrado sem nenhum preço, quando o que ser quer é andar pelas pontes, onde as relações se fazem possíveis.
O beijo, esse manjar que experimenta quem se entrega sem medo, é selo de que entre eu e o outro nasceu a possibilidade de jorrar os amores.
E o que seria da vida sem os amores?
 Seja o de pai, ou de mãe, seja o de irmão, ou do colega de trabalho, seja dos amigos que escolhemos e por eles fomos escolhidos, seja o amor que seguramos com paixão. A vida não seria sem os amores. 
Beijar? Quem me escolhe? Ou a quem vou escolhendo pelo caminho?
Eu sou aquela que procura entre tantos, os que posso beijar pra vida inteira. E ao viver eu descubro que preciso de todos os amores. E você?




quinta-feira, abril 14, 2016

Pequenos poderes


Como eles encantam!
E sem nenhuma sutileza os humanos se devoram por eles.
Em casa, o marido pensa,’sou o rei deste lar’ e pensar assim, já o transformou em selva, criando a falta de espaço para a alegria, a troca, o carinho de graça...
No trabalho, os chefes com um tom baixo despedaça ou com gritos assustam aqueles que o obedecem, mas não sabe ele, que por dentro se rebelam. E na sua ausência, ou no silêncio dos pensamentos, se tornou aquele que ninguém quer ver.
No trânsito, os motoristas se impõem, e as ruas que antes é meio para chegarmos onde queremos, se tornou em campo aberto para todas as indelicadezas, deixando de ser caminho para serem temidas.
Os pequenos poderes são buscados, desejados, cultivados, e por eles toda força é gasta, porque se acredita que tê-los é lugar de honra, tornando troféus que os humanos ambicionam. E como temem perder o lugar que nunca tiveram quem por eles assim se desgastam.
Os pequenos poderes estendem suas mãos para quebrar outras mãos que estendidas se fazem, decompondo em dor e distância, um gesto que fez sem nenhuma maldade, fazendo com que os oprimidos se perguntem,’ até quando’?
A verdade é que com as mãos quebradas seguimos... não escrevemos mais, não pegamos mais nada, não abraçamos, não lavamos o que é sujo, não tiramos mais as pedras do meio do caminho. Ficamos imobilizados! Uma sensação de grade invade a alma...
Até que olhamos para o Cristo crucificado...  Seu calvário, suas lágrimas de sangue... Ficamos a ver Aquele que se fez carne, sendo tão grande... E nos admiramos do Perfeito se fazer imperfeito por nós. E vemos que Ele se fez oferta sendo o dono de todas as coisas, e nos calamos ao perceber que por nós Ele suportou na cruz a distância do Pai.
Diante dEle quem não fica constrangido?

E aqui a contemplar sem voz...extasiada com o conforto que jorra de ser por Ele amada, minha alma antes tão farta...se aquietar. É que compreendo que nesse estreito caminho, Ele segue comigo de mãos dadas.

segunda-feira, abril 11, 2016

Meu Pr. Orlando.

O amor é uma força tão poderosa, que é capaz de nos prender, nos deixando livre como as folha de outono. Escapar eu não desejo, do que consola e alegra a minha alma que estava cansada da falta de beleza na estrada.

Por vezes o cenário era deserto, e em vão eu procurava oásis, e me sentia a desfalecer de sede. Mas Você chega com todo cuidado, se coloca ao meu ao lado com carinho e mata a sede... fazendo da estrada antes tão árida, agora, com fontes que circundam todo o presente, deixando minha alma saciada com sua presença.

O amor que Você me traz é como manta que me abraça e me aquece nas madrugadas frias... fazendo da noite um lugar que não me provoca mais certos medo. Como é bom ter um amor na caminhada.

Nós sabemos que a vida é marcada pelas suas lágrimas, o deserto é certo, mas poder andar de mãos dadas torna a travessia tão mais fácil.  Nós temos aprendido que a vida com Jesus têm nuvens para nos proteger do sol ao meio dia, a coluna de fogo não nos abandona, o pão nos é trazido todo dia, e as nossas sandálias segue segurando nossos pés. E que ter um companheiro no caminho, é presente recebido daquele que criou os amores, tornando o deserto um lugar onde podemos, também, ver suas belezas, e compor as mais belas poesias.

De tanto escutar que eu não daria certo, que eu já havia passado dos quarenta, que ninguém daria conta da minha história, e até que Deus me queria era mesmo sozinha, tentei acreditar... mas sou insistente em meus sonhos de construir uma família, de ter e ser porto, onde o descanso é possível no final do dia.

 E você chegou... e eu tenho encontrado em você a resposta da oração que fiz ao Senhor: Quero um homem que ame o Senhor e a sua Palavra, não preciso de mais nada. E você chega. Estou feliz com o que vislumbro.

Você chega sem nenhum julgamento, é que você traz também a marca de quem já descobriu quem é. 

Você chega sem nenhuma expectativa de que eu seja uma outra pessoa, e o que já viu, é o que afirma gostar. 

Você chega com esse bom humor de um menino que não perdeu a doçura, manso, mas sabendo bem o que deseja, e guarda uma teimosinha não vista, mas que me encanta.

Você chegou para juntos trilharmos uma nova estrada, teremos desafios, seremos desafio um para o outro, contudo, sabemos que o amor que nasce, brota, firmado na mais forte rocha, Jesus, a quem nós dois entregamos nossas vidas para servir.

Te amo Orlando. Também amo o Pastor Orlando. E no meu coração apenas um desejo de fazer do nosso futuro ninho, um lugar de paixão e descanso.

sexta-feira, abril 08, 2016

O silêncio que rouba

Um silêncio tácito demarca a linha tênue e invisível que separa nossos mundos. E, chegamos próximos, mas distante o bastante para permanecermos distantes.
E andamos seguros pelo que nos separa.
E seguimos sonhando com que tanto queremos e que não habita o real, trazendo na boca o gosto do beijo que nunca foi dado.
Porém, seguimos no real de nossas vidas... no vazio que preenchemos com o impossível, na certeza de que o chão que pisamos é mais firme que as nuvens que viajam no céu das construções dos sonhos.
O coração, este teimoso que abrigamos no peito, triste segue, queria mesmo é pegar com as mãos o desejo que oculta em secreto. Mas, o medo que impede que o perfeito amor floresça como muralha se levanta, e acreditamos que a vida reservou para outro, o que tanto ansiamos.
E nos rendemos a pior de todas as experiências, a desistência de tentarmos o que tanto queremos, deixando de descobrir que o não nós já abrigamos, e que o sim da vida deve ser buscado sem a valentia do concreto.
E nessa saga de vivermos nossos sonhos platônicos, seguimos sozinhos com medo de perder o que já não temos, e assim, perdidos ficamos, no silêncio que nos rouba as armas que nos capacitaríamos a lutar pelo que queremos. Se a coragem vencesse o medo, descobriríamos que o tão temido não, já vigorava, e ainda assim nosso coração temeroso continuaria na direção de fazer da vida uma estrada com a nossa cara. Certamente que a morte de um sonho pode acontecer, mas aprenderíamos que um sonho pode virar adubo para outro florescer.

Triste é mesmo esse silêncio que nos rouba as armas que certamente nos fariam lutar pelo que queremos.

quinta-feira, abril 07, 2016

Eis o significado de comparar


com.pa.rar 
(lat comparare) vtd 1 Examinar simultaneamente duas ou mais coisas, para lhes determinar semelhança, diferença ou relação; confrontar; cotejar: "Compara os beijos e, por eles, verás a diferença" (Coelho Neto). Comparei esta tradução com aquela. vtd 2 Confrontar, cotejar: "Quem os compara não vê nem o rei nem o escravo" (Machado de Assis). Compare isto àquilo. Nunca o comparei com outros. vpr 3 Igualar-se, pôr-se em confronto; rivalizar: O discípulo não podia comparar-se ao mestre. Comparou-se com ele e se admirou da semelhança. vtd 4 Ter como igual ou como semelhante; igualar: Comparou uma e outra coisa. Compara o magistério ao apostolado. "Comparai o ministro do altar, digno deste nome, com o mau padre" (Camilo Castelo Branco).

As pessoas dizem 'você não pode comparar'. Sinceramente está ai algo que eu não obedeço, afinal, eu, comparo tudo.
Comparo minha infância com minha adolescência, com minha vida adulta, que afinal é muito boa.
Comparo meu tempo de solteira, com o tempo em que fui viúva, com o meu estado de hoje de divorciada.
Comparo minha maturidade de ontem, com a que possuo agora, e por vezes tenho que lutar com a chateação de não ter entendido tanta coisa...
Comparo os lugares onde morei, e olha que nesses últimos anos mudei muito.
Comparo como era meu filho em sua mais tenra idade, com seus vintes anos de hoje.
De verdade, você acredita que quem assim aconselha para não comparar, não compara?
Será?
O que sei é que a comparação sempre me levou a avançar, porque me permitiu avaliar se o caminho em que eu estava era o melhor caminho a ficar. E por tantas vezes me ajudou a confrontar, se o que eu acreditava, era mesmo o que eu estava vivendo, se a vida que quero construir no futuro, é a vida que planejo e trabalho no presente.
E aprendi que a comparação só não é boa quando a usamos para os outros, como tantas vezes nossos pais fazem conosco ao nos apontar nossos irmãos como modelos. Ai... se os pais soubessem o ringue que eles constroem entre os irmãos... e mesmo sem querer, mas fazendo, nos roubam a beleza da singularidade do humano.
Confesso que sigo comparando, quem sou com quem sou, e por vezes fico como o agrimensor a medir a longa estrada que tenho dentro de mim...  
Nessa viagem constante que faço, vejo os mais íngremes lugares que o pecado construiu em mim, e, o coração sempre se angustia frente o que quero ser e não sou, mas também me deparo com a beleza de ser filha de Deus, salva por Jesus, e lavada por seu precioso sangue.
Deixar de comparar para mim não é possível, mas crer na graça recebida é o meu conforto infinito.


segunda-feira, abril 04, 2016

Recomeçar? Não ouse.

Recomeçar? Não ouse.
Gritarão em seus corações, os próximos e os longes, ainda que o tom da fala seja suave e cordata, ‘você não deu certo’.
Se insistir, vão levá-lo ao passado, e dizer, ‘olha tudo que já fez...’, e, tirarão você do tempo presente, o hoje, e ficará tentado a desprezar a esperança manifesta na construção que se faz possível agora.




Recomeçar? Não ouse.
Perceberá que o construído dentro, não é visto, ainda que as fachadas se apresentem. É que a casa dentro não tem porta para os que estão de fora. E, ainda que queira mostrar toda reforma ou desconstrução, apenas você e Aquele que o fez, verá.


Recomeçar? Não ouse.



Precisará suportar as dores de parto das coisa novas que chegam, vencendo as palavras de morte, porque elas, abrem covas, por não acreditar que a vida é  maior.



                                                                  
Recomeçar? Não ouse.


Descobrirá que estará sozinho por algum tempo... ou que talvez... estar sozinho seja a condição para o ser que se refaz. E, tendo o seu coração como  único companheiro, não se engane, ele se mostrará com toda sua dor...


Recomeçar? Não ouse. Contudo, não diga que ninguém avisou que aquele que não recomeça vive na mais feia espelunca, perdendo a mais bela casa, para a qual, o seu Senhor o criou. 
É que o arquiteto do universo, diante daquele que se deixa construir de novo, é capaz de forjar a mais bela obra.
 

sábado, abril 02, 2016

Amigos que se perdem, amigos que se ganham...

Eu passei pelos mesmos lugares, mas eu já não era a mesma... E o sorriso antes tão infantil e franco, agora guarda a discrição de um adulto.
E nas estradas que agora ando, percebo que ao ouvir a mesma história, agora, ressoa-me com um fisgo de dor que jamais pensei sentir. É que aprendi a ler nas entrelinhas a fala que jamais foi ouvida. E me assustei com a maldade refinada daqueles que fiz tão perto... descobrindo  que o outro tão amado... sem amor estava. 
A verdade é que a vida forja em nós, quem jamais pensamos ser um dia... e o coração aberto como uma janela sem vidros, agora trancado está, para o próximo que se fez estranho...

E me angustio frente a minha criança que vai morrendo... é que o adulto, esse que deixa de acreditar nas histórias encantadas, nasce, as vezes, tão sufocado pela desesperança.

Mas, luto bravamente, para que o adulto que nasce, segure com força a criança que trago dentro do peito. Ah... não se pode deixar a criança ir quando se perde amigos que pensávamos ter... é sempre preciso seguir.
E descobri que a vida que nos leva aos mesmos lugares, e, que nos faz ser, sempre traz e trará leais amigos. 
E, estes que chegam, fortalecem as mãos cansadas, e nos ajudam a segurar a criança que não queremos perder dentro da gente.

E, hoje, agradecida me rendo a Deus por renovar minha esperança através de vocês: Cida, William e Orlando. Amo vocês.






quinta-feira, março 31, 2016

O feio vencendo o belo

Frágeis são as pétalas de uma rosa que admiramos ao longe, ou quando perto podemos tocar. E, sem aspirar desconfiança, nos perguntamos para que ser tão bela se seu destino é êfemero?
Talvez, essa dor surja porque na beleza reside uma espécie de encantamento, uma sedução que os olhos não resistem, antes, se entrega na fração do tempo, o coração que se esconde.
E se seguimos embevecidos, a razão perdida fica, para a magia do que se apresenta. Contudo, o feio não se rende, brinca de pique esconde também no coração da gente.
E refém da sua falta de harmonia, o feio, que carregamos dentro da gente, derroca o encantamento da vida, como uma tempestade arrasta tudo o que encontra a sua frente. E podemos seguir vestidos com a nossa roupa mais bela, com o nosso sorriso mais pensado, mas o olhar, quem pode não o vê? Ele expressa a dor que em vão ocultamos sobre nossas palavras mais leves.
E o que antes era admirado, agora, desprezado é. E a flor que embalava os sonhos de outrora, provoca, no hoje, a amargura que cobre com o seu véu mais pesado, a alegria que nos fazia seguir contemplando a beleza que a vida nos presenteia em nossa jornada.
E vivemos a vida com a possibilidade fúnebre do feio vencer o belo.

segunda-feira, março 28, 2016

Mudar

Mudar é descobrir que algo dentro de si desorganiza, para encontrar uma nova disposição. É deixar para trás quem tanto amamos, mas certo de que as raízes que nos prendem nos manterão seguros para sempre. Porque nada se perde quando o amor se faz presente.
Ao mudar aprendemos que tem coisas que necessitam de serem carregadas com cuidado, enquanto outras de qualquer jeito, chegam lá. E que os objetos que trazemos falam de nós, dos nossos gostos, das nossas cores, dos nossos ideais.  
É sentir que necessitamos de mapa, ao estarmos em uma nova cidade, e que amigos, sejam onde for, são guias que consolam a alma, ao nos conduzir por ruas, avenidas, lugares, antes nunca visto.
É desvendar um mundo novo que nasce dentro da gente. Este que brota, por vezes produz certa melancolia, um desencontro com o passado da composição do que somos,  apontando para um futuro que não sabemos onde nos levará, mas que produz alegria ante a expectativa do novo que se pode construir. 

O tempo presente, ao mudar, é vida que renasce pra uma nova saga, levando-nos a um novo destino, construído por aquilo que nos é imposto, e que se entrelaça pela edificação das nossas escolhas, hoje.
Mudar é ser lagarto, para depois ser borboleta. É ter formas feias, para se transformar no belo, encontrando assim a possibilidade, sempre, de fazer da vida, uma poesia que vale a pena ser lida.

Mudar não é sair de um lugar para outro, mas é deixar a vida trazer um caminho novo.

quinta-feira, março 24, 2016

Os dois reinos

Fiquei pensando que viver é transitar em dois reinos. Ao conhecer a Jesus, como o Senhor e Salvador, passamos a morar no reino da luz, nós antes que éramos do reino das trevas. Aprendemos, neste novo reino, que sua geografia só é conhecida pela Palavra. O reino das trevas agora é terra que pisamos um dia, mas fomos resgatados. Que coisa maravilhosa é pensar nisso! Mas, estamos aqui, e esta terra firme que pisamos, abriga a realidade destes dois mundos, e, nesta terra transitamos.
Por vezes, ficamos assustados, ao descobrir que a terra é um ringue. Porém a vida com Jesus nos ensina que a maior luta está dentro de nós. E, esta batalha se revela na nossa insistência em desacreditar da bondade de Deus, em temer o amanhã, como se os planos do Eterno fossem duvidosos. Esta guerra que vivemos, se faz em nossa tendência em desacreditar que a Palavra não falha, que Deus nunca nos contraria, antes, nos livra. Ele é bom, e tudo o que faz é perfeito e agradável.
Que possamos vencer pela fé, esta incredulidade, que nos faz desfrutar mais do reino das trevas do que do reino para o qual fomos chamados.
Que o Senhor Jesus nos ajude a viver com alegria tão grande salvação.


segunda-feira, março 21, 2016

Maldade refinada

A maldade mais refinada tem um toque de sutileza que é capaz de desmontar o outro. Ela se apresenta com gestos leves como uma goteira que insiste em cair pausadamente.
Ela não grita, mas no seu silêncio é capaz de esmagar o que chega, mesmo quando outro nem sequer é conhecido.
Ela está presente nos corações dos homens que não se deixam moldar, desses que acreditam saber tudo...
Destes que se impõem sem se importar com o momento que é do outro,  e assim vão jogando dinamites, explodindo com as estradas que tornam possíveis que as amizades sejam construídas.
 Na verdade, estes, acreditam não precisar dos amigos, eles são suficientes em si mesmos, e se vão para o encontro com o outro, é para torná-los meios para os seus fins.
Essa maldade refinada se revela quando falta a percepção do momento que é do outro, é a incapacidade de chorar quando o outro chora, de se alegrar quando o outro sorrir.
É a  mais fria e calculada estupidez de recolher as mãos, deixando o outro com as mãos estendidas...  acreditando assim, que tem o melhor olhar para a vida, se apresentando tão pobre... mas se sentindo tão rica.
A maldade refinada é o desprezo pelo outro que não lhe fez nada. É incapacidade de respeitar o outro, quando o outro decide andar em uma nova estrada.
É construir  o ódio de graça, em si mesmo, ao passar pela calçada e dar as costas ao outro que nada lhe fez.
Que a maldade refinada tão presente na ausência das palavras mágicas: Obrigado, por favor e da licença, fique longe...bem longe...mais bem longe.
E que como a Jesus, eu e você siga, com a leveza e beleza da sua educação frente a mulher adúltera. Enquanto todos diziam apedrejem, Ele, num gesto de amor, abaixou o olhar, para não constranger quem já estava tão constrangido, nos ensinando assim o quanto o amor é bem educado.
Que Jesus nos livre de encenar a falta de gestos mínimos de educação, nos poupando de representar no teatro da vida, esta peça tão lúgubre.
Que o Senhor nos livre!



quarta-feira, março 16, 2016

Amor que dói

Você já sentiu um amor que dói?
Quando o experimentamos, ficamos deslumbrados, e desejamos que sempre permaneça...

O amor que dói é leve e livre, mas me faz querer ainda mais estar cativa, porque voa sempre na certeza de um pouso seguro, um colo macio, um ombro que ampara.

Este amor que dói despertar em mim um amor tão cúmplice, que até um olhar que o ameaça me confronta.

Ah... que amor é esse que me invade, que me faz desejar ser melhor do que já fui, e inspira o meu coração aos mais ternos cuidados?

 Chega tão mansinho... e levemente destrói, uma a uma, todas as reservas, levando a me entregar sem medo, sabendo que há chão seguro.

Sim, de tão forte, esse amor dói, como dói ao vermos a mais bela paisagem, ou quando ouvimos uma música que nos tocam tão profundo. Extasiados ficamos a contemplar o que não forjamos, mas que está lá, pronto a ser mostrar na sua roupa mais bela.

O amor que dói, eu o desejo todo dia, não como o masoquista, mas como alguém que sabe que é no fogo das batalhas que se conquista os melhores tesouros.

E assim estou a viver o que pensava não mais ser possível... e descubro que nada é tarde, quando Jesus quer transformar água em vinho.

segunda-feira, março 14, 2016

O choro cumpre um propósito.

Trecho do livro:
...Desobedecendo à lógica do tempo, comecei a viver um verdadeiro descompasso em minha história. Estava dançando rápido, mas a melodia era lenta. Procurei sorrir e perdi a oportunidade de experimentar o propósito do choro. E o choro, diz a Palavra, cumpre um propósito em nossa vida. Sei que é difícil crer nisso em uma sociedade que vive e mantém a aparência de felicidade, onde o imperativo é ser feliz a qualquer preço. Não é à toa que a indústria farmacêutica vende milhões de antidepressivos na promessa de nos dar a tão almejada felicidade. Contudo, a Bíblia nos orienta que é preciso viver todas as estações que a vida propõe. 
Falta apenas 5 dias para o lançamento.
Aguardo você.